02- Almoço

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Park Jimin- 05/03/2019

Minhas aulas acabaram de terminar e decidi que vou experimentar a comida do restaurante da faculdade hoje, essa semana será toda de descobrimento.

Olho para o grande espaço e procuro a mesa mais distante do barulho possível e acabo achando uma única com dois lugares na parede do fundo, vou até lá, pego meu MacBook, meu celular  com os fones de ouvido e minha agenda do trabalho, me sento e começo a fazer o que eu estudei para fazer.

Até o computador se conectar com a internet, dá tempo de eu responder uma das clientes que está com problemas com o ex-marido, coitada.

- Com licença?- ouço uma voz baixa por causa dos fones.

Olho para cima e vejo o professor de ontem ao meu lado novamente, tiro meus fones e o atendo.

- Claro.- digo.

- Posso me sentar aqui?- ele pergunta simpático.

Antes de responder sua pergunta, olho para a minha mesa com todo o espaço preenchido pelo computador, para as mesas vazias envolta da minha e para as pessoas todas amontoadas na recepção do caixa. Hum, isso me lembrou de que eu tenho que fazer o pedido do meu almoço.

Bom, não vejo o motivo de ele querer sentar comigo, mas permito de bom grado.

- Sim, por que não?- assim, fecho o meu computador para nos dar espaço na mesa.

Decido, então, deixar livre minha hora de almoço para ter uma conversa presencial com meu professor.

Quando já estou com tudo guardado, menos o celular, olho para o meu sofisticado professor de História da Psicologia. Nossos primeiros segundos de contato foram um pouco desconfortáveis, então desço o meu olhar para as suas vestimentas. Hoje o dia está um pouco mais fresco, mas mesmo assim o professor veste um terno Slim, na cor cinza-chumbo, que me parece extremamente quente. Hoje eu visto um suéter com gola alta, cinza escuro, e a parte de baixo exatamente como a de ontem.

- O Sr. Park costuma sempre reparar na roupa de todos?

O quê?

- O quê?- me espanto.- Não reparo nas roupas das pessoas.- sorrio.

Patético, pareço um bobo.

- Claro.- ele zomba de mim.-Então... Direito hein!- ele sorri.

- O que tem?- Pergunto, seco.

- Sempre tive vontade de fazer.- ele cruza suas mãos em cima da pequena mesa.

- Ah sim, é muito interessante, recomendo.- respondo rápido.

- É sempre direto assim?

Penso um pouco sobre essa pergunta e, antes de responde-la, imito os seus movimentos e cruzo minhas mãos em cima do pouco espaço que sobrou da pequena mesinha, após guardar meu celular em um dos bolsos na minha pasta.

- Não...- busco uma desculpa.- É o trabalho, ele me deixa desfocado de outros assuntos e... acelerado ao mesmo tempo.- está intimidado, Jimin?

- Trabalha com o quê?

Acabei de perceber que não lembro o nome desse professor.

- Sou advogado e empreendedor nas horas vagas.- sorrio porque achei graça do que eu mesmo disse, mas ele parece bem interessado.

- Com 29 anos. Isso perece difícil de conseguir.

- Devo admitir que não foi fácil, mas eu não sou um cara fraco.- tento retomar minha posição.

Meu Querido PsicopataOnde histórias criam vida. Descubra agora