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Um mês se passou e tudo está relativamente calmo, a família da Lívia se aquietou e não a tratou com muita ignorância, as aulas voltaram sem muitas emoções, Davi teve que esperar Hugo abrir uma acusação formal e todo um processo que não é rápido, Lívia não fez a gravação, já que não recebeu nenhuma resposta ainda, Gael ainda não a pediu em namoro já que com tudo que está acontecendo os dois acharam melhor esperar um pouco, Marcela e Lucas estão bem, não tiveram nenhuma recaída nos últimos dias. Parece que tudo está no devido lugar, sem nenhuma grande emoção ou perturbação.

Gabriel chega no hospital e como sempre vai direto para o quarto da irmã, ele confessa que essa rotina já está ficando chata, não por ver a irmã, lógico, mas por encontra-la sempre no mesmo estado, sem nenhuma melhora.

-E aí maninha? Você sempre gostou de dormir, mas já se passou tempo demais, tá na hora de acordar e me fazer companhia. Quero que meus amigos te conheçam melhor, quero que conheça eles também, quem sabe você não me fala uma maneira criativa e romântica de pedir a Lívia em namoro? Você sempre teve mais imaginação que eu. - Gael suspira cansado. - Acorda logo por favor.

-Vou te dar um conselho: desliga o aparelho logo, é um favor que você irá fazer para todos, inclusive para ela. - O Dr. Leonardo diz ao entrar na sala de surpresa.

-Veio me atormentar de novo? - Gabriel pergunta sem força alguma para discutir.

-Não vim te atormentar, vim te aconselhar, é melhor deixa-la ir do que ficar segurando a mesma aqui sabendo que ela não vai acordar. - Ele retruca.

-Olha, por favor me deixa em paz, minha irmã vai acordar, eu sei disso. - O garoto diz.

-Se você insiste em se iludir. - Dito isso Leornardo sai do quarto o deixando sozinho.

-Acorda logo tá? Não sei quanto tempo vou conseguir te segurar aqui no hospital. - Gael fala para irmã e sai do quarto após depositar um beijo na testa dela.

Ele volta para casa sem ânimo algum, assim que entra todo o resto da força que tinha sobrado se foi, se esgotou como mágica.

Seu pai tinha revirado a casa inteira, tinha caco de vidro espalhado por vários lugares e o cheiro de álcool estava impregnado em cada canto da casa, parecia um lixão, um chiqueiro. Gael não resistiu e começou a chorar, ele sentou no chão e desabou, não tinha força e nem queria ter, estava cansado, esgotado em todos os sentidos.

Ele escuta batidas na porta, porém não mexe um músculo, não queria ver ninguém.

-Gael? Você tá aí? - O mesmo reconhece ser a voz da Helena.

-Não quero ver ninguém no momento. - Sua voz sai falhada.

-Ah Gael... - Ela abre a porta e ao ver o estado da casa fica perplexa. - O que aconteceu aqui? - A mesma o encontra no chão e vai até ele. - Foi você que fez isso? - Gabriel balança a cabeça negando.

-Meu pai até onde eu sei. - Ele diz.

-Gael... - Helena começa mas para logo depois. - É duro te falar isso, porém é a verdade, seu pai tá com um espírito maligno, nós precisamos expulsa-lo para sua casa voltar a ser um verdadeiro lar, um local de paz. - O olhar dela é de pura compaixão.

-Filho? Ah, vo-você chegooou, que maluco beleza! - Samuel diz com a voz arrastada e então começa a rir, ele tropeça sozinho e gargalha ainda mais. - Olha quem nós temos aaqui, uma namoradinha, meu filho tá um garanhão. - O mesmo continua a rir. - Olha, tomem cuidado viu? Usem... Opa! - Mais um tropeço. - Tô qui nem uma barata tonta hoje. - Mais gargalhadas.

-Hoje sua casa vai mudar, você crê? - Helena pergunta determinada olhando para o amigo.

-Eu creio. - Gael diz com fé, cansado da situação ele se levanta determinado.

Estilhaços | História Concluída Onde histórias criam vida. Descubra agora