Sexta-feira, 13:00
Sophia on.O sol tava forte e a tarde estava bem quente e mesmo assim eu sentia alguns arrepios por estar ali. O asfalto do pequeno bairro parecia estar fermento e me trazia lembranças de uma pequena Avri correndo ao meu lado em seu patins cor de rosa e de tia Susan e minha mãe conversando na calçada talvez planejando alguma coisa pra fazer no final daquela tarde de domingo com o sol escaldante. Sinto falta dos domingos assim.
Sem nem perceber parei em frente a minha antiga casa, jurava que o caminho até aqui parecia mais longo antigamente. O portãozinho do jardim estava aberto como sempre foi desde que eu quebrei o trinco ao chutar uma bola nele, a grama estava alta e seca, Will surtaria de visse isso. Parei em frente a porta e excitei em abri-la, porque eu to aqui?
A chave reserva permanecia no mesmo lugar, escondida sobre um vaso que antes tinha uma flor viva e colorida e hoje apenas galhos secos. A porta rangeu quando foi aberta, era nítido que ninguém estava morando, mas não por tanto tempo quanto aparentava. Isso é triste.Era a primeira vez que eu estava ali desde que Will se foi. Era a primeira vez que eu estava em casa sem a minha família sabendo que eles não tinham pretensão de aparecer. Minha alergia atacaria em minutos, eu tinha certeza, estava com poeira talvez por conta de algumas janelas abertas, ainda me pergunto como ninguém invadiu.
O único batente branco da casa, o da porta que leva pra pequena cozinha, ainda estava rabiscado com as minhas alturas que Will fazia questão de marcar. Era estranho estar ali, cada canto da casa me traz uma lembrança diferente.
Me deixo levar e algumas lágrimas escorrem, as vezes era isso que eu tava precisando. Relembrar, sentir saudade e chorar. Me joguei no sofá e a poeira subiu, mas eu realmente não estava ligando pra isso agora.
Por um momento me senti mal por estar ali sofrendo, eu poderia estar aproveitando ou tentando me aproximar de Tony nesse exato momento ao invés de estar aqui, mas de alguma forma, me senti totalmente como um peixe fora d'água. Me sinto sufocada, fora e com saudade do meu habitat natural, sendo obrigada a me adaptar. Isso poderia ser mais fácil, com certeza poderia. Mas nada na minha vida é facilitado, porque seria agora?Eu era feliz e não sabia. Eu posso estar reclamando de barriga cheia, mas sei dúvidas eu prefiro minha barriga cheia de felicidade e cumplicidade como era do que de dinheiro. Talvez um dia eu volte a matar minha fome da forma que eu prefiro. Mas não sabemos.
Eu quero subir ver meu antigo quarto, o quarto dos meus pais, tudo ainda estava no mesmo lugar, assim como eu ali naquele sofá de couro. Talvez eu tenha ficado tempo demais ali.Sexta-feira, 14:45.
Narrador on.Tony estava na oficina, sentado em seu sofá concertando a mão da sua armadura, que acabou travando ontem durante uma missão da SHIELD, enquanto assistia televisão quando recebeu uma ligação do menino aranha.
Ligação on.
Peter.Tony: fala Parker - disse colocando no viva-voz
Peter: senhor Stark, e-eu... desculpa tá ligando, eu só queria perguntar pro senhor como eu faço para concertar asa da minha armadura, eu precisei usá-la ontem e desde então ela não fechou mais
Tony: traz aqui mais tarde, garoto
Peter: ah, t-tudo bem então, obrigado
Tony: como foi com a sua garota?
Peter: ela não... ela não é a minha garota - ele disse com tristeza e Tony riu silenciosamente para não constranger o garoto - não foi nada bem
Tony: compra alguns chocolates e flores, dizem que mulheres gostam disso - enquanto ele respondia ele sentiu seu celular vibrar e viu que estava revendo outra chamada, era Happy
Peter: não acho que ela seja esse tipo de mu...
Tony: calma aí garoto, depois eu te ligo - interrompeu o mais novo e atendeu a outra chamada porém desta vez colocando o celular na orelhaLigação on.
Happy.Tony: Happy? - estranhou a ligação, Happy não ligava muito para ele, sempre buscava resolver as coisas sozinho
Happy: Oi senhor Stark - Tony ouviu uma porta do carro sendo fechada - cheguei aqui no colégio para buscar Sophia e acabei de descobrir que ela não ficou para o treino.
Tony: como assim Happy? - ele tirou o celular da orelha e conferiu se tinha recebido alguma mensagem da mesma
Happy: se você que é o pai não sabe, imagina eu - Tony revirou os olhos - o treinador dela me contou que ela disse que iria fazer exame de sangue hoje, eu disse que talvez ela tenha esquecido de me avisar, foi isso?
Tony: se foi eu também não sei de nada - disse se sentando em frente ao computador e começando a hackear o celular da mesma
Happy: o que eu faço senhor? Posso perguntar a senhorita Potts se ela sabe sobr...
Tony: Wait! - disse rápido e ríspido - ela está aí no colégio vou te mandar a localização - e assim ele fez e pode ouvir Happy saindo do carro e andando talvez pra onde a localização indicava
Happy: é o corredor dos armários do colégio, talvez seja o armário dela, mas ela não tá aqui, a escola tá vazia já - Tony bufou, onde essa garota de meteu?
Tony: ok Happy pode ir, eu procuro elaLigação off.
Ele desligou antes mesmo de ouvir a resposta e passou as mãos pelo cabelo bufando. Ele estava estressado pela péssima performance ontem na missão e agora isso...
Tony respirou fundo e foi fazer o que fazia de melhor, usar a tecnologia ao seu favor e não demorou pra ele saber que a filha estava na sua antiga casa. Assim que ele leu o endereço se sentiu mal, porque ela estava lá? Porque ela mentiu e optou por ir sozinha? Ele não sabia o que estava acontecendo com a própria filha e isso o deixava angustiado, ele precisava mudar, mas é difícil se aproximar ao mesmo tempo que omite algumas coisas dela.
Tony pegou o carro mais próximo que estava ali mesmo na oficina e foi para a antiga casa. Ao sair do carro sentiu o choque térmico do calor do verão nova-iorquino, a porta tava aberta e a casa pequena e empoeirada estava vazia.
O moreno viu rastros por onde Sophia passou e viu-a ué seguiam pela escada e lá estava ela, apoiada no batente da porta de um dos dois quartos que tinham ali e ele ouvia o soluçosTony: Sophia - ele disse baixo e calmo, não queria assusta-la e mesmo assim ela despertou e logo secou as lágrimas antes de virar
Sophia: o que você tá fazendo aqui? - a voz fanha denunciava uma manhã chorosa e Tony sentiu que ela boa o queria por perto
Tony: vim te levar pra casa - ele ainda mantinha a distância ficando perto da escada enquanto encarava as costas da filha
Sophia: eu já estou em casa - disse e só sentou desencostou do batente e adentrou o quarto, Tony se aproximou devagar e ficou aparado não porta do quarto analisando cada movimento de Sophia, aquele era o quarto e Mary e WillA mais nova pegou um porta retrato empoeirado e se sentou na cama que rangeu e subiu poeira.
Tony: eu sei que nunca vou substituir o Will - foi sincero chamando a atenção de Sophia
Sophia: não mesmo - respondeu séria - mas você ao menos tenta - ele pode sentir o peso de suas palavras
Tony: sei que lhe devo desculpas - Sophia franziu o cenho entranhado aquelas palavras - eu juro que eu tenho me fazer presente, eu juro
Sophia: você sabe que não é isso - ela virou o olhando nos olhos - me sinto deslocada - ela decidiu ser sincera e Tony pode sentir isso em seus olhos castanhos claros iguais os dele - me sinto aquela peça do quebra cabeça que não encaixa de jeito nenhum.
Tony: você está errada - ele se aproximou e sentou na cama porém ainda mantendo a distância - você é a peça que faltava - Sophia ficou feliz ao ouvir aquilo mas riu no final
Sophia: não Tony - ela respondeu rindo - nunca estive nos planos, eu sou um completo imprevisto - ela disse se levantando e colocando o porta retirado exatamente onde estava - um imprevisto bem perdido e confuso - completou e se dirigiu a porta - vamos, já fiz o que tinha pra fazer aqui - ela apenas queria relembrar tudo que viveu aqui e talvez por isso tenha se esqueci das horasSophia esperou por Tony, trancou a casa e aguardou a chave no bolso, talvez ela precisasse voltar ali mais vezes, não se sabe.
Tony: porque você fez isso? - perguntou enquanto dirigia e prestava atenção da rua
Sophia: isso o que? - o olhou
Tony: você mentiu pro seu treinador, faltou ao treino... poderia ter avisado, talvez eu até viria com você, poderíamos ter vindo num final de semana não sei - ele dizia e as vezes olhava de relance para Sophia que parecia estar em qualquer lugar, menos ali.
Sophia: não queria atrapalhar, além do que foi uma ideia de última hora - respondeu olhando pela janela do carro que se aproximava da sua escola
Tony: acho que você esqueceu algumas coisas aí - disse parando o carro e só então Sophia se lembrou da mochila que deixou no armário, mas... como Tony sabia disso?A morena saiu do carro sendo acompanhada pelos olhares do pai e buscou a mochila e sem querer deixou seu celular, que estava sobre a mochila, cair no chão.
Sophia on.
Foi isso. Tony deve ter hackeado meu celular, nem eu lembrava que havia deixado ele aqui. Confesso que isso me surpreendeu.
Voltei pro carro sem dizer uma palavra, talvez ele tivesse esperando que eu perguntar algo mas isso realmente não aconteceu. E fomos num completo silêncio até em casa.
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Filha do Tony Stark - Amor de Pai
Teen FictionSophia é uma jovem menina de 16 anos, atlética, inteligente, considerada até a melhor da escola, assim como no esporte. Sophia mora sozinha com seu pai em Nova York num pequeno apartamento já que sua mãe se foi cedo. Por mais que Sophia não t...