(Volvere Junto a Ti) EU VOU VOLTA PARA VOCÊ - 2020 RABIA

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Genilda sempre foi uma mãe muito amorosa para Rafaella, super carinhosa. Mas quando Rafaella andava fora da linha ela não passava a mãe em sua cabeça, por isso Rafaella nunca aprontava nada, mas sobre tudo ela era disciplinada por natureza mesmo, sempre gostou de fazer as coisas certas e tinha prazer nisso. Já seu pai sempre foi quem passava a mão na sua cabeça, e até cobria suas estripulias, era um grande companheiro.

Rafaella havia acabado seu banho, vestiu uma calça e blusa de moletom rosa, acabava de pentear os cabelos, enquanto o beijo não saia da sua cabeça, tentava entender o porque de não conseguir ter resistido e empurrado Bianca ao invés de se entregar com aquela vontade louca a uma garota que ela detestava e ainda mais sendo uma pessoa do mesmo sexo que ela, não entendia aquela força que a puxava para ela e isso a irritava muito. Também pensava no baita xingo que ia levar da sua mãe, estava preparando os ouvidos já.

No quarto de Bianca ela também havia acabado seu banho, vestido um conjunto de moletom também, fazia um friozinho por causa da chuva, já tinha penteado os cabelos e estava sentada na cama lembrando do beijo, tentando entender também que atração era aquela que seu corpo tinha pelo de Rafaella a ponto de sempre agarrá-la quando se encostavam demais, como poderia sentir isso por alguém que detestava?

Voltando a Rafaella, ela respirou fundo e se encheu de coragem, já havia feito hora demais se encorajando, não tinha jeito, tinha que descer pra falar com sua mãe. Ela saiu do quarto, fechou a porta e desceu bem devagar sem pressa alguma, queria adiar os chingos por uns minutos, desceu as escadas em passos lentos e por fim chegou a sua mãe, a mesma se levantou e ordenou que ela se sentasse no sofá. Assim ela fez enquanto Rodolffo estava no outro sofá.

Rafa: Mamãe, antes da senhora falar deixa eu explicar ...

Genilda não a deixou terminar.

Genilda: Explicar o que Rafaella? Que cometeu essa irresponsabilidade? Que veio da cidade até aqui dirigindo um carro e sem carteira? Que a policia podia ter te pegado? Que meu carro iria ser apreendido e que poderia ter acontecido algo com você também?

Rafa: Não precisa falar assim comigo também. (falando baixo)

Genilda: E quer que eu fale como depois do que você aprontou? (nervosa) Muito me admira você Rafaella com essas atitudes, você não é mais criança pra aprontar essas coisas.

Hora dessas Bianca já estava lá em cima perto da escada ouvindo tudo, ouviu quando Rafaella abriu a porta do quarto saindo e saiu em seguida.

Rafa: Eu nunca faço nada, nunca aprontei nada e num erro já me trata assim como se eu vivesse aprontando.

Genilda: Vai querer defender seu erro com isso? Tem noção do quanto fiquei preocupada com você? Não chegava nunca e achei que alguma coisa poderia ter acontecido.

Rafa: Eu entendo sua preocupação mamãe, mas to me sentindo como se eu fosse a pessoa mais errada do mundo.

Genilda: Hoje você foi. Passou dos limites. (nervosa)

Rafaella abaixou a cabeça chorando, se lembrava da boa filha que era e sempre ficava fora de confusões, nunca deu desgosto algum para a mãe, sempre estudiosa, centrada, a ajudava com tudo na fazenda, abriu mão de uma adolescência como a de todas os outros adolescentes para assumir tudo com sua mãe desde que seu pai morreu e parecia que nada era reconhecido ali, por um mísero erro cometido. Esse era o mal de ser a filha "PERFEITA" porque na hora em que erra é crucificada.

Genilda: Sempre foi tão responsável e madura para sua idade e me vem com uma dessas, espero que isso não se repita mais Rafaella!

Genilda falava usando palavras duras e um pouco nervosa. Rafaella queria botar tudo pra fora e falar como se sentia, mas estava muito chateada com as palavras da mãe para querer discutir algo. Bianca olhava a cena indignada, realmente ela não se entendia com Rafaella e achava que seria muito divertido ver ela levando uma baita bronca da mãe, mas reconhecia que Rafaella realmente era toda certinha e a mãe dela não tinha do que reclamar, e aquilo que aconteceu dela pegar o carro sem carteira foi nada demais, pelo menos perto das coisas que ela já aprontou. Sentiu pena de Rafaella chorando ali e sua mãe fazendo aquele exagero todo por algo tão bobo, se lembrou de quando seu pai a xingava assim e nunca entendia seu lado, para ela era sempre assim, os pais só querem xingar e xingar e nunca ouvir ou tentar entender o lado deles, as vezes o que eles querem é apenas serem ouvidos. E como Rafaella a deu uma carona para ir embora pra casa e a livrou de ficar plantada sabe Deus até que horas esperando por um táxi naquela chuva forte, ela achou que era uma boa hora para retribuir o favor. Diante disso tomou uma atitude. Desceu as escadas e andou até o lado de Genilda a encarando séria.