O Potinho
Crianças são seres muito curiosos. Ou são uns amores, ou você que tacar fogo e eu mais do que ninguém sei disso.
Lá estava eu no prézinho como todas as crianças, mais ou menos... Eu era um pouco diferente delas por uma questão: vestimenta. As meninas usavam jeans e roupas rosa da Lilica Repilica, os meninos usavam moletons azuis e pretos e eu moletom rosa. Que comece a desigualdade.
Crianças podem ser más com um adulto e com uma delas mais ainda. As meninas não queriam brincar comigo porque eu usava "roupa de menino" e os meninos não queriam brincar comigo porque "futebol é coisa de menino", então sempre fui meio sozinha e mais na minha. Bom, pelo menos eu tentava.
As quintas-feiras podiam brincar com lama para fazer a comidinha das nossas bonecas e eu toda feliz, peguei um potinho, coloquei terra e fui colocar água nele até que segue o seguinte dialogo: (PS: Por razões de direitos autorais não vou expor o nome da coleguinha, mas vamos chama-la de Carls).
- Você não pode brincar com esse potinho. – disse Carls se aproximando de mim - Ele é novo e eu já disse que ia brincar com ele.
- Me desculpa – respondi ainda colocando água no pote – Eu vou brincar com ele um pouco e entrego pra você depois, tá?
Outro ponto importante das crianças, elas costumam odiar qualquer coisa que se refira a palavra "não". Como eu sei disso? A menina me empurrou na terra que havia embaixo da torneira, me sujando com não só a lama do chão, como também a "comidinha" do potinho.
O resultado disso foi eu chorando e Carls rindo. Senso de justiça não é uma coisa que existia no pré quando ninguém está machucado fisicamente.
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Uma Infância Turbulenta
No FicciónÉ uma tentativa de livro sobre acontecimentos que eu considero engraçados da minha infância.