Two

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1820

 E lá estava ele de novo, a pessoa mais linda que seus olhos já tiveram o prazer de apreciar. Ele sorria, destacando seus lábios e bochechas. Estranhamente, Namjoon podia jurar que o ouviu dizer algo.

 – Por favor, seja real. 

 Que bela voz. Uma voz digna dos anjos, arriscaria dizer. Era adorável, seu sotaque lhe deixava extremamente fofo aos olhos do sonhador. Seus pequenos detalhes lhe encantavam, sempre se considerou uma pessoa bem detalhista, e a divindade não poupara esforços nós do garoto a sua frente.

 Seja real? O que isso quer dizer? Namjoon era real. Então por quê o belo ser de seus sonhos lhe questionava isso? Ou melhor, suplicava para tal coisa? 

– Eu sou real. – Arriscou tentar dizer, logo vendo o garoto a sua frente lhe sorrir novamente. "Quando finalmente vou poder te ver?" Questionava a si mesmo. 

 Mesmo não admitindo em voz alta, Namjoon sabia que aquele garoto havia chamado sua atenção, mas como ser atraído por alguém, se nunca se viram – fisicamente – antes? Estaria seu cérebro lhe pregando uma peça? Realmente ficara louco? Não. Não começaria a dar corda a pensamentos como esse novamente. "Nunca desista de algo que te faça feliz." Esse era o lema que seu pai lhe ensinara, não poderia o desrespeitar desta maneira. O garoto lhe fazia feliz? De certa forma sim, tomava-lhe a mente em quase todas as horas. Era uma luta interna para não esquecer-se de todos esses sonhos todas as manhãs, faria valer a pena. E descobriria quem era aquele belo ser.

 – Namjoon! Namjoon!! Acorda! – Chamava-lhe o Min, o balançando pelos braços na tentativa de despertar o mais novo rapidamente. 

 Aos resmungos, o mais novo abriu os olhos, estes cheios de confusão evidente. Logo que seus neurônios voltaram a ativa, lhe ocorreu de estar atrasado para suas aulas, o fazendo - literalmente - pular da cama em direção ao banheiro para tomar seu banho.

– Calma louco! São seis e meia ainda! – Exclamou Yoongi antes de ouvir o chuveiro ser ligado. – Clássico. – Debochou.

 Poucos minutos depois, Namjoon apareceu escorado na batente do banheiro, com uma toalha sendo esfregada em seus cabelos úmidos, e claro, ainda com aquela carinha de sono.

 – Se é tão cedo, 'pra quê me acordou?! Meu sonho estava ótimo. – Fingiu estar emburrado.

 – Pelo visto estava mesmo. Eu sou real! Eu sou real! – Imitou a voz do mais novo. – Por quê estava repetindo isso? Tem certeza de que está tudo bem?

 – Ele perguntou... -– Não fora exatamente uma pergunta, mas é mais fácil levar para esse lado. – O garoto. Ele pedia para que eu fosse real. – Deslizava a mão por trás de seus cabelos, envergonhado.

 – Santa divindade Nam! Está cada vez pior. Tenta ocupar a cabeça, já não basta as provas quase chegando, ainda tem esse misterioso "garoto"? – Fez aspas com as mãos. O Min estava realmente preocupado com seu dongsaeng, já que nada parecido havia ocorrido. – Vamos logo, Hobi está nos esperando.

O mais alto terminou de abotoar seu casaco de uniforme e seguiu Yoongi para fora de seu dormitório. Fora questão de alguns passos, e o dito cujo já se encontrava de frente aos dois, fingindo uma expressão impaciência, que logo se desfez, quando o Min lhe veio ao campo de visão, sendo substituída por um largo sorriso, seguido de um grande abraço nesse.

 – Yoonie! – Exclamou, tirando um sorriso gengival do mais velho. Os dois eram almas gêmeas, se conheceram no ano anterior, e segundo Hoseok, ambos se apaixonaram ao mesmo tempo, e quando o sentimento surgiu nos dois, as tatuagens 09/03/1796 e 18/02/1797 surgiram nos antebraços do Jung e do Min, respectivamente.

 Os dois eram como o Sol e a Lua, Hoseok era alegre e iluminava a todos com seu belo sorriso, já Yoongi era calmo e reservado, mas uma ótima companhia de se ter. Eram o casal perfeito aos olhos de Namjoon. Eles lhe davam esperança de um dia conhecer sua alma gêmea, e viver o mais clichê dos romances que a vida lhe permitir.

 Logo o casal teve que se separar, pelo Jung estar no mesmo ano que Namjoon, e Yoongi estar um ano a frente dos dois. Despediram-se com um selinho rápido, indo para dois lados opostos. 

 – Dois melodramáticos, santa divindade! – Reclamou falsamente o mais novo.

 – Sei. Ache o seu e vai ficar igualzinho! – Riu.

 – Espero achar logo. – Sussurrou inaldivelmente.

†††


2020

– Eu sou real! – Seokjin foi capaz de ouvir durante seu sonho, novamente com o misterioso rapaz.

 O moreno acordara em um salto, assustado com a voz que lhe foi ouvida. Era exatamente como pensava que seria, forte, mas não o suficiente para lhe assustar - exceto desta vez, já que o moreno não esperava ouvi-la. 

 Fez suas higienes matinais calmamente, já que acordara uma hora e meia antes do horário da faculdade. Vestiu seu moletom rosa favorito, uma calça jeans simples e um tênis preto qualquer que achou em seu armário. Tomou seu café com a maior calma que conseguiu, já que a voz do rapaz lhe rondava a mente, sem folga alguma. Era incrível, mal lembrava o que o professor dissera para estudar, e seu cérebro lhe lembrava essa voz a cada segundo. Sonhos não deveriam ser esquecidos ao acordar? Questionava. Se permitiu rir, já que um pequeno ato como este, já lhe tirava dos trilhos em plena manhã. 

 Seokjin tentou se distrair com Miroh do Stray Kids que tocava em seus fones a caminho para a faculdade, o que funcionou, para sua sorte ou azar.

Já perto dos muros do recinto escolar, o moreno avistou Taehyung e Jeongguk vindo da direção oposta a sua. Pareciam calmos e alegres, teria Taehyung finalmente percebido?

 – Jin hyung! – Exclamou o maknae, avistando o dito cujo. – Como estão os sonhos agora uh? – Brincou.

 – Oi, oi pequenos! Bem melhores na verdade, ele disse uma coisa. – Disse tímido.

 – Tenho até medo de perguntar o quê. 

 – Besta! – Riu enquanto batia levemente na cabeça do Jeon.

O Kim mais novo estava quieto, o que era estranho, já que era sempre empolgado e até elétrico pela manhã.

 – Jin hyung, posso falar com você?

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