Capítulo 1 - Nunca confie em um filho da puta chamado Gerard Way

249 14 101
                                    

-Mikey, onde está o idiota do seu irmão?

O Way mais novo sempre tinha aquela cara de merda. Nunca, em toda a minha vida eu vi Mikey expressar alguma emoção. Mikey Way era um psicopata, eu estava convencido disso. Já vi esse cara atirando em policiais sem nem mexer um músculo da face para demonstrar preocupação. Nem sei porque Mikey trabalhava com a gente, o filho da puta poderia ter feito fortuna jogando poker.

Mas, de qualquer forma, que bom que ele entrou no meu caminho. Mikey é o tipo de cara que você quer ter na hora que é preciso apertar o gatilho, dar um depoimento, cumprir uma ordem. Ele faz a merda que tem que ser feita e ponto final. Mikey Way era um filho da puta competente.

Porém, como nem tudo são flores, a parte ruim era que Mikey vinha com um irmão imbecil de brinde. E, confie em mim: você não pode confiar em Gerard.

- Iero, por acaso eu tenho cara de babá? Foda-se, eu não sei onde Gerard está. Qual a porra do problema?

- Eu pedi para aquele imbecil comprar munição hollow poin'ts, Mikey, hollow poin'ts. Aquele merda me apareceu com uma caixa de soft point.

-Foda-se, Iero. Encontre aquele merdinha, dê uma surra nele e faça ele resolver. Eu não me importo. Desde que ele esteja vivo para nos ajudar, eu realmente não ligo. Apenas resolva essa merda. É a porra do seu trabalho. 

Tínhamos um assalto em menos de 48 horas. Era nossa rotina, você pode alegar, então não tem razão para eu estar tão estressado, certo? Errado. Aquele não era só mais um assalto. Era O assalto.

Iríamos entrar na porra da United States Mint . 

Mikey estava relaxado porque, como eu disse, era a porra de um psicopata. Bob e Pedicone estavam cagando porque eram burros demais para entender a porcaria dos riscos.  Só faltava eu saber onde estava o merda do Gerard. Decidi perguntar para Pedicone. 

-Hey, Michael, você sabe onde está a putinha?

Ele riu enquanto tirava a mão do saco.

-Onde você acha, Iero? No bar enchendo a cara e procurando alguém para foder aquela bunda branca dele. 

Era um bom palpite. Peguei minha jaqueta e fui procurar Gerard. Antes que eu pudesse chegar na porta daquele apartamento de merda em que vivíamos, ouvi Pedicone gritar comigo:

-Frank, você quer foder?

Dei os ombros enquanto Mikey fazia cara de nojo, (o máximo que ele conseguia). Não era má ideia.

-Talvez mais tarde. Preciso resolver uma coisa antes. 

A distância até o bar era de dois cigarros, o que não era muito pois eu trago rápido. Entrei no ambiente que fedia a mijo e maconha e não demorou muito pra achar a jaqueta de couro fodida de Way e os cabelos oleosos entre aquele monte de filhos da puta. Pela forma que ele estava apoiado no balcão enquanto segurava seu copo sujo Gerard já estava bêbado igual um porco.

-Heeeeyyyy Frankiiiiiieeeeeeeee - eu virei os olhos quando ouvi a voz arrastada e anasalada - que bom que você veio. Escuta, o que você acha de irmos até o banheiro e...

Não deixei Gerard terminar. Dei um soco naquele nariz arrebitado idiota.  O imbecil cambaleou um pouco e eu o segurei antes que caísse. Não que eu me importasse com os ossos de Gerard inteiros, só precisava dele andando para entrar na porra do banco em dois dias. Depois disso, sinceramente, ele podia se foder inteiro. 

-Merda, Iero, qual a porra do seu problema, caralho?

-Você, imbecil! Você não consegue fazer uma única coisa direito, Way. Eu pedi uma caixa de hollow point's, caralho. Você comprou soft point's. Sei que você é burro, mas eu dei ordens claras, filho da puta. Eu não posso confiar em você para nada?

SEX CRIME SCENEOnde histórias criam vida. Descubra agora