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Boa leitura. Aprecie.

"Vivi minha vida toda como se já tivesse vivido

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"Vivi minha vida toda como se já tivesse vivido. Um desfile infindável de festas e bailes,e artes e jogos de pólo. Sempre as mesmas pessoas vazias,a mesma conversa sem conteúdo,eu me senti como se eu estivesse de frente para um grande precipício com ninguém pra me puxar dele. Ninguém que ligasse,nem que ao menos
nota-se."

Pessoas importantes e ricas,apenas. Todo aquele luxo,fumaça de charutos caros e conversinhas sobre a futura fortuna de suas empresas estava sufocando o rapaz de olhos azuis,sua cabeça estava no lugar,graças a Deus. Mas,a mente viajava longe dali. O rosto sério e sem expressão era algo comum naquele tempo que o jovem rapaz estava passando,sentia-se esquecido,como se não estivesse mesmo ali. O coração batia tão forte,que em momentos Jeon gostaria de arranca-lo fora. Os olhos antes brilhantes,agora apenas possuíam o vazio. Um vazio grande. Gostaria de ter alguém para deslumbrar,para apreciar,para o-enchergar,para preencher aquele vazio, alguém que realmente amasse e o-amasse,como sempre sonhou.

Os dedos cobertos pelas luvas brancas se envolveram uns nos outros,apertando a pele branca dos dedos magros cobertos pelo tecido fino e claro. Na mesa sua mãe se divertia do seu lado,seu noivo jogava conversa fora com os homens com bigodes grandes. E ele,em silêncio. Com sua mente longe. Bem longe. Seus pensamentos criavam asas,eram livres,iam e voltavam,e ficavam o tempo que de fato seria necessário.

O corpo esbelto se levantou da cadeira,não foi notado. Nem ao menos perceberam. Que importância ele tinha para os outros ali. Que se diziam,mãe,amigos e até o noivo. Se sentiu mais desolado ainda. O de olhinhos puxados e fios ruivos usava um belo paletó preto de rendas vermelhas,a calda longa como sempre. Os sapatos negros chegavam a brilhar,a calça social negra foi o penúltimo toque. Pois Bem,o último toque seria o sorriso belo de Jeon,mas apenas lágrimas se formaram nos olhos claros,que se puseram a cair em segundos.

Os mínimos saltos faziam barulho quando tocados no chão de madeira do convés,corria sentindo o peito arder,chorava para quem quisesse ouvir,não se importou em esbarrar em pessoas e não pedir desculpas,esperava não guardar nenhum rancor,pois iria de consciência limpa,iria com o seu pai. Estava decidido,a vida que aguardava o primogênito não era justa consigo. Não iria ser justo com ela,e ponto.

Tudo em seu redor apenas era um borrão,sem sentido e sem motivos para parar. Subiu as escadas da poupa,correu entre os vários bancos,sem saber quem estava ali. Sem saber que teve a atenção de olhos verdes e bonitos para si.

Depois do pôr do sol,todos se recolheram. Sabiam que festas iriam acontecer,jantares,ou apenas pessoas iriam dormir. Ou apreciar a vista. Mas não,Taehy apenas saiu para apreciar as estrelas. Ah,como amava as estrelas,gostaria de tocar todas elas e roubar para si,guardar em um pote para presentear o amor de sua vida. Sentia o peito pulsante,a cabeça projetava lindos olhos azuis,uma pele branquinha e fios avermelhados. Aquele rapaz não saía de sua cabeça,e o loiro nem fazia questão de tentar esquecer.

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