Um momento um tanto inconveniente

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Tudo o que Bokuto Koutaro queria era ter coragem o suficiente para declarar-se ao seu plebeu, claramente era algo que ele já deveria ter feito à tempos, entretanto sentia-se repulsivo a fazê-lo. Ao menos era assim, até ele estar decidido a declarar-se neste dia, o mesmo dia em que ele viu seu amado de olhos azuis sendo socado por um garoto de sua escola.

Ah, como Koutaro desejava que este rapaz nunca mais cruzasse seu caminho, sequer importava-se caso ele parasse no hospital fevivo a quantidade de socos que havia levado de si, naquele instante, o prateado somente queria somente saber se o seu moreno estava bem. A preocupação era tanta que Bokuto chorou ao abraçá-lo, Mas não demorou muito e logo saiu correndo com ele para longe dali. Queria deixar o seu amado o mais longe possível daquele miserável.

O prateado parou ao perceber que o moreno estava cansado e sem forças, olhou-o e um aperto surgiu em seu coração.  Sua bochecha estava extremamente inchada e o canto de seu olho esquerdo estava roxo, seu lábio havia parado de sangrar.

Koutaro sentiu-se frustrado consigo mesmo, culpou-se internamente por ter demorado, se tivesse aparecido minutos antes, poderia ter impedido o moreno de se machucar, ou não. Ele cerrou os punhos e praguejou baixo, mas o moreno conseguiu escutá-lo, todavia não disse nada e nem o repreendeu, sabia que não seria escutado pelo platinado, até que o ouviu suspirar.

O interior de Bokuto doia como se ele tivesse apanhado e não o rapaz à sua frente. Virou-se de costas e se abaixou para que o de olhos azuis subisse e ele o fez, o prateado segurou-o e seguiram até a casa deste.

O moreno abraçou Koutaro com força, mas não muito para não sufocá-lo e aconchegou sua testa na nuca dele enquanto chorava baixinho. Bokuto, perdido em pensamentos, apenas sentiu as lágrimas em seu pescoço no instante em que chegaram à casa.

- Akaashi... - chamou-o e o moreno entendeu, entregando-lhe a chave sem levantar o rosto de onde estava.

Bokuto destrancou a porta e seguiu diretamente para o quarto do moreno, deitando-o na cama, sequer o olhou, pois foi logo pegar um kit de primeiros socorros que havia na cozinha. O sentimento de culpa logo retornou para si enquanto descia as escadas e escutava o choro alto de Akaashi Keiji, a dor dele era a sua dor, Bokuto Koutaro sabia muito bem disso.

Não só pegou o kit, como também pegou sanduíches para comerem. Entrou no quarto e viu o amigo encolhido na cama, estava com a roupa trocada, o platinado concluiu que ele deveria ter aproveitado e um tomado banho, lágrimas silenciosas ainda desciam pelo rosto do moreno. Koutaro sentiu seu peito apertar novamente, mas sabia que tinha que ser forte para cuidar e ajudar o amigo no que fosse preciso.

Os pais de Akaashi não estavam na casa, só voltariam a noite devido ao trabalho. Suspirou, deixou os sanduíches na mesinha ao lado da cama e sentou-se ao lado de Keiji com o kit em seu colo e o olhar cabisbaixo.

- Akaashi, eu... - Bokuto iniciou mas foi interrompido com um gesto que o moreno fez com as mãos.

- Bokuto, por favor, não se culpe. - pediu enquanto secava suas lágrimas e gemia baixo ao tocar em um ponto doloroso - A culpa não foi sua, então não ouse pedir desculpas. - falou com a feição séria.

- Mas Akaashi... - foi interrompido novamente.

- Nada de "mas".

Bokuto ficou em silêncio e começou a cuidar dos ferimentos do amigo, ainda receoso.

- Tsc... ai... - reclamou o moreno - Bokuto, está doendo!! - falou choroso afastando-se um pouco - Seja mais delicado, poxa.

- Olha, Akaashi, eu estou sendo o mais delicado possível. Não acho que dê para fazer com que não sinta dor. - retrucou voltando a passar uma pomada qualquer na bochecha do rapaz de olhos azuis.

Somente um amanhecer - BokuAkaOnde histórias criam vida. Descubra agora