Prólogo.

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Abro lentamente os olhos e raios de sol entram em minhas pupilas, marcando assim meu despertar naquela manhã. Acabo me levantando e esticando todo meu corpo, olhando para o outro lado do quarto e notando que a cama de minha irmã já estaria arrumada, ela é sempre tão organizada. Ainda de pijama, que se tratava apenas de uma camisola, saio daquele cômodo, não me preocupando em arrumar nada. Ando pelos corredores e vou até a escada, onde desço pela mesma, que rangia a cada degrau que meu pé encostava. Como estava com fome, vou até a cozinha e percebo que estava vazia, nada diferente. Enquanto pegava alguns biscoitos dentro de um pote, acabo falando sozinha.

- Parece que minha irmã saiu de novo, e meus pais devem estar naquele trabalho - Digo, comendo um biscoito logo depois.

Minha mãe e meu pai estão quase sempre trabalhando dentro do porão de casa, então quase nunca os vejo. Não sei o que fazem lá, mas desde meu último aniversário, que aconteceu dias atrás, não costumo chegar perto daquele local pois o mesmo começou a feder. Minha irmã é um tanto estranha, sempre bem organizada mas raramente aparece em casa, aparentemente passa o dia estudando na cidade e só volta quando estou dormindo.

Depois de comer alguns biscoitos e saciar minha fome, vou até a sala e vejo que meu gato estaria dormindo no sofá, apenas dando um sorriso em direção ao mesmo. Meu gatinho se chama Jack, o que pode parecer um nome estranho para um animal tão fofo. Olho para os móveis da sala enquanto pensava o que fazer, reparando no grande relógio quebrado feito de madeira que papai nunca conseguiu concertar, mas mesmo assim ainda ficava pendurado na parede.

Me dirijo até meu quarto depois naquela pequena caminhada pela casa, arrumando minha cama e olhando pela janela por algum tempo.

- Se não me engano, o jardineiro vem hoje, me pergunto que tipo de histórias me contará hoje...

Algumas vezes na semana, um jardineiro vem aqui arrumar nosso jardim. Ele não é tão prestativo então sempre preciso fazer alguns ajustes, mas como ele sempre me conta histórias legais e meus pais gostam dele, sempre continua vindo.

Parece que o universo estava esperando esses meus pensamentos, por que escuto a campainha tocando, e provavelmente era o jardineiro. Saio do meu quarto e desço rapidamente as escadas, ainda de camisola, indo em direção a porta principal. Já fazia alguns dias desde que ele não vinha aqui, e como era minha única companhia em algumas tardes, sempre fico feliz quando vem na nossa casa. Abro rapidamente a porta e percebo que de fato era o jardineiro, mas ele estaria um pouco estranho, embora não sei dizer o motivo disso.

Simplesmente fico algum tempo olhando para ele, enquanto o mesmo retribuía meu olhar. Ficamos ali sem falar nada por alguns momentos, enquanto eu sentia uma estranha sensação de incômodo. O que poderia ser aquilo?

Continua no próximo capítulo. Agradeço a todos que leram até aqui.

Vanberg - A história de Alice.Onde histórias criam vida. Descubra agora