Prólogo

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Não é do meu feitio mentir para as pessoas que me têm nas suas vidas

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Não é do meu feitio mentir para as pessoas que me têm nas suas vidas. Mas há algo que aprendi muito bem nas favelas de São Paulo, e por mais que me doa, é essencial cumprir esta regra.

Sempre haverá momentos em que você não poderá, de maneira nenhuma, dizer a verdade.
Mesmo que lhe custe algo precioso.
E mesmo não conseguindo esconder isso por muito tempo, mantenha o silêncio e deixe a vida agir.

Infelizmente existe riscos há serem pagos.

Enganar o Henrique de uma forma tão ridícula e suja assim, me dá a péssima sensação que sou a pior pessoa do mundo. Jamais imaginei passar por uma situação tão embaraçosa desse jeito. Alguns dias atrás saberia resolver tudo isso de uma maneira simples.

Só que agora, estou parecendo um poste. Parada. Travada em meus próprios pensamentos. Corroendo-me sem dó.

— Certeza que não há nada de errado? – Henrique perguntou pela décima vez. — Tenho, gatinho. – Menti lhe dando um sorriso falso, na tentativa dele acreditar.

Provavelmente nunca fiquei tão perdida como estou, nem mesmo quando minha mãe me abandonou.

Henrique é o homem ideal. Pelo menos para mim. Além de ser o típico cafajeste de bom coração, é atencioso e gostoso em todos os sentidos. O que nos faz jogar bons joguinhos de sedução. O primeiro a se render é o último a receber o ápice do prazer.

Entendo perfeitamente os motivos do Henri detestar mentiras, sejam leves ou pesadas. Para chegar até aqui, teve que sofrer muito. Só que desde o início deixei claro, não volto atrás nas minhas palavras, é questão de honra.

Mesmo não querendo, o acordo com o meu pai vem em primeiro lugar.

Lealdade acima de tudo.

Sinto um desconforto quando me questiono sobre essa tal lealdade. Será que vale tanto a pena assim?.

Aconchego-me no banco colocando minha perna direita por baixo da esquerda. Soltando vários suspiros de angústia, admiro as árvores e alguns bairros que tem na beira da rodovia.

A noite está perfeita, o céu azul escuro está estrelado, brilhando junto com a lua que ilumina tudo ao redor.
Abro o vidro da janela deixando a brisa do vento pairar sobre o meu rosto. Henrique foi reduzindo a velocidade do carro, sua mão deslizou para cima e para baixo sobre a região da minha coxa. Começo a me arrepender de ter vindo de calça jeans. O encarei não me importando com mais nada. Não ligo se chegarmos atrasados no território do Senhor Ricardo.

Elevei a minha mão sobre a sua, uma parte de mim sentia-se culpada, já a outra não estava nem aí, apenas querendo possuí-lo por inteiro.

Segurei sua mão trazendo até a minha boca, seu sorriso de pervertido já sabia o que viria adiante. Pegando o seu dedo indicador passei a língua sobre o mesmo, depois dando uma breve chupada. Ganhando baixos gemidos.

Jaqueline Ramos - REVISÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora