Como conquistar essa garota

277 24 8
                                    

Felipe se levantou e se afastou dos coqueiros. Se afastava dali, se afastava da imagem de Gizelly Bicalho, ele fugiu do campo de visão da moça.

Ele ainda martelava o que o olhar de Gizelly analisava, mas afastou esses pensamentos. Felipe andou por entre as moitas da praia, ele estava sem destino.

Enquanto caminhava, avistou um rede de pesca, mas além da rede de pesca uma casinha de taipa que era muito bem esticada, e lá havia alguém.

– Bom dia, moço...

– Bom dia... – Felipe respondeu.

Era um senhor de idade, que sorria sorrateiramente para o rapaz.

– Não quis ficar na praia, não? Aproveitar o mar... – perguntou.

O senhor concertava os rasgos que havia na rede de pesca.

– Pode se aconchegar. – disse.

Felipe aceitou o convite e se aproximou do homem observando bem o que ele fazia.

– Fugiu praia? Por que será, hein? Você não sabe tomar sol.

Felipe foi de leve, mas não responde. Uma outra pessoa aparece. Uma figura de uma mulher, enxugando as mãos em um avental.

– Temos visita. – ele exclama para a mulher.

Ela segue até os dois e analisa a figura de Felipe.

– Acho que a visita precisa de um trato. Dê uma olhada nas costas dele.

A mulher sorri, sabia exatamente o que fazer.

– Isso está ardendo, não está? Venha cá, vou lhe ajudar. – chamou Felipe.

Felipe a seguiu, entrando na casinha de taipa. A mulher enche de água uma bacia de plástico e dissolvendo alguma coisa na água.

– Isso é povilho, menino. Remédio bom para os males. – ela mergulha um pano limpo na água, e tira o excesso. – Deite-se aqui. – apontou para o banco.

Felipe se estira de bruços e deixa as pernas avulsas, apoiando o rosto nos braços. E com uma certa delicadeza, a mulher passa a mistura nas costas de Felipe, que relaxa.

– Está gostando? Melhorou um pouquinho? – o homem perguntou.

– Muito melhor. Estou muito melhor. Obrigado. – se sentou no banco e agradeceu.

– Ah! Então aquele olhar comprido, tristinho, vai acabar, logo, logo. – o homem afirmava.

A mulher ri.

– Tristinho por causa do sol? Nada disso! Eu sei o porquê. Isso é por causa da outra metade. Isso é cegueira do gostar. – ela dizia.

– Não, não é nada disso. – disse com euforia.

– De que adianta a boca falar diferente do que o olho diz?

Felipe não disse nada, seu olhar estava fixado no chão, não sabia o que dizer.

– Vocês brigaram? Acho que não. Acho que ela ainda não é tua. Por quê? – perguntava.

– É que eu... eu não sou como... ela gosta. – suspirou.

– Você é como é. E do jeito que é, gosta dela. – segurava o ombro de Felipe com firmeza.

– Mas e ela? O que gosta não é de gente como eu sou. – cruzou os braços.

– Como é que você vai conquistar essa garota? Você tem de descobrir. – e foi o fim da conversa.

mamaram?

Como conquistar essa garota - PrizellyOnde histórias criam vida. Descubra agora