Prólogo - A Maçã de Vésper

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1936, o ano que precedia a mudança...

O mundo se via em tensa e frágil paz. A Alemanha era vista com desconfiança, ódio e temor pelos outros países europeus.

As marcas da primeira grande guerra mundial ainda se faziam presentes.

Acordos políticos, mudanças geográficas, montanhas de cadáveres.

Isso estava guardado e eternizado nos corações dos soldados sobreviventes.

O verão trazia consigo a promessa de paz e união, os jogos Olímpicos estavam as portas e o Reich fazia de tudo para melhorar sua imagem.

Uma calmaria se estabeleceu entre os soldados e altos cargos alemães, com um único propósito: mostrar a imagem da Alemanha perfeita, pacífica e aberta a todos.

Até mesmo o pasquim com propaganda antissemita havia sido recolhido.

O esforço monetário havia sido aumentado mais de dez vezes para criar uma imagem perfeita.

Porém, a história não é sobre isso.

Em uma mansão afastada da cidade, de tudo e de todos, um alarme alto soou.

Os soldados nazistas entraram numa profunda e feroz caça ao intruso, tiros romperam o céu noturno e sem estrelas.

Uma explosão de chamas laranjas ocorreu nos jardins da mansão e uma risadinha ecoou.

– Até mais, Mëin Fuhrer! Hehe, sieg heil! Viva a vitória.

Enquanto a voz ecoava, uma figura poderia ser vista voando no céu, emoldurado pela lua.

Um homem de terno e gravata, com um longo casaco com bordados feitos com fio de prata, uma bengala elegante de baixo do braço, uma máscara sorridente e um chapéu fedora.

O homem que voava alto no céu fez uma reverência educada e sumiu no ar.

Em outro canto do continente, na Inglaterra.

Uma chama queima forte e subitamente no meio de um escritório elegante.

Quando a chama se desfaz, o homem com máscara sorridente surge.

Em sua mão esquerda, uma bengala elegante, feita de marfim puro e com detalhes em ouro, no topo uma cabeça de dragão feita de rubi adorna a bengala.

O homem de máscara sorridente gargalha, alegre. Ele faz surgir em sua mão livre, com um estalar de dedos, uma maçã dourada.

– E pensar que isso estava em mãos de um Anaweir e líder do Partido Nazista.

Os olhos por de trás da máscara sorridente brilharam de prazer ao admirar a maçã dourada.

Com um sussurro deliciado, o homem de máscara sorridente falou:

- Sieg Heil... A Maçã de Vésper, finalmente em minhas mãos.

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