14- Estacionamento

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Jimin- 03/04/2019

Saio da sala após os últimos segundos finais da aula e vou direto ao estacionamento. Combinei de almoçar com alguns amigos de Seoul que estão de passagem pela cidade. Tenho trinta minutos para me encontrar com eles no mesmo restaurante que costumávamos ir na época da faculdade de Direito.

Quando estou prestes a abrir a porta do meu carro, ouço o meu querido professor me chamando.

- Não vai me dar tchau?- ele se aproxima.

- Como se eu fosse obrigado? Não.- sorrio.- Tenho que ir, depois nos falamos.

- Uau. Tudo bem, então.- ele parece ter ficado chateado.

Olho para baixo, repensando no que disse. Então, fico surpreso comigo mesmo por fazer o que estou prestas a fazer.

Vou até ele e dou um beijo em sua bochecha. Ele me olha confuso, sorri e me pega pela cintura. e, então, nos beijamos calmamente no meio do estacionamento da faculdade. Fala sério, parece que tenho dezessete anos de novo. Mas que merda.

Sem deixar o tempo passar, me separo dele para não corrermos risco de flagra. Não quero que ninguém fique falando, especialmente se for alguém da minha turma, aquele povo gosta de uma fofoca, ainda mais quando envolve o "professor gostosão de história". É cada coisa que tenho que escutar.

- Tem tempo para um almoço?- ele pergunta num tom baixo.

Fico calado não sabendo se minto ou se falo a verdade. Não quero mentir, mas também não quero ter que convidá-lo. Eu acho.

- Bom...- olho para todos os cantos possíveis antes de olhar em seus olhos de novo.- Eu vou me encontrar com alguns amigos da época de faculdade.- penso no que disse e percebo que isso pode ser interpretado de forma errada.- Quero dizer, da minha primeira faculdade.- corrijo.- Vamos almoçar.

- Ah...- ele não parece ter gostado.

Perco alguns longos segundos vendo ele olhar pra mim com aqueles olhos brilhantes. Como ele é bonito. Enfim, não quero chamá-lo. Seria estranho. Eu acho. Digo, em uma semana, transamos, e na outra ele conhece os meus amigos. Não quero que isso chegue em um ponto que não tenha mais controle.

Bom, talvez nem tanto. Não sei o quanto os meus amigos mudaram para eu saber se os estranhos são eles. É. Talvez eu esteja certo. Além do mais o Jungkook é legal. Eles vão gostar dele.

- Olha... eu acho que tem mais uma vaga na mesa de hoje.- falo.

- Mesmo?- ele se anima.- Não precisa me convidar por educação.- ele ri.- Digo, tudo bem, você tem liberdade, não é?

- É... eu espero que sim.- rimos.

- Tudo bem, Jimin. Outro dia nós almoçamos juntos.

Jungkook se aproxima e dá um rápido beijo no canto da minha boca.

- Vai lá!- ele diz baixinho no meu ouvido.

- Não.- seguro sua mão.- Eu quero você lá.

O que mais me incomoda é que eu não vejo um pingo de mentira nessa frase.

- Me quer?

- É...- perco o jeito, mas rapidamente retomo minha postura.- Digo, como um amigo também. Sabe? Você não ia almoçar sozinho?

- Sim, sim eu ia.

Percebo a vontade que ele está de rir da minha cara e sinto minhas bochechas esquentando. Merda. Vou ficar vermelho. Por que diabos ele é a única pessoa que me intimida desse jeito?

- Então, vamos almoça...

- Você é muito fofo.- ele me interrompe.

Fico parado processando o que ele acabou de dizer. Nem eu tenho ideia de quando foi a última vez que me chamaram de fofo.

- Olha, eu vou porque quero muito passar mais tempo com você, mas também quero que saiba que eu não vou ficar me intrometendo assim nos seus compromissos. É a primeira e última vez.

A medida em que ele vai falando seu corpo se aproxima e quando percebo estou com meu corpo grudado no carro e automaticamente a cena do beijo no estacionamento me vem à cabeça. Começo a abrir um leve sorriso quando vejo que é isso ele quer.

- Eu também espero que você saiba que eu não vou te convidar toda vez que eu for almoçar com alguém diferente.- falo baixinho, com nossos rosto já perto um do outro.

- Que audácia!- Jungkook diz, zombando de mim, tentando fazer uma cara sexy. Rio disso.

Nos juntamos ainda mais e no momento em que vou recuar, Jeon me beija daquele jeito que ele sabe que eu gosto. Segura minha cintura e o todo o meu espeço pessoal acaba. Sua língua brinca na minha boca e eu apenas me deixo sentir tudo isso. Toda vez que nos beijamos eu me lembro o porquê de eu sempre querer mais.

Infelizmente, essa sensação não durou muito, pois alguns alunos começaram a entrar no estacionamento e tivemos que nos separar e fingir uma conversa normal entre professor e aluno. Tudo bem que sabemos que ninguém caiu nessa. Nenhum professor conversa tão próximo de um aluno e ainda mais no estacionamento.

*****

Meu Querido PsicopataOnde histórias criam vida. Descubra agora