Na Londres vitoriana há um aspirante a escritor cujo olhar foi ofuscado pelo tempo. A única lembrança que o belo jovem parece ter deixado ao mundo contemporâneo em meio às cinzas do esquecimento parece ser uma fotografia muito amarelada, perdida ent...
Acredita-se, tendo como base principalmente os escritos de Friedrich Nietzsche (1844 – 1900) em seu primeiro livro de destaque denominado O nascimento da tragédia, que o ser humano possui duas vertentes que regem a criatividade: o lado apolíneo e o lado dionisíaco.
Tais termos foram desenvolvidos pelo filósofo sobre um fundamento estruturado através do estudo de alguns aspectos da mitologia grega que convergiriam em aplicabilidade à mente humana. Tudo isso foi desenvolvido a partir de analogia, principalmente entre os deuses Apolo e Dionísio.
Em primeiro lugar, Nietzsche diz que o homem possui um lado apolíneo. Este seria o responsável pela racionalidade, individualidade e seria aquele que coordenaria as ações mais pensadas de um indivíduo. O apolíneo é também, relacionado pelo filósofo alemão, ao estado de sonho.
Mas por que o termo cunhado por ele foi tirado do deus grego Apolo?
Apolo era o deus da perfeição, da moderação, harmonia, equilíbrio e razão. Era cabível que o lado mais racional do homem fosse relacionado a essa divindade por conta disso.
E Dionísio?
O lado dionisíaco das atitudes humanas, por sua vez, mostra-se oposto e complementar ao apolíneo. Dionísio era o deus do vinho, da loucura, dos excessos e em muitas das festas gregas destinadas a ele, haviam orgias — o ser-humano em seu mais primo estado animal. Assim, o dionisíaco é a vertente que rege os aspectos mais instintivos da mente humana, preza a coletividade e é majoritariamente centrado no tipo psicológico da sensação. Nietzsche, portanto, associa esse termo a um estado de embriaguez.
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Então, como APOLLO relaciona-se a tudo isso?
Bem, é que a teoria desenvolvida por Nietzsche e reexplicada mais tarde por Carl Jung em seu livro Tipos psicológicos é a principal fonte de inspiração para este livro.
Você aí, que é ARMY e costuma pesquisar bastante algumas teorias a respeito dos novos álbuns dos meninos do BTS — me refiro principalmente a Map of the Soul: Persona e Map of the Soul: 7 — já deve ter ouvido falar nesse tal de Carl Jung, certo?
E quem mais se lembra da VCR que foi exibida no Golden Disk Awards de 2020, onde alguns fãs teorizaram que cada um dos membros do grupo representava um deus grego? (Caso não saibam do que eu estou falando, vou deixar ela na mídia do capítulo para que possam conferir). E olha só, nosso lindo menino Kim Taehyung representaria, ao que tudo indica, ninguém mais ninguém menos que Apolo... E para completar, em uma das quatro Concept Photo para o último álbum que foi lançado agora em março, esse menino me aparece de cabelo enrolado vestido naquele terno (vide a capa do livro). Só Jesus na causa, mesmo.
Acho que deu para perceber que foi entre surtos e teorias que nasceu este livro, não é?
Enfim, espero que vocês se interessem por essa ideia maluca que brotou na minha cabeça e venham ler Apollo. Vamos pirar juntas por esse homem lindo de cabelo encaracolado que só nos rende surtos e mais surtos!
— De alguém que nunca achou que um dia escreveria uma fanfic, Lia Sousa.
