Sigiloso

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Havia a muito tempo uma família que vivia no interior de uma aldeia em Londres que outrora foi palco de uma grande carnificina envolvendo bruxas e entidades religiosas.

Era uma aldeia fantasma; quase ninguém morava mais lá. O sangue dos inocentes que foram mortos aí, ainda gritava por justiça. Foi um acontecimento que abalou aquela pequena aldeia e seus aldeões. A maior parte das pessoas que sobreviveram, tiveram que fugir para outras localidades, pois aquele lugar já não era apropriado para se habitar, já não crescia relva, as árvores pararam de dar frutos e o verde desapareceu totalmente.

A família que lá habitava numa casa pequena feita de madeira, antiga e quase caindo ao bocados era composta por três pessoas, a mãe, a Ana e o André o irmão menor. Eles queriam sair dessa aldeia mas tinham esperanças que o Roger, o pai de família, voltaria para eles e os levaria para uma terra mais próspera e que poderiam sair daquele lugar, mas ele nunca voltou.

André estudava numa escola no centro da cidade de Londres, um tanto distante de casa, e as vezes, ele vinha acompanhado por um outro menino. Esse rapaz sempre acompanhava o André à escola e quando voltavam, ele simplesmente sumia antes mesmo que André podesse dizer adeus. Mas André já tinha se acostumado com isso então nunca ficava chateado, ria um pouco e entrava para dentro de casa.

A mãe de André achou estranho ele sempre chegar acompanhado, mas ela nunca via quem era a pessoa que acompanhava ele até a casa. " Será que temos vizinhos?", pensou.

Já no jantar a mãe ainda inquieta com a situação decide perguntar ao André sobre o outro rapaz.

- André, quem é o rapaz que vem sempre contigo? - Perguntou a mãe.

- Ele Disse pra não contar. - Respondeu comendo o André.

- Como assim querido, conta pra mim! - Falou olhando para o André.

- Ele disse que só faz isso por causa da Ana. - Respondeu o André.

- Por causa de mim? - Perguntou a Ana.

- Sim! - Disse o André.

- Mamãe fala nesse teu filho retardado pra parar com essa conversa. - Reclamou a Ana.

- Retardada é você. - Disse André meio furioso.

- Pronto crianças já chega, André eu quero conhecer esse seu amigo. - Disse a mãe.

- Sim mamãe. - Respondeu comendo o André.

Após terem terminado o jantar, o André ajudou a Ana lavar a louça.

- Porque que você é assim tão esquisito - Perguntou a Ana.

- Eu não sou esquisito. - Disse o André.

- Então porque fica falando essas coisas estranhas - Reclamou a Ana.

- Eu apenas digo a verdade Ana, o... não posso dizer, ele me fez prometer que não diria nada a ninguém. - Falou o André.

- Ele quem André, você não confia em mim? Não confia na sua irmã? Eu protejo você. - Falou sorrindo e colocando a mão no ombro de André.

- Ele disse que fará você pagar. - Disse André meio preocupado.

- Ninguém pode mexer com a nossa família, além do mais você vai me proteger não vai. - Falou olhando para o André sorrindo.

O Menino Sem RostoOnde histórias criam vida. Descubra agora