Marina AlencarA sala inteira parecia rodar por causa da notícia que acabei de ouvir.
— O senhor só pode estar brincando. —ri nervosamente, acho que pela quarta vez em menos de um minuto.
Ele apenas me encarava sério. Seus olhos iguais aos meus não deixando transparecer nenhum indício de aquilo era uma brincadeira.
— Papai... — choraminguei. — Isso é mesmo verdade? Não tem outra solução? — Ele negou. Grunhi, esfregando as minhas têmporas.
— Esse é o único jeito, Nina. Sinto muito que tenha que ser assim, mas nem eu nem Antônio achamos outra solução, ele quer nos ajudar.
— Mas casar com o Alessandro? — era mais absurdo ainda.
— É o único jeito da fazenda sobreviver. Uma sociedade com os Antunes é a nossa tábua de salvação. — disse com o olhar cansado.
Ele também achava a ideia mais que absurda, mas infelizmente não existia outra opção. A fazenda estava indo por água abaixo e logo mais não restaria nada, tudo teria que ser vendido. E não foi culpa do meu pai isso que aconteceu na fazenda, tudo começou com um incêndio que teve e acabou levando uma grande parte da fazenda, até hoje não se sabe o que aconteceu, a polícia local disse que foi proposital, e agora eu estava sendo posta na linha de tiro e tendo que aceitar um casamento com o cara que é um bruto comigo desde... Sempre. Não que isso fosse tremendamente horrível, uma parte era sim porque você ter que casar com a pessoa que é apaixonada desde a adolescência mas que não tem os sentimentos retribuídos como gostaria é horrível.
Alessandro era um cara bonito e cheio de qualidades, o problema era que eu tinha visto mais seus defeitos ultimamente,. somente comigo ele era assim, minha melhor amiga, que é irmã dele me disse que isso era tesão reprimido da parte dele, por isso ele era assim, mas eu acho que não. E eu também tinha visto o bastante para saber como andava seus relacionamentos amorosos. Ele era bonito, competente e responsável com o trabalho, mas quando se tratava de relacionamentos o homem era um mulherengo de primeira. Ninguém parava tempo o suficiente em sua vida e ele nunca, nunca mesmo ficava sozinho. Isso era terrível. Como que agora temos que acabar nos casando? Isso era muito louco. E se não tivesse tanto em jogo, se eu não soubesse de tudo o que meu pai passou pra chegar até aqui eu estaria rindo de tudo isso com a minha amiga, depois de deixar meu pai falando sozinho.
— E então? — insistiu, me olhando em expectativa. Eu poderia jurar que ele prendia a respiração.
— Eu... Não sei. — soltei um suspiro pesado. — Logo o Alessandro?
— E tem outro Alessandro por aqui? — resmungou cansado. — A não ser que Maria possa ser a outra opção? Fiz uma careta.
— São apenas negócios, Nina. Apenas para cumprir os termos do contrato de fusão entre as duas empresas. Você sabe que não precisa amar o Alessandro para fazer isso. E além do mais, você não vai estar casando com um completo estranho, vocês são amigos, vocês se cresceram juntos. Isso deve tornar tudo mais fácil não?
Bufei ao ouvir isso. Não, não tornava nada fácil. Ele era cego ou o quê, que não percebia que Alessandro não ficava mais de dois minutos somente eu e ele?Respirei fundo, abrindo os olhos em seguida.
— Ele já sabe?
— Antônio ficou de falar do assunto com ele amanhã.
Concordei, ainda sem saber o que dizer. Com certeza ele ia se negar a aceitar isso.
—Por mim tudo bem, papai. — disse, sentindo uma coragem repentina me envolver. Ele exalou audivelmente. O olhar de alivio engolindo seu rosto que antes estava abatido.
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Meu Fazendeiro [SENDO REESCRITO]
Любовные романыO que você faria se sua única alternativa fosse casar com a pessoa que você é apaixonada desde a adolescência mas que não retribui os seus sentimentos, apenas para salvar o patrimônio da família de uma falência iminente? Marina Alencar vai sentir is...