Passei uns minutos aqui... tentando encontrar as palavras perfeitas para começar a contar a história da minha vida. Bem, não as encontrei. Talvez porque perfeição não seja uma palavra coerente na minha realidade. Hoje acabei de descobrir que meu pai encontrou uma pessoa especial, ele está feliz percebi isso nos últimos meses. Mas eu não.
Vou começar do começo. Eu era uma garotinha alegre e feliz até os meus 10 anos... onde tudo mudou. Minha mãe acordou bem cedo e foi me acordar como de costume. Senti seu cheiro de manhã e o calor de seus beijinhos na minha testa me pedindo com carinho para que acordasse. Levantei com a preguiça matinal de sempre, me arrumei, tomei meu lanche. Ela pegou o carro e nós partimos até a minha escola. Nem ao menos tinha trânsito, eu abri minha mochila e fui lhe mostrar um desenho que tinha feito, lá estava eu e ela em um lindo jardim e na parte superior havia uma mensagem que dizia '' Te amo mamãe'' ela se virou rapidamente para a parte de trás do carro...Mãe: Que lindo filha, eu também te amo - seus olhos brilharam e ela estampava um doce sorriso
Foi quando tudo girou e um barulho ensurdecedor penetrou em meus ouvidos, foi tudo muito rápido e tudo foi se apagando lentamente. Só me lembro de acordar com uma luz muito forte... em um lugar todo branco. Meu pai estava ao meu lado. Perguntei pela minha mãe ele apenas me abraçou e nós dois começamos a chorar, eu estava fraca e naquele momento quis nunca ter acordado.
Pelo que fiquei sabendo apenas anos depois do acidente. Um carro atravessou o sinal no momento errado e quando minha mãe viu que ia se chocar com ele, tentou desviar mais acabou capotando. Apesar de todos me dizerem que o motorista do outro carro estava errado , eu nunca vou tirar da cabeça que eu fui a culpada pela morte da minha mãe. Afinal eu a distrai, eu devia estar morta e não ela.
Minha vida passou e eu nunca fui a menina doce que era. Não havia motivos para sorrir, sem a minha mãe eu não era nada, não fazia sentido. Prometi a mim mesma nunca sofrer por ninguém e nunca deixar que as pessoas tenham oportunidade de me abandonar. Não que minha mãe tenha feito isso, mas... ela devia estar comigo agora.
Tenho poucas amigas porque não tenho paciência para frescuras de meninas. Eu perdi a coisa mais importante da minha vida, não consigo ficar perto de pessoas que choram porque o namorado não ligou ou porque a unha quebrou. Isso não é pra mim. Além de tudo, sou meio desboca, algumas pessoas dizem que sou ousada haha Fala sério. Eu só não tenho medo de ninguém, se um garoto vier gritar comigo ou ser grosso vou gritar mais alto que ele, vou ser mil vezes mais grossa. Só pra mostrar quem manda.Pai: Filha, você não vem jantar??? - gritou provavelmente da sala
Eu: Já tô indo!!!
Meu pai é demais. Sei que ele trabalha muito, mas eu entendo. Sempre que ele pode está comigo. Gosto quando íamos pescar ou melhor quando acampávamos, uau bons tempos. Depois que minha mãe faleceu, ele nunca mais ficou com ninguém,só pensava no trabalho. Sei que ele sofreu demais e até hoje sofre. Por isso estou com medo dessa tal mulher que ele arranjou. Primeiro: Não quero que ele sofra. Segundo: Ninguém nunca vai roubar o lugar da minha mãe e Terceiro: Ele é a única pessoa que tenho, ninguém vai tira-lo de mim.Eu: Nossa, a que devo este banquete? - disse quado avistei a bela mesa do jantar repleta de coisas
Pai: Bom, primeiro porque eu te amo muito e segundo porque tenho uma notícia para te dar - O que será?
Eu: Ai me conta!
Pai: Melhor comermos primeiro! Senta aí - eu me sentei e comecei a colocar a comida no prato
Eu: Ah não me aguento de ansiedade, conta logo por favor - estava ansiosa para saber
Pai: Eu... eu vou... - ele parecia meio nervoso
Eu: Fala pai
Pai: Eu vou me casar filha - Oi? O que? Como? Senti meu corpo sair de órbita
Eu: Como assim vai se casar?
Pai: Se lembra quando eu falei que conheci alguém especial e...- o interrompi
Eu: Ah tá, e agora do nada vai se casar? Você ficou maluco? - me levantei da mesa
Pai: Senta aí Seunome, isso é sério. Eu gosto mesmo dela
Eu: Não quero saber! - gritei- Você não pode simplesmente chegar e anunciar isso como se fosse normal, quer saber? Perdi a fome- saí correndo dalí e ignorei os gritos do meu pai me chamando de volta
Como assim ele vai casar? E é com uma mulher que eu nem conheço. Fala sério. Que droga. Queria falar com a minha vó com certeza ela tentaria tirar essa ideia estúpida da cabeça do meu pai. Mas ela mora longe de mim, eu e meu pai nos mudamos a alguns anos para Chicago, nossa vida é bem movimentada. A cidade ferve e parece nunca dormir. Apesar de ainda ter 15 anos, já saí para algumas festas e sabe... eu adoro me divertir ou pelo menos tentar me livrar dos demônios da minha alma que tanto me fazem mal.
Não ligo do meu pai namorar, mas casar? Já? Que feitiço essa mulher tem? Quero que ele seja feliz, todos merecemos, mas sei lá... estou sentindo uma coisa estranha. Eu nunca namorei, bem... tive um rápido relacionamento com um garoto que nem quero pronunciar o nome a uns 5 meses atrás. Acontece que ele era um idiota que ficou com a minha arqui-inimiga na minha frente. Cheguei a humilde conclusão que nenhum homem presta e que eles tem um único objetivo em relação as mulheres, usar e depois jogar fora. Por isso farei o mesmo com eles, porque assim fica uma coisa justa.
Pai: Filha! Filha! Abre essa porta - disse com a voz abafada atrás da porta
Eu: Me deixa, quero ficar sozinha - gritei sem ser grosseira
Pai: Poxa filha, você não quer minha felicidade? Eu estou dizendo, eu amo essa mulher. Não faz isso comigo querida. - disse e isso me deixou mal
Que tipo de pessoa eu era? Droga! Meu pai estava tentando recomeçar sua vida, enfim depois de 5 anos sozinho. Acho que devo dar uma chance mas ao mesmo tempo... caramba se eu disser que gosto da ideia estarei mentindo. Por via das dúvidas resolvi tentar. Meu pai marcou um almoço para que a gente se conhecesse , ela morava na Inglaterra, então veio até Chicago para me conhecer!
Pai: Essa aqui é a Anne filha - ela estampou um sorriso e me abraçou, eu tentei, ser o mais simpática possível pelo meu pai
Anne: Uau, você é mais bonita do que nas fotos - Sempre esses elogios né? aiai nem falo nada
Eu: Obrigada. - disse sem vontade
Tivemos até que um almoço agradável, ela me falou da sua vida na Inglaterra, ela era Design. Tinha dois filhos. Uma menina que estava fazendo faculdade no Canadá e um garoto que tinha praticamente minha idade.
Anne: Acho que você e meu filho se dariam bem.
Eu: Ah é? Como ele é?
Anne: Ele é muito alegre, alto astral. Adora rock, ele gosta muito de cantar, vocês tem muito em comum
Eu: Que legal - disse sem empolgação nenhuma, não sei porque me senti estranha como se quisesse que aquela palhaçada acabasse ali mesmo e eu e meu pai voltássemos para nossa casa.
Pai: Filha, te chamei aqui para falar uma coisa séria - Ai de novo esse lance de casamento
Eu: Mais novidades é pai? Uau você está tomando muitas decisões sem mim não é? - dei-lhe uma alfinetada e Anne abaixou a cabeça visivelmente desconfortável
Pai: Sim, estou tentando dar um rumo melhor para nossa vida. E decidi que vamos nos mudar para Inglaterra - O que? Não, não pode ser!
Eu: Como assim? Espera... você quer que eu me mude só por causa dessa loucura de se casar? Ah não. - aumentei meu tom de voz
Pai: Fala baixo Seunome e vai ser melhor para você, é uma cidade tranquila e Anne poderá te ajudar a ser mais... - Mais? O que? Mais mulherzinha? Fala sério, eu mereço hein?
Eu: Não quero saber! Não preciso dela pra nada. Não vou a lugar nenhum - gritei, empurrei a mesa com tudo e vi a cara da Anne formar um ''O'' meu devia estar morto de vergonha, mas não estava nem aí. Ele que queria arruinar minha vida
Fui correndo para a saída do restaurante e corri para a rua. Eu só queria sumir dali. Como meu pai me dá uma notícia dessas assim? Ele nem perguntou o que eu achava, apenas me informou que simplesmente tudo iria mudar drasticamente. Voltei para casa horas e horas depois, fiquei vagando sem rumo pelas ruas movimentadas do Centro, até que decidi voltar. Meu pai me aguardava na sala preocupado. Depois do sermão, não teve jeito.
Aquilo não era um pesadelo. Eu realmente iria morar na Inglaterra e você não sabe o pior... meu pai queria começar a viver com a Anne, e como ainda não tinham comprado uma casa para os dois... a senhora Boazinha ofereceu a casa dela para a gente ficar e o maravilhoso do meu pai aceitou. Esse é o início do fim da minha vida.
Três meses se passaram e chegou o grande dia. Eu odiava despedidas por isso não contei a ninguém que iria embora. Eu também não tinha laços muito fortes de amizade em Chicago. Peguei os posteres das minhas bandas preferidas, incluindo do AC DC e o do The Strokes. Anne falou que eu poderia ficar no antigo quarto da filha dela, Gemma. Ela tentava ser sempre simpática e eu fingia muito mal retribuir suas gentilezas porque meu pai pediu muito.
Entrei no avião, coloquei meus fones de ouvido e dormi praticamente a viagem inteira. Meu pai já estava lá, na verdade ele ia para a Inglaterra praticamente toda semana e isso me irritava profundamente. Cheguei no aeroporto e meu pai e Anne estavam com uma plaquinha escrito meu nome. Acenei e eles sorriram, meu pai me abraçou forte e Anne fez o mesmo. Achei estranho demorar tanto para chegar na cidade, foi quando chegamos...Que cidade mais parada... esse era o fim do mundo por acaso? Só faltava passar aqueles feninhos solitários que tem nos filmes. Chegamos na casa da Anne, era bonita. Tinham dois andares, parecia aquelas casas das famílias tradicionais mesmo. Meu pai foi pegando as malas.
Anne: Querida, sei que pra você, isso tudo deve ser uma loucura. Mas eu amo muito se pai e quero que você se sinta como se estivesse em sua casa. A partir de hoje essa é a sua casa - ela me abraçou de lado e sorriu
Eu: Obrigada Anne. - sorri de volta
Anne: Vem vou te levar para conhecer seu quarto. - ela foi me mostrando as partes da casa, até chegar no quarto que eu ia ficar
Eu: Aquela porta ali é de que?
Anne: É do quarto do meu filho... pena que ele não está em casa. Mas logo você irá conhece-lo
A ideia de ter um ''irmão'' me embrulhava o estômago. Nem sei como tratar um desses. Vai ser complicado. Tomei um banho e decidi que ia dormir um pouco estava muito cansada da viagem. Fui avisar ao meu pai... passei pelo corredor e vi a porta do quarto do filho da Anne entreaberta. Como sou muito curiosa decidi entrar. Nossa, estava um pouco desarrumado, mas mesmo assim tinha um cheiro bom no ar. Nem prestei muita atenção no resto, quando me deparei com uma estante cheia de discos de vinil. Eu adoro música, e comecei a vasculhar para ver se achava alguma banda legal, me surpreendi, eu amava aquelas bandas. Uau, fiquei perdida ali...xxxx: Quem é você e o que faz no meu quarto??? - uma voz rouca quase me fez ter um infarto
Me virei com o susto e agora sim iria ter um infarto. Que olhos... que boca... que cabelos...que corpo e que voz também... OMG
Eu: Sou... a Seunome
Ele: Hey, o que você faz com isso? Não toca! É meu disco preferido - ele tirou aquele vinil das minhas mãos com brutalidade
Eu: Desculpa garoto não sabia. Da próxima vez coloca em um cofre - disse grossa também
Ele: Da próxima vez você não entra no quarto dos outros sem ser convidada - Ai, essa doeu.
Eu: Quer saber? Não vou ficar mais aqui
Ele: Espera, você é a filha do George ( esse era o nome do meu pai dã)?
Eu: Sou e você deve ser o filho da Anne
Ele: Meu nome é Harry, desculpa , acho que começamos do jeito errado- ele estendeu a mão e eu deixei ele no vácuoEu: Não, eu acho que a gente começou do jeito certo. - Simplesmente disse e saí, quem esse garoto acha que é para me tratar daquele jeito?
Entrei no meu quarto e tranquei a porta. Que droga! Agora vou morar na mesma casa de um garoto insuportável. Valeu mesmo hein? Pai. Sua felicidade e em troca a minha desgraça. Ótimo.CONTINUA...
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It was meant to be :::::::: Isto era o destino/ Era para ser assim
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Little Things
FanfictionE se de uma hora para outra seu pai decidisse se casar novamente? E se você descobrisse que agora teria um novo irmãozinho? E se esse irmãozinho fosse Harry Styles? Seunome é uma garota divertida, ousada, provocante, ela é do tipo que não leva desa...