-Terceira Pessoa Narrando
Ka#####..
Hum, o que é isso?
kaa#####?
Parece tao calmo, tão sereno.
##cchan?
É tão distante, eu não consigo ouvir direito
ei, ka....Me lembra vagamente algo, é comigo?
kacchan
O que significa? eu não consigo entender direito
kacchan!..
Sim, não deve ser nada.
ka...cchan...Nada de importante, logo eu vou esquecer.
kacchan!...kacchan ei
...
(Sete anos atras)
-ei kacchan, por que esta fazendo isso, voce não é assim, eu sei -disse deku um pouco assombrado apenas observando o outro garoto apontar o estilingue na direção da arvore por de tras do arbusto
-quieto deku, voce não entenderia ja que é um quirkless -sussurrou o loiro concentrado(droga, esse deku de merda não cala a boca, não vê que eu estou tentando impressionar os garotos do sexto ano?, ele esta simplesmente me atrapalhando, por que não some?!) pensou bakugou bravo-isto foi cruel..-sussurrou deku um pouco magoado, enquanto o grupo de outros cinco garotos se encolhiam atras de bakugou, o analisando. Bakugou, em um chicotada no ar soltou os dedos, a pedra acertou o pé de um dos passarinhos que estavam descansando na arvore, a ave se desesperou e tentou voar, logo caindo no chão.
-INCRIVEL! -um dos garotos do grupo gritou completamente maravilhado, katsuki fez pose de vencedor e convencido, e logo os garotos correram para ver o passaro de perto, deku apenas os seguiu timidamente, chegando perto o suficiente bakugou sorriu olhando seu trabalho, aprontou o estilingue o apontando para o passaro com a intenção de terminar o trabalho, quando ouviu um grito o interrompendo
-KACCHAN! -gritou o esverdeado que logo estava correndo para frente de bakugou, o loiro nem mesmo desviou os olhos do alvo-o que foi dessa vez deku -perguntou o garoto explosivo
-voce vai matar ele assim, ja chega -disse se pondo na frente do passaro, por um momento bakugou cogitou o pensamente de dar a pedrada bem no rosto de izuku
-e o que voce acha que estou tentando fazer idiota, agora saia da frente -disse ja estressado abaixando o estilingue e dando um passo mais proximo de deku
-eu não vou deixar -deku disse tentando fazer uma parede com seu corpo, bakugou rangeu os dentes
-e quem voce pensa que é pra me impedir de alguma coisa, huh? -perguntou empurrando izuku que caiu de bunda no chão se ralando
-kacchan, por favor -ele implorou olhando bakugou nos olhos, ele confiava no outro com sua vida, seus olhos brilhavam com sentimento de carinho, de repente um estralo alto se formou e izuku se encolheu levando um susto, olhando em seguida horrorizado para bakugou com seu estilingue na mão, o loiro o olhava indiferente e frio, como aquilo machucou o esverdeado...
-deku inutil -disse o loiro vendo os olhos de izuku perderem um pouco do brilho e as bordas começarem a encher de agua, izuku acreditou nele, o choro não era apenas pelo passaro, bakugou se virou andando para longe, com um ultimo flash de deku se debulhando em lagrimas e soluçando com os joelhos ralados e um pouco sujo de terra, mais uma vez havia quebrado a confiança de izuku, e partiu deixando ele chorando..
chorando..
chorando..
-HAH, agh.. -bakugou abriu os olhos rapidamente, sentando na cama, suspirando alto com uma lufada de ar como se estivesse sufocando, acordando com um grito silencioso preso na garganta, completamente desnorteado olhou em volta, estava em seu quarto, tentando relembrar o que estava fazendo, completamente sem rumo, respirou alto, passou uma das mãos na nuca sentindo o suor escorrendo, ele estava encharcado, pingos escorrendo desde a lateral de seu rosto ate suas costas e suas mãos, suor frio, gelado, ainda estava respirando rapido, quando notou que uma de suas mãos agarrava fortemente a camiseta no local do peito, se lembrando agora vagamente da dor que havia sentido no lugar, ele pensou que teria uma parada cardiaca, enterrou o rosto nos braços tentando se lembrar;
Com o que eu sonhei mesmo?..
Novamente, ele não se lembrava de nada, apenas aquela dor, aquele vazio no peito sempre que acordava, sempre suando frio, sempre com lagrimas nos olhos, sempre queria gritar, algo entalado em seu amago, parecia preso, agarrado por dentro, e sempre que ele iria por pra fora ele acordava, e nada saia, apenas sua respiração presa como se sufocasse a noite inteira, ele estava em agonia eterna.
Faziam anos que ele foi diagnosticado com alguma sindrome do sono, ah, terror noturno, o medico disse, e essa sindrome era considerada normal em crianças, ja que ele foi diagnosticado na faixa dos 7 anos, e como dito por um tempo isso passou, mas pouco mais de um ano essas coisas estranhas haviam voltado, bakugou não contou pra sua mae nem nada do tipo, mas as coisas estavam piorando a cada dia.
Tirou a camiseta e enxugou o suor do rosto, seus cabelos pingando suor frio, se levantou sentindo os pes formigarem sobre o chão pelo choque de ter acabado de acordar de mais um desses pesadelos malditos, o sentimento durava alguns minutos depois que acordava ainda, parecendo que ainda estava dormindo. Caminhou ate o banheiro do quarto e se enfiou embaixo do chuveiro de roupa ainda, ligando a agua fria direto em seu rosto, respirou rapido começando a despertar e deixar para tras toda essa loucura do sono.
Quando começou a ter o terror noturno, ele tinha se distanciado totalmente de izuku, pouco depois de ter sua individualidade ele desprezou izuku por mais um tempo, para depois o afastar com todas as suas forças, ele nem mesmo se dava o trabalho de lembrar, mas ele nunca entendeu por que ele sempre empurrou o garoto e ele voltava sempre atras dele. A questao é que ninguem nunca presenciou um caso como o de bakugou, por que o terror noturno dele era bem silencioso, ele nunca acordou gritando, nem mesmo correndo, parecia bastante com paralisia do sono tambem, ele se sentia preso, imerso, mas nunca se lembrava do sonho, na hora era horrivel, era a unica coisa que sabia, mas quando acordava sua mente ficava em branco. Katsuki na verdade guardava muito remorso de todas as vezes que ele machucou izuku, mas ele era muito orgulhoso para de fato sentir isso, entao a parte dele que realmente sofria com isso era seu inconsciente, apenas quando dormia todo o terror do que fazia com izuku via a tona.
Ele desmanchou sua amizade com o garoto por medo de sentir algo que ele não entendia, então ele encontrou todos os motivos para odiar o garoto, e pobre bakugou, ele realmente acreditava que odiava izuku, sem saber que no fundo ele se odiava por fazer tudo aquilo. Quando se distanciou pela primeira vez, teve terror noturno pela abstinencia de ficar longe de deku, então começou a ficar perto dele para o 'odiar', para ter mais certeza ainda que odiava deku, ele tinha que o desprezar, isso aumentava seu remorso, tornando tudo um ciclo vicioso, em que bakugou destruia sua propria mente. Todo dia era pior, ele sempre acordava suando, era um ciclo tão desgastante que muitas vezes bakugou queria explodir algo de odio, se pelo menos ele soubesse o que passava por seu inconsciente assim como um tufão, era tão obvio que este tornado tinha nome e sobrenome, mas ele se convenceu tanto desde o inicio que odiava deku que o garoto esverdeado nem mesmo passava perto de ser uma sugestão.
Bakugou fingia tão bem que nem mesmo ele conseguia ver sua verdadeira face, talvez
ele tenha se perdido no personagem.
Ele era tão obcecado no garoto esverdeado, hah, como podia não perceber?..
-9:23 Depois do incidente no incio da aula
A aula corria normalmente, bakugou como sempre era o centro das atenções, sempre o popular, sempre o adorado, sempre o que todos ouviam, todos riam, todos beijavam os pés, ate mesmo os professores pagavam pau para o loiro por sua individualidade. Na fileira do meio, um pouco mais para tras um pequeno arbusto verde escrevia na velocidade da luz, ele tinha os olhos afiados prestando atenção em cada palavra, parecia uma aguia, ninguem nunca dava credito ao verdinho, e ele era em si o aluno mais inteligente da classe, talvez ate da escola, mas num mundo de individualidade, inteligencia não faz fama, pelo menos isso não funcionava para deku. Bakugou olhou de canto para a caneta de izuku se mexendo rapidamente enquanto ele sussurrava e murmurava, não dava pra entender nada que ele murmurava, mas era impressionante ver o garoto fazer uma equação de segundo grau em dez segundos, que ninguem podia acompanhar seus murmurios arrastados enquanto ele puxava numeros e, fim, conta resolvida. Mas, nem tudo são flores.
-ei, deku, 23 -disse bakugou um pouco alto, todos o olharam confuso, ele apenas sorriu de canto
-23 - 42 = 56, e.... -deku disse em voz alta, logo se dando conta que era apenas o loiro embaralhando sua mente novamente, a sala inteira começou a rir, ele trocou sem querer o numero de fato pelo que bakugou disse, errando assim a conta e dizendo em voz alta, isso era quase uma rotina ja, izuku teria que aprender a abafar influencias exteriores. Vermelho de vergonha e um pouco triste olhou diretamente para bakugou, o loiro não mudou de expressão e apenas voltou a olhar para o quadro, ele tinha a mesa da frente livre pra ele, apoiando os pes na mesma.
-midoriya, preste atenção nos seus calculos, sim?! -perguntou o professor neutro
-s-sim sensei -disse fazendo uma leve reverencia antes de se encolher e voltar a rabiscar em seu caderno. Mais alguns minutos passaram e o sinal bateu, a sala inteira se mexeu, alguns guardando material e outros ja correndo pra fora, bakugou, chutou a mesa se levantando e virando ja seu olhar para o garoto menor no fundo da sala, no final restavam apenas ele e o esverdeado na sala, seu grupo ja tinha saido e ate mesmo o professor, em passos altos e nada discretos ele caminhou para o lugar do garoto, estranhando que ele ja não havia notado o loiro, franziu o cenho e olhou para o esverdeado, ele olhava para o caderno imerso no que parecia ser o mundo da lua, sorrindo para o caderno enquanto, diferente de durante a aula, ele escrevia lentamente
-OE, DEKU, o que voce ta fazendo, deixa eu ver -perguntou bakugou em voz alta, o pequeno levantou o olhar para ele, ficando tenso imediatamente
-ah, ka-kacchan, o que foi? -ele disse inocentemente, o katsuki apenas tomou o caderno de sua mão, pela primeira vez viu deku se desesperar com sua ação inves de se encolher
-KACCHAN! EI p-por favor me devolve, por favor kacchan -gritou suando, imediatamente ele se levantou da carteira tropeçando um pouco de nervosismo
(mesmo que eu apanhe, dessa vez eu tenho que pegar) pensou o verdinho em completo desespero, o loiro confuso agora estranhando o comportamento do outro, levantou o caderno um pouco e começou a ler do meio do texto pelas palavras que mais chamavam atenção
"[...] e eu sei que nunca vai ver nem mesmo perceber, mas eu te amo mais que tudo, pra sempre [...]" leu arregalando os olhos, mas antes que pudesse ler mais sentiu o caderno sendo puxado de si, o que o esverdeado conseguiu graças a sua distração, seu coração estava acelerado
(deku ama alguem? quem?) pensou bakugou sem nem mesmo perceber, quando olhou para sua frente deku estava de costas para ele abraçando o caderno, por impulso agarrou o garoto por tras tentando pegar o caderno dele
-me deixa ler o que ta escrito nessa merda, AGORA -gritou fora de si tentando puxar o livro do abraço de deku, ao ponto que ele tentava, deku foi chegando perto da parede tentando fugir, ele tentava agarrar qualquer parte do corpo do esverdeado para alcançar o livro, mas quando izuku chegou no limite de onde poderia correr, ele se virou de frente para bakugou escondendo o livro nas costas, seus narizes se encostando de tão perto que estavam enquanto bakugou encurralava deku na parede, sentindo a respiração tremula de deku em sua bochecha, olhando diretamente para os olhos imensamente verdes lacrimejando, suas maos estavam agora na cintura fina de izuku , ele poderia facilmente subir um pouco suas mãos e arrancar o livro de suas mãos, mas, naquele momento o tempo parou, ele estava tão perto de deku, tao perto, ele podia ver os detalhes de sua boca, cristo, faziam quantos anos desde a ultima vez que chegou tão perto de deku?..Apertou um pouco a cintura dele que parecia minuscula em suas mãos, sentindo o menor tremer, como um cervo encurralado pela fera
-kacchan, e-eu...-ele ia dizer enquanto a raiva no momento havia sumido do olhar de bakugou, tomando lugar de confusão, ele parecia tão confuso, confuso consigo mesmo.
-Izuku Narrando
Ele estava tão perto, tão perto, eu poderia facilmente beijar sua boca, abraçar ele, me enrolar nele, sentir o cheiro dele, a forma como as grandes e fortes mãos dele seguravam minha cintura a rodeando, eu poderia, poderia, eu queria me jogar nele, queria ser dele, eu deveria estar ali, esse era meu lugar, sendo dele, eu queria tanto, eu apenas queria soltar minhas pernas ali mesmo e cair nele, eu queria tudo dele, queria tudo....mas isso jamais aconteceria, desviei meu olhar prestes a começar a chorar, quando notei uraraka parada na porta me olhando de boca aberta, ela era minha melhor e unica amiga da escola que estudava na outra sala, naquele momento apenas olhei para os olhos do loiro e ele parecia....tenso?, senhor isso é muito pra mim
-kacchan...por favor, sai....daqui -falei tentando empurrar ele, mas quando um de meus braços entrou em contato com seu peitoral minhas energias foram sugadas para o inferno, maldição, ele era tão forte e sua postura tao reta, tão maior que eu, a forma como ele nem mesmo se mexeu, eu poderia facilmente ser sufocado por toda essa presença que ele tem ate mesmo fisica, então com toda aquela emoçao, apenas senti minha pernas amolecerem de vez e eu desmontei, sim, tudo apagou e eu desmaiei, droga.
(Contagem de palavras: 2.292)
Notas:
Gente fodasi, 9 visualizaçoes? serio eu ODEIO, isso pelamor, se alguem chegou ate aqui da um alo pra eu saber que não to escrevendo pra um bando de fantasma
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Sensitive - BakuDeku
Romance(capa de minha autoria) Um coração é muito sensivel para quebrar. Uma mente fraca é muito sensivel á mudar. Mas os principios de uma pessoa sempre podem fazer-la a pessoa mais forte. Maldito orgulho... A historia você ja sabe, mas torce pra que dess...