"Amiga"

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Todas as pessoas estavam juntas, reunidas em torno da mesa grande. Era a hora do jantar.

Felipe foi o último a chegar e está no fim da fila, com seu prato na mão. Colocou um pouco de comida no prato e foi se acomodar em alguma mesa.

– E aí, Guilherme? Vai comer isso tudo? Não tem comida lá em São Paulo? – zoou Lucas.

Os olhos de Felipe estão baixos, fixos no prato, pensativos. Gizelly se levanta de onde estava e se aproxima dele trazendo o próprio prato.

– Oi, Felipe, tem lugar pra mais uma? – perguntou ela.

– Claro. – Felipe empurrou Lucas como pôde, abrindo espaço para Gizelly.

Seu coração deve estar acelerado, Felipe estava vermelho e sem graça.

– Onde você se meteu? A turma toda andou te procurando. – olhou para Felipe.

Felipe sorri, nunca sabe o que dizer quando está perto de Gizelly.

– Hum... Andou procurando, é? – arqueou as sobrancelhas.

– Pois é, faltava um para o vôlei. – deu de ombros.

Felipe pensou, quando saiu de lá, os times estavam completos.

– É que, o sol, sabe? Eu me queimei, e bom, esqueci a loção. – colocou um punhado de comida na boca.

– Ué? Por que você não disse? Eu tenho um vidro ainda no comecinho. Quer que eu passe em você amanhã? Afinal, amiga é pra essas coisas. – sorriu de lado.

Amiga? Ele ficou pensando nessa palavra, ficou desorientado. Claro, são amigos, o que estava pensando?

Mas a expressão dele se torna sombria, pois seu coração gostaria de um pouco mais de Gizelly. Um pouco mais do que simplesmente "amiga". Aliás, o coração de Felipe quer tudo de Gizelly.

Seu rosto se torna triste, queria que aquela palavra não tivesse tanto efeito em você. O clima era silencioso.

Nenhum dos dois tentava quebrar aquela tensão. Gizelly cutucava os alimentos no prato sem saber o que dizer, e Felipe se concentrava em olhar sua comida sem ao menos desviar o olhar.

Depois do jantar, todos resolveram se reunir na beira da praia. Felipe se encolhe na areia e observa a imensidão do mar. Sozinho e feliz, na presença da natureza.

Atrás dele, um grupo tocava violão. Uma voz feminina inicia uma canção de amor. E então Felipe sente uma presença perto de si.

– Um dia inteiro de praia dá um cansaço, não dá?

Era Gizelly. Sorria como nunca, seu sorriso singelo e único que só ele era capaz de desmontar Felipe.

Mas alguém chama Gizelly, e Felipe nem se dá conta de quem.

– Gizelly! Vem cá, canta aquela. – adoravam quando Gizelly cantava, pois era diversão garantida.

Ela se afasta de Felipe e vai até a roda, e não foi nem preciso perguntar qual era "aquela". Gizelly cantava Ponto Fraco.

Felipe gira o corpo, ignorando agora o mar e focando na moça. Gizelly cantava de um jeito desengonçado, todos gargalhavam e até ela mesma. Já Felipe, sorria abobalhado.

Se levantou para se aproximar e observar melhor.

Todos estavam animados, por conta da bebedeira, Flayslane já estava bêbada, se não fosse por Felipe, ela teria caído no chão.

– Você é meu amigo... de verdade. Pode deixar que eu estou bem, só quero respirar um pouco de ar. – dizia tudo enrolado.

Felipe a segurava para levar para o quarto, estavam distantes de todos.

– Você já está melhor? – dizia ele preocupado.

– Você é muito bonito, Felipe. – ela acariciava o rosto febril dele.

Mas alguém se aproxima dos dois, é Gizelly. Ela segura o outro lado do corpo de Flayslane e foram caminhando.

Quando chegaram ao quarto, a moça já estava totalmente apagada. Gizelly e Felipe estavam voltando para a turma animada.

Só os dois, naquela areia fria e a luz da lua. No meio do caminho, Gizelly para e se aproxima de Felipe, beijando sua bochecha.

Na sua cabeça estava "um beijo de boa noite, um beijo de amiga". Mas esse toque fez um sorriso brotar em seus lábios.

Mas afinal, eram apenas amigos.

capítulo dedicado para meu amigo plablo
até o próximo amigos e amigas

Como conquistar essa garota - PrizellyOnde histórias criam vida. Descubra agora