bilhete para Pedro

numa das longas e frias conversas que tive com Pedro,
ele me questionou:
- "O que é a vida?"
Eu lá, com meus 15 anos, cujo a opinião não interessa a ninguém, não respondi nada.
Passaram-se os anos, e hoje, vejo que viver pode ser a linha tênue entre a liberdade, o medo.
Quem não tem medo vive, e quem vive é livre, mas esse não é o ponto, é?
As imposições e oposições que ela nos trás? mas não se concentra ou consiste nisso, no fundo, a vida mais te mata do que te faz viver.
Talvez para tentar compreender essa tal de vida, seria necessário entender o homem, mas como posso garantir isso se ontem, eu era eu,
e hoje, eu não sei quem eu sou?
Creio, que alguns de nós, somos cheios de amor, enquanto outros somos incapazes de desempenhar afetividades, alguns de nós são eternos enquanto outros jamais existiram...
Nós amamos e fazemos coisas que o amor nos obriga, aprendemos o significado da dor quando a falta dói o peito, e entendemos o fim, quando ele acaba. Mas eu, aaaaa eu nunca entendi o fim!!! Você me conhece, eu sou tola, eu não aprendo as coisas fáceis.
No fundo, passamos a vida sem considerar os detalhes, estamos acostumados a olhar sem enxergar as coisas.
Mas e agora? O que é a vida para um homem? Onde ela começa? E onde ela termina? Na maternidade o nascimento, para os românticos ela termina nos braços de quem se ama, para os religiosos quando se encontra na paz de estar com Deus, mas para mim a vida jamais começou, e acredito que jamais começará.
E digo que, será que existe vida antes da morte? Pois se existe, por que evitamos viver para não desgastar a vida? a questão nunca foi "para onde onde vamos após a morte" e sim para onde vamos enquanto houver vida.