Garota platinada

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Umas horas depois de um check-up, Úrsula conseguiu alta e uma receita com alguns remédios caso ela se sentisse mal. Quando saímos do hospital passamos em casa para deixar as coisas dela e fomos dar uma volta pela cidade. Úrsula parecia muito animada para comer um hambúrguer, mesmo que a receita dissesse com todas as palavras para evitar alimentos muito pesados ou gordurosos.

-Você não tem noção do quão bom isso está, você tem certeza de que não quer um pouco? Nem um pedaço?- ela enfia o hambúrguer na minha cara.

-Na verdade eu só estava negando por educação, mas já que insiste.- digo dando uma mordida no hambúrguer.

-O que aconteceu enquanto eu estava fora do ar?- ela pergunta dando um tempo do seu ataque ao hambúrguer.

- A partir de onde você quer saber?

-A partir do momento que eu desmaiei.- diz ela, agora seria.

-Bem,- começo, me mexendo inquieta na cadeira- depois que aquele cara te acertou, eu te escondi dentro de um freezer velho e fui procurar algo para me defender. Por sorte eu achei um taco dentro de um dos quartos daquele apartamento e me escondi. Rezando para ele não te encontrar no freezer. Então eu resolvi dar uma olhada para ter a certeza de que ele não havia te encontrado e no meio do caminho ele me viu e começou a correr atrás de mim.- ela me olha tensa.

"Eu corri até um quarto para me esconder, e segundos depois me toquei de estava no quarto dele. Comecei a vasculhar tudo para ver se achava alguma e encontrei uma arma em uma das gavetas; e na hora ele chegou. Ele estava com uma faca na mão e veio para cima de mim, eu consegui acertar um tiro na coxa dele. Ele caiu berrando de dor no chão. Então eu aproveitei a oportunidade pra correr, eu voltei para o lugar onde eu tinha te escondido e te carreguei até o vizinho mais perto. Para o meu azar era um velho com cara de pedófilo, mas ele se mostrou super gentil, me deixou entrar e ligou para a policia. Mas quando a policia chegou ele não estava lá. Depois disso os policiais nos levaram para o hospital, fizeram varias perguntas e ficaram no hospital comigo a noite toda. Quando o médico me mandou para casa, o delegado mandou uma escolta para ficar vigiando a casa para caso aquele perturbado voltasse para me machucar de novo".

-Um velho com cara de pedófilo?- Úrsula gargalhava alto- Essa foi ótima.

-É incrível a sua capacidade de achar graça em qualquer idiotice- digo rindo da gargalhada de Úrsula.

-Pois bem,- diz ela se recuperando do ataque de risos- o que aconteceu depois desse dia?

-Nada de mais. Eu voltei pro trabalho depois de uma semana e continuei te visitando todos os dias.

-Entendi- ela fez bico, como se estivesse pensando em algo- e se nós retocássemos meu cabelo?

-Ainda mais platinado?- arqueei uma das sobrancelhas- tem certeza?

-Claro.- ela deu de ombros- A cor realmente está um pouco desbotada- me olhou com um sorriso malicioso.

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