Capítulo 8 - I Love You Too

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-Mandou a mensagem?

-Sim, ele disse que ta indo agora mesmo.

Finn tinha pego sua bicicleta e foi pedalando o mais rápido que podia até a casa de Millie, estava certo sobre seus sentimentos agora e queria dizer isso à ela. Não demorou muito para que chegasse, bateu na porta e aguardou.
A porta se abriu, revelando uma Millie com roupas largas pretas e um cabelo desarrumado, com certeza ela estava dormindo.

-Finnie? -perguntou com uma voz sonolenta enquanto esfregava um dos olhos. É, ela estava dormindo.

-Mills, podemos conversar? É meio que urgente.

-Pode ser depois? Eu tenho umas coisas pra fazer aqui e...

-Não minta pra mim. Sei que está me evitando e é justamente sobre isso que vim conversar. Posso entrar?

-O-ok, entra.

Deu passagem à Finn que entrou sem demora, ele se lembrava de quando tinha entrado lá pela primeira vez para levar a garota ao quarto. Tinha cobertas no sofá da sala, provavelmente era onde ela estava dormindo. Logo se virou para ela que ignorou e foi caminhando de volta ao sofá e se deitou.

-Ta bom, levanta um pouquinho - disse ao se aproximar dela. Ela levantou e ele se sentou no sofá e a puxou para que ela deitasse em seu colo. - pronto, agora nós conversamos e você permanece deitada, mas sem dormir, viu? -riu.

-Desembucha. -disse sem expressar nenhuma emoção na fala.

-Mills, eu também te amo. -disse sem delongas, olhando para a televisão desligada a sua frente.

-COMO É QUE É? -gritou assustada com a fala, se levantando e o encarando. Ele ainda olhava pra frente.

-Sei que você não disse que me amava, não com essas palavras, mas eu... eu te amo. Fui muito lerdo pra perceber, só a Natasha pra me fazer acordar - riu e olhou para ela, bem nos olhos. Ela estava corada e olhava fixamente para seus olhos.

-Finnie...eu te amo- sussurrou - desculpa por ter fugido de você! Achei que estava bravo ou sei lá, aquele dia foi estranho depois do... bom, você sabe depois de que.

-Realmente, mas foi culpa minha - riu - mas isso não quer dizer que agora tem que ser estranho também.

Após dizer isso, se aproximou e beijou Millie. Foi calmo e com muita ternura.

-Por que é sempre você que toma a iniciativa? -Perguntou ela ao se separarem.

-Pode me beijar quando quiser, Brown... - Riu de canto.

-Ainda te pego de surpresa, Wolfhard.- Disse sorrindo.

De repente o celular dele toca.

- Alô?

-Filho, preciso que venha pra casa agora e pague tudo que você acha importante e saia o mais rápido possível!

-Mãe, o que ta acontecendo?

-Finn, só faz o que te pedi, por favor, não se preocupe comigo. Quando chegar em casa, não estarei mais aqui, mas ele sim. Não quero que ele tente fazer o que tentou fazer comigo.

-O que ele fez? Mãe, pra onde você vai?

-Ele d-disse que e-era tudo culpa sua, que eu só quis largar ele por sua causa. Agora ele quer me matar e te matar, Finn. Eu vou pra bem longe de Hawkins e te sugiro a fazer o mesmo. Não posso te esperar, mas venha logo e faça isso rápido!

-Ok, posso te ver antes de você ir embora de vez?

-Claro, meu filho! Eu te amo muito, ok? Se lembre sempre disso!

-Eu também te amo muito, mãe!

A ligação se encerra e Millie encontra um Finn desolado e com lágrimas nos olhos.

-Finnie, eu vou com você, ok?

-Millie, não. Pode ser perigoso... me espera aqui, inclusive, posso ficar aqui por uns dias?

-Claro que sim! Volte logo! -disse o abraçando.

Ele pegou sua bicicleta e foi pedalando pra casa. Seu coração estava acelerado, antes por ter se declarado e agora por medo. Medo de perder sua mãe, medo do que poderia acontecer com ele, medo pelo que estava por vir.

Ao chegar em casa, viu que não havia ninguém de fato e subiu para o quarto, fazendo sua mala. Colocou todas as roupas, sapatos, eletrônicos, deu um jeito de levar seu skate e sua guitarra junto com as outras 3 malas. Pendurou tudo ao seu redor e fez o possível para ir pedalando de volta a casa de Millie, mas quando estava quase chegando, teve de ir à pé, já que as malas estavam quase caindo no meio da rua.

Quando chegou no seu destino, se deparou com sua mãe falando com Millie na porta de casa. Deixou tudo no chão em frente a entrada e abraçou sua mãe tão forte, que quase lhes faltara ar.

-Mãe, ta tudo bem? Ele bateu na senhora? Pra onde vai? Eu vou junto. -disparou desesperado.

-Finn, calma! Eu tô meio machucada mas vou ficar bem. Vou me mudar pra Califórnia, mas ninguém pode saber, ok? Você não vai comigo, meu anjo, se for e ele for atrás de mim, te colocarei em perigo. A Natasha me disse que estava na casa da senhorita Brown, e ela disse que te daria suporte. Eu confio nela, ela parece ser uma pessoa boa pelo que a gente conversou...

-Mãe...

-Nos encontraremos logo, filho, te garanto. Te amo! -disse dando um beijo na testa do garoto.

-Também te amo! -disse abraçando-a.

Minutos depois a figura feminina sumiu da vista dos dois adolescentes parados frente a casa da menor.
Ela pegou uma mala e o skate e ele pegou as outras malas e a guitarra.

Seria esse um novo começo? Uma vida talvez sem tanta violência? Ou aquele homem terrível viria atrás dele? Seria o começo de mais um pesadelo?

Esse era o medo de Finn, não queria nem que sua mãe e nem ele passasse por tudo aquilo de novo, ou pior. Agora tinha Millie em sua vida, estaria ele colocando a vida dela em risco?

Aquelas perguntas surgiam na cabeça de Finn como um baque. Estava a ponto de ter uma crise de ansiedade, quando sentiu a mão de Millie sobre a sua e o queixo dela em seu ombro.

-Vai dar tudo certo, eu prometo.

Insane - Fillie [cancelada]Onde histórias criam vida. Descubra agora