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Assim que saio do avião, sinto o calor do verão no hemisfério norte atingir minha pele.

Sinto isso como uma calorosa saudação de boas vindas, mostrando que dias bons estavam por vir.

Me junto a minha amiga e sua mãe indo direto para a temida fila de imigração, para que oficialmente pudéssemos aproveitar cada segundo de nossa viagem.

O check-in no hotel aconteceu perto das seis horas da tarde, e então decidimos que seria uma ótima ideia caminharmos um pouco para fazer um reconhecimento de território pela região do hotel, antes de irmos jantar.

Fui totalmente obrigada a colocar uma roupa mais leve, pois o calor nova-iorquino não é fácil de aguentar. Após tomar um rápido, e muito necessário, banho e trocar de roupa, fui para a pequena sala que havia em nosso quarto de hotel enquanto aguardo minhas companheiras ficarem prontas.

O quarto era composto por uma pequena sala de estar, uma mini cozinha, um banheiro,  e um quarto com duas camas de casal, uma que eu dividiria com minha melhor amiga, e outra para Sônia, sua mãe.

A decoração era impecável, e tornava o ambiente muito aconchegante, mas para mim o ponto alto dessa acomodação era a vista magnífica. Estamos no vigésimo quarto andar e ao olhar pela janela, eu fico cada vez mais encantada.

Distraí-me com meu celular e nem percebi a presença de minha amiga na sala até que ela se dirige a mim.

— "Rafaela, nem acredito que realmente estamos aqui!" disse Maya se jogando em  mim no sofá.

— "Achei que para você meu nome era Rafa" disse fazendo graça, e logo acrescento  -"Estou muito feliz por estar aqui com você, mas por favor, não seja tão difícil." observo ela rindo de meu comentário.

— "Eu não vou conseguir escolher rápido, você sabe, Deus me abençoou com o dom da indecisão,  não me culpe, culpe Ele." disse dando a língua para mim.

— "Quem mostra a língua pede beijo. Já estamos nessa?" disse zombando sua atitude infantil e rimos juntas.

Logo Sônia chega à sala e estamos prontas para explorar a área perto do hotel.

Sinto-me imensamente feliz enquanto ando pelas ruas de Nova York, sinto o calor da cidade em meu corpo e um vento delicioso nos atinge de vez em quando. Depois de algum tempo caminhando sinto minha barriga roncar.

—"Ei, eu estou morrendo de fome, o que acham de procurarmos um bistrô ou algo do tipo?" proponho para minhas companheiras.

— "Você leu minha mente,
querida." Sônia responde.

— "Vi um bistrô interessante na rua ao lado do hotel, querem dar uma olhada?" pergunta Maya, e imediatamente concordamos.

O jantar foi maravilhoso, a comida estava deliciosa, o lugar era aconchegante e muito receptivo, nada melhor do que terminar o primeiro dia de viagem de um jeito tão agradável e leve. 

De volta ao hotel, tomo outro banho e me preparo para dormir. Deitada na cama dou boa noite para Maya e Sônia e imediatamente minha mente me leva aos pensamentos que eu mais temo todas as noites.

Todas as noites minha mente é inundada por momentos tristes recém vividos e me permito ficar triste, entendo que empurrar a dor para fora não é a melhor solução, acredito que preciso enfrenta-la para tornar-me mais forte. 

Seguro a vontade de ligar para a minha mãe para desabafar e começo a refletir sobre alguns sentimentos. Tento não esboçar muito minhas reações para não atrapalhar o sono de minhas colegas de quarto, mas não sou capaz de conter algumas lágrimas e suspiros um pouco mais altos do que gostaria.

Finalmente adormeço, pois o cansaço me inundava, e graças ao bom universo, tenho uma noite de sono mais agradável do que eu poderia imaginar.

Ever Since New York | H.SOnde histórias criam vida. Descubra agora