Capítulo quatro

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Depois que chegamos ao pronto socorro descobri que a moça se chama Driely e tem apenas dezenove anos, hoje ela foi contratada para ajudar na Flor de Sal na cozinha improvisada que tivemos que montar para o serviço do coquetel, na loja da tal "amiga" do Arthur.

Eu não cheguei a conhecer a proprietária da loja pois quem negócio tudo com ela foi a Julia desde o contrato até o cardápio, então eu não sabia como era a aparência dessa tal amiga do Arthur, e mesmo ajudando a montar as coisas na mesa dos doces no meio da loja não tive tempo de conhecer ela, quem nos mostrou onde tudo deveria ficar e como seria foi a gerente da loja, uma mulher muito bonita e simpática. E comecei a imaginar essa tal "amiga" ela devia ser como as tantas madames que atendíamos. Linda, elegante, alta como uma girafa, magra de ruim, cabelos sedosos, unhas que nunca viram uma pia cheia de louça para lavar.

E só de pensar no tipo de amizade que eles poderiam ter eu me corroía em ciúmes. Mais tentei não pensar sobre isso, afinal de contas não tínhamos nada, aliás tinha acabado de conhecer ele propriamente dito, afinal o episódio do banheiro não contava. Fui tirada desses pensamentos quando chamaram a menina para a sala onde ela levaria os pontos no dedo que cortou com uma faca.

E em quanto eu esperava ela no corredor do lado de fora da sala, ouvi uma discussão não muito longe dali, e o que eu menos esperava aconteceu, Arthur vindo em minha direção com uma cara nada feliz.

- Você está bem? - Perguntou me olhando com aflição e como que para ter certeza que eu não estava machucada passou as mãos pelos meus braços atrás de algum ferimento pelo meu corpo. Esse gesto me deixou sem reação por um momento. A preocupação na voz dele o jeito carinhoso com que passava as mãos grandes pelos meus braços me abalou.

- Como você me achou aqui Arthur? - Perguntei tentando entender como ele tinha me encontrado. Será que Julia ou o Bento contaram sobre o acidente da Driely e deram o endereço a ele?

- Emerso meu segurança disse que a viu entrar em um taxi. - respondeu ele. E várias outras perguntas pipocaram na minha cabeça. Como o segurança dele sabia quem eu era? Como ele me achou ali? Será que ele estava me seguindo?

- Mas isso não explica como me achou aqui. - Falo. - Você colocou alguém para me seguir? - Pergunto.

Porque não tinha como ele saber onde eu estava afinal e tenho certeza que a Julia jamais passaria minha localização para um desconhecido, ela era desconfiada demais, ainda mais se tratando de homens ricos, segundo ela eles eram traiçoeiros achavam que podiam comprar qualquer coisa e fazer o que bem queriam então descartei essa alternativa. Eu tinha saído pelos fundos da loja às pressas e olhando para ele eu soube que sim, ele tinha colocando alguém na minha cola.

- Mais por que você faria isso? - Perguntei mais para mim mesma do que para ele. Tentando entender essa loucura.

- Não diga besteira, não coloquei ninguém para seguir você, mais ontem no incidente do banheiro ele a viu correr e deve ter se lembrando de você hoje. - Disse ele tranquilo mais algo me dizia que não era verdade.

- Mas isso ainda não explica como você me encontrou aqui. - falo nervosa.

- Isso não importa. - Disse ele colocando suas mãos em minha cintura e me fazendo olhar para ele.

- Eu disse que a levaria em casa, e eu sempre cumpro as minhas promessas. - Disse me dando um selinho. E esse simples toque de lábios me deixou aérea me fazendo esquecer sobre o que estávamos falando.

- Mais hoje isso não será possível. - Falo. Tinha que levar a Driely em casa e acho que a Julia ainda precisaria de mim, muito provavelmente eu teria que voltar para a festa, mesmo estando cansada.

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⏰ Última atualização: Jun 16, 2020 ⏰

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