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Sabina Hidalgo


Caminho pelo pátio da escola desanimada como sempre, pego algumas frutas na cantina e me sento em uma mesa vazia.

E essa é a minha rotina na escola, nada demais, eu sei. Observo ao redor, de longe vejo as patricinhas esnobes, os nerds, os skatistas e jogadores de futebol, bem clichê eu sei.

E eu, sozinha, alone, solo, já entenderam que sou isolada né? No começo me incomodava, mas agora não ligo mais, reconheci que meu brilho é muito forte e ninguém nessa escola é capaz de suportá-lo.

Empurro minhas cutículas com as minhas próprias unhas, céus, necessito de uma manicure.

- E ai, Sabi. - a voz ao meu lado me faz ter leve sobressalto pelo susto. Olho em volta para ver se é comigo mesmo porque é tecnicamente impossível. - Sabina?

É, era comigo mesmo, cheguei nessa conclusão quando ele sentou ao meu lado, o que me deixou mais assustada ainda.

- Ah... Oi Noah. - tento dar um sorriso pequeno que não demonstre meu nervosismo e raiva que eu estava dele. Não, calma, Mari que estava com raiva, não eu Sabina.

Aí eu lembro que sou a Mari, merda de vida. Eu sou tudo nessa vida, menos atriz, como vou disfarçar meu ódio momentâneo por ele?

- Como você está? - Questiona parecendo realmente interessado, falso, isso que ele é.

- Estou bem, e você? - tento parecer simpática e falho miseravelmente.

- Estou bem, está sabendo do jogo de amanhã né? - Lógico que estou, hoje é quinta, todas as sextas têm os jogos, o quais nunca fiz questão de ir.

- Impossível não saber, o pessoal fica todo agitado nas quintas. - comento soltando uma risada leve.

- Espero te ver lá. - Ele me olha e sorri, droga, ele não tem esse direito merda.

- Eu nunca nem fui em um desses. - Digo deixando meu pavor transparecer. - Sem chances, Urrea.

- Ah vamos, Hidalgo. Vai para torcer por mim, me dar sorte. - Ele faz aquelas carinhas de cachorro pidoncho.

- Não, sua torcedora número está vindo aí, boa sorte no jogo de amanhã Urrea. - Enquanto Zoe se aproxima eu me retiro da mesa, a última coisa que preciso é de um barraco com a namorada possessiva dele.

- Te espero lá amanhã lá, Hidalgo. Vou guardar um lugar para você na frente. - ouço ele falar antes de dar eu dar as costas e ouvir a voz irritante de Zoe.

Não tem a mínima possibilidade de eu ir a esse jogo, qual é? Ele me tratou mau como Mari, tudo bem ele não sabe que sou eu, mas enfim, agora quer vir todo simpático, não sou otária não. Ele que fique me esperando sentado, porque me pé vai cansar.

𝕸𝖊𝖘𝖘𝖆𝖌𝖊𝖘 ; 𝙐𝙍𝙍𝙄𝘿𝘼𝙇𝙂𝙊 {Concluída}Onde histórias criam vida. Descubra agora