Entre Verdades e Mentiras

Capítulos finais

Depois de tomar a medicação acabei por dormir um bom tempo, se pudesse dormiria pelo resto da eternidade, eu não acreditava que meu bebê já não estava mais comigo, eu não falava nada, apenas chorava, Ucker ficou todo tempo ao meu lado, eu podia ver a dor que ele estava sentindo, não só pela morte do nosso filho, mas pelo fato de eu estar afundada em um mar de tristeza. Algumas pessoas vieram me visitar inclusive Dulce que havia me perdoado por tudo que eu havia feito a ela. Eu falava somente o necessário e fingia estar cansada ou com sono, não importa o apoio que eu tivesse, nada traria meu bebê de volta a vida.

-Chegamos, como se sente? " Ucker desceu e abriu a porta do carro pra mim".

-Bem, obrigado por tudo que fez por mim!

- Fiz por nós. " Ele sorriu amigável e me ajudou a entrar em casa, meu pai não estava na sala, me preocupei ao não vê-lo, mas logo a enfermeira entrou empurrando ele na cadeira de rodas, Ucker havia tido todo o trabalho de contar tudo a ele e por sorte ele conseguiu se manter firme, mas ainda era algo que me preocupava. Miguel ainda estava internado,  eu ainda não  havia conseguido  ir vê-lo, nesse momento minha dor não me permitia me preocupar com ninguém. Ucker foi guardar minhas coisas no quarto e fiquei conversando com meu pai, logo ele desceu.

- Já deixei suas coisas no quarto, Lana vai guardar tudo e preparar um banho pra você. 

- Eu demiti a Lana, você sabe eu não tinha dinheiro prá  pagá-la, meu pai só tem uma enfermeira porque minha mãe está mandando o dinheiro. 

- Lana está lá em cima, eu chamei ela novamente. 

- Ucker não temos como pagá-la.

- Eu vou pagá-la. Annie eu vou muito bem no meu trabalho, tenho dinheiro suficiente pra cuidar de você, então me deixa te ajudar.

- Você não pode fazer isso… Não é justo com você. Não pode pagar por coisas pra mim. Nós não temos mais nada que nos ligue. " Senti um nó na garganta ao dizer aquelas palavras". 

-Me deixa cuidar de você! " Ucker se aproximou de mim e fechei os olhos ao sentir seu cheiro, eu queria raciocinar a respeito de tudo que estava acontecendo, a poucos dias eu estava disposta a tentar ser feliz com Miguel, mas Ucker se mostrou tão carinhoso, eu nunca estive mais confusa".

- Ucker a gente precisa ir devagar, eu tô muito vulnerável e você tá envolvido com a Belinda, eu não quero sofrer mais, vamos com calma. " Ucker acenou concordando, deu um beijo em minha bochecha e saiu". 

…

Dulce

-Chris cadê você? Onde você está? Você não sabe o que aconteceu. " Ao entrar levei um susto ao ver a sala cheia de velas, flores e uma mesa de jantar elegantemente arrumada e para completar Poncho, ali olhando pra mim, aparentemente nervoso, mais extremamente lindo e sexi em um terno preto, com aquele sorriso que fazia meu coração bater um trilhão de vezes mais forte, eu estava sem reação, imóvel, logo começou uma música e consegui enfim desviar um pouco minha atenção de Poncho e notar que haviam músicos ali, sorri sem jeito e ele retribuíu o sorriso e me estendeu a mão, após algum tempo enfim consegui reagir e peguei em sua mão, ele colocou suas mãos em minha cintura e cada gesto parecia estar acontecendo em câmera lenta, cada olhar, cada toque, cada sorriso. 

- Eu sei que não devia perguntar, mas e a Diana? " Eu queria desfrutar daquele momento sem me preocupar com mais nada, mas precisava saber".

- Nós terminamos. Eu disse a ela que infelizmente, não conseguiria fazer-la feliz, como ela merece… Porque na minha cabeça e no meu coração, só tem espaço pra uma certa ruiva. " Ele respondeu olhando em meus olhos e sorri sem graça". 

- E o quer com tudo isso, Poncho?

- Primeiro seu perdão. " Ele acariciou meu rosto e senti um calafrio percorrer meu corpo". 

- já o tem. " Respondi quase em um sussurro, logo ele passou seu rosto no meu, senti seu cheiro, sua barba levemente arranhando meu rosto". 

- E em segundo lugar, seu amor, tudo que eu mais quero é o seu amor! " Não era preciso eu responder para que ele soubesse a resposta, cerrei nosso lábios, dando fim aquela distância que existia entre nós, iniciamos um beijo calmo, matando a saudade que estávamos, a língua de Poncho percorria cada centímetro da minha boca e meu corpo respondia extremecido pelo prazer de suas carícias. Era como se quisermos desfrutar cada detalhe, eu apenas queria me entregar a Poncho e ser sua mais uma vez.

…

Ucker

Ao sair da casa de Annie, estava mais convencido que nunca que deveria reconquista-la e que sim ela era a única mulher da minha vida, mas antes precisava ser honesto com Belinda, nos últimos dias ela se mostrou extremamente compreensiva  com toda essa situação e me doía muito a ideia de fazê-la sofrer, mas precisava ser verdadeiro com ela.

-Meu amor! Não esperava te ver hoje. " Belinda me recebeu com um sorriso enorme, que me fez sentir ainda mais culpado. Ela me deu um beijo e saiu me arrastando até o sofá, onde ela subiu em meu colo e começou a me beijar". 

- Bel podemos conversar.

- Amorzinho tô morrendo de saudade de você, vamos conversar depois…

- Bel é muito importante, por favor. " Falei sério, mas ainda assim tentei não ser rudi". 

- tudo bem, fala amor. " Respirei fundo e iniciei". 

- Bel nós tivemos momentos que jamais tive com outra pessoa, você é uma garota forte ao mesmo tempo doce, companheira, parceira…

- Más, pode falar. Sei que tem um MAS aí. 

- Mas, eu tô apaixonado pela Annie, eu não queria estar…

- Para Ucker, para de falar." Ela desceu do meu colo e foi até a janela". 

- Você sabe que nunca quis te magoar. Você assim como eu se envolveu gostando de outro.

- Você tem razão, nunca mentiu pra mim. 

- Bel eu sei que o fato de eu não ter mentido, não muda em nada os seus sentimentos, eu sinto tanto por tudo isso.

- Você e a Annie já estão juntos? 

- Não. Eu queria primeiro resolver as coisas entre nós, pra depois oficializar algo com ela. 

- Bom então não tem muito o que eu possa fazer… 

- Eu te adoro Bel. " Nos abraçamos e ficamos ali em silêncio, depois peguei minhas coisas e fui embora enquanto Belinda assistia Tv".