𝐏𝐋𝐀𝐘𝐈𝐍𝐆 𝐆𝐀𝐌𝐄𝐒, ᴊᴇᴏɴ ᴊᴜɴɢᴋᴏᴏᴋ

• 𝐓𝐖𝐎 •

Meus olhos vagaram por todo o local observando aquela casa. Era bonita, de frente para a praia, a mais típica Malibu. Eu ainda não consegui acreditar que aquilo estava realmente acontecendo. Na verdade, não queria acreditar. Porque diabos nós tínhamos que nos mudar?! Tudo bem, eu sei que era um sonho da minha mãe e do senhor Jeon, mas qual é? Eles têm tanto tempo pela frente!

O pior de tudo é termos nos mudado em menos de uma semana. Como eles conseguiam agir pior do que adolescentes? Escondendo isso de mim e de JungKook e ainda por cima nos obrigando a vir morar aqui contra gosto.

Suspirei de saco cheio com toda aquela porcaria e segui os mais velhos para dentro de casa. Jeon não falava nada, apenas mascava seu chiclete de maneira arrogante enquanto mexia em seu celular.

Suspirei angustiada, poxa, ele poderia ao menos dizer alguma coisa para mostrar que também estava tão infeliz quanto eu com aquela ideia. Mas, eu entendia muito bem a razão de ele não fazer. Seu pai era muito ruim consigo. Iria ser uma briga na certa caso Jeon opinasse em algo, ou seja, toda a birra cairia em cima de mim; a princesinha da família.

A casa era muito bonita e grande, móveis bem decorados, tudo do bom e do melhor. Imagino quanto tempo eles não mantiveram isso escondido de nós, aliás, há quanto tempo eles haviam comprado isso sem que soubéssemos? Fitei por alguns segundos a enorme televisão da sala, em minha mente rolou tudo o que poderia acontecer ali quando eu chamasse as meninas para cá, os filmes em 4K, a beleza dos homens sem camisa... Ah! É tudo o que eu preciso!

Mordi meu lábio inferior com a ideia e segui caminho, a cozinha era linda, típica do padrão americano, balcão em corte com a sala e mais alguns passos, a sala de jantar. Ok, era fato de que eles haviam gastado uma fortuna nessa casa.

Mamãe e Tae-il pararam em frente a um quarto, assim que abriram a porta revelaram uma suíte gigantesca. Imaginei que aquele fosse o quarto deles, afinal, era o típico estilo de ambos, em tons claros e sutis. Passeei pelo quarto, banheiro - esse que era coberto de mármore creme por todos os cantos - e pelo closet.

- Finalmente a mamãe vai parar de reclamar sobre a falta de espaço no guarda-roupa. - Comentei dando uma risadinha. O senhor Jeon me olhou abismado.

- Ela reclamava? Céus! Eu tinha apenas duas gavetas em um guarda-roupa com seis portas! - Esbravejou e eu fui obrigada a gargalhar. Mamãe apenas bateu no ombro do marido.

- Vocês dois são péssimos. Andem logo, quero lhes mostrar o resto da casa. - A mais velha bufou enquanto caminhava na frente.

Meu padrasto apenas gargalhou e me abraçou pelos ombros, eu segui seus passos e o abracei pela cintura. Ele era meu pai, fazia papel de tal e também me cuidava como um, mas ainda assim eu não me sentia confortável de chamá-lo por tal forma. Até porque, quando fiz uma única vez quando criança, JungKook brigou tanto comigo que cheguei a passar mal. Me disse coisas horríveis. Hoje em dia eu deveria odiar mais que tudo, mas eu simplesmente não consigo.

- Bom meus amores, nós queremos pedir desculpas desde já, porque apesar de termos levado tanto tempo para construir a casa, não construímos o quarto de vocês dois, portanto, vocês irão ter que dividir o quarto até decidirem como ficará o de cada um. - Mamãe soltou tudo logo de uma vez e a única coisa que eu escutei após, foi o chiclete de Jeon estourando atrás de mim.

Senti cada pelo de meu corpo se arrepiar com aquilo. Como assim eu teria que dividir meu quarto com Jeongguk? Esse garoto é imundo! Porco! Não tira nem a cueca do chão depois do banho. Meus olhos estavam arregalados após escutar aquilo, sentia meu corpo tremendo, minhas pernas estavam bambas e por alguns segundos, jurei que fosse cair.

- Como assim eu vou ter que dividir o quarto com ele? - Questionei já elevando meu tom de voz.

- Eu prefiro mil vezes dormir no quintal do que ter que dormir no mesmo quarto que essa garota cheia de frescuras. - Jeon rebateu enquanto revirava os olhos.

- E eu prefiro dormir mil vezes na minha caminha, sem cheiro de cigarros, comidas podres e cuecas fedorentas pelo quarto. Fala sério mãe! - Tudo o que consegui fazer foi bater o pé e cruzar os braços. Sim, eu sou uma garotinha mimada.

- Parem vocês dois já com isso! - Foi a vez do meu padrasto nos repreender - Ambos já são maiores de idade e tem de aprender a como se virarem sozinhos. JungKook se comporta muito bem e assim como você, princesa, irá deixar o ambiente limpo. - frisou de forma ríspida ao filho - Isso será temporário e quem sabe assim, não consigam estabelecer uma relação maior?

Sim, temos duas opções aqui padrasto querido; eu estabelecendo uma relação grandíssima entre cair de boca nos 20 cm do seu filho e escorregando minha buceta por ele.

Ou então, o sufocando no meio da noite, amarrando uma corda em seu pescoço e o acusando de suicídio.

É, essa opção me parece mais válida, em vista de que Jeon JungKook nem deve lavar o pinto direito. Se ele não cuidaria nem do próprio quarto, quem dirá de seu próprio corpo. Huhhh!

- Fala sério. - Jeon passou por nós e bateu de ombros comigo.

O moreno se dirigiu para fora da casa e minutos depois o ronco de sua moto fora escutado de longe, é claro que ele nunca iria aceitar aquela ideia absurda. Eu também não queria aceitar de maneira alguma, mas eu tinha opção? É claro que não!

Mordi meu lábio inferior e voltei às pressas para o carro. Bendita foi a hora que minha mãe viajou para Coréia do Sul! Afinal, quando as mães viajam, elas trazem presentes e não maridos com filhos extremamente irritantes.