Capítulo 5

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"Sr. Potter". A voz da professora Vector parou Harry no meio do caminho quando ele saiu do salão depois do café da manhã. "Um momento do seu tempo, por favor?"

Então, o interrogatório já vai começar, Harry pensou enquanto se virava para vê-la avançar sobre ele. "Sim, senhora?"

"Eu não tinha percebido que você estava tão perto do professor Snape." Ela não parecia totalmente desaprovadora, o que deixou Harry bastante surpreso, mas ainda assim agradecido.

Olhando para baixo, Harry se sentiu estranho, e desejou não estar corando. Ele não tinha ideia do que lhe dizer. "Bem, você sabe...."

"Não", disse ela, falando com ele como se para ele a compreensão fosse lenta. "Eu não sei. Como me foi dado a entender, vocês dois nunca se deram muito bem."

"Não na aula." Harry ainda não encontrou o olhar dela, mas algo em seu tom o surpreendeu. "Mas você sabe, nós trabalhamos juntos ..." Ele não tinha certeza do quanto dizer. Vector não era membro da Ordem, e mesmo que ela fosse, ele não sabia o que Dumbledore havia dito a qualquer um sobre isso. Ele supôs que era melhor perguntar a Snape o que fazer nessa situação. "O professor Snape tem me ajudado com poções."

"Ah" Sua expressão era curiosa e suave, mas ela ainda estava esperando por algo mais.

Harry tentou não se contorcer. "Quando estamos sozinhos, trabalhando juntos ... é ..." Ele pensou freneticamente em algo em que ela acreditaria. "Ele é diferente. Ele me entende." Ele encontrou os olhos dela. "Ele sabe do que eu preciso."

"E por causa disso, você desenvolveu sentimentos por ele?" ela terminou por ele.

"Sim, senhora." Harry ficou aliviado que ela parecesse aceitar isso.

"Bem, parabéns então." O sorriso dela não alcançou os olhos.

Enquanto se afastava, Hermione saiu do corredor ainda discutindo com Ron. Ele passou por Harry como se não estivesse lá, e Hermione parou, olhando para ele e depois suspirou. "Ele está sendo tão idiota."

"Isso é diferente de qualquer outro momento de que maneira?" Harry sabia que Ron se sentiria um idiota quando tudo terminasse, presumindo que todos tivessem sobrevivido.

"Eu vi você conversando com a professora Vector?" Hermione perguntou.

"Sim, ela não parecia acreditar que eu pudesse ter sentimentos por Snape." Harry riu e olhou em volta, aliviado ao ver que não havia ninguém que pudesse ouvi-lo. "Acho que as pessoas são espertas demais para isso."

Hermione assentiu, seu olhar simpático. "Você tem que admitir que é muito improvável. Aposto que você terá pessoas perguntando sobre isso o dia todo."

"Eu acho que você está certa. Nós provavelmente deveríamos ter pensado em uma explicação razoável antes disso." Na verdade, eles não deveriam ter feito isso. Harry suspirou. Era tarde demais para voltar atrás agora.

"Vamos lá, nós temos aula." Hermione acenou para ele andar na frente dela e os dois começaram a descer o corredor.



**********************


"Severus, você está ocupado?" A voz de Filius Flitwick assustou Snape por causa de sua concentração em corrigir os ensaios de poções terrivelmente ruins do primeiro ano.

"Sim, Filius, eu sou. O que você quer?" Não que ele estivesse disposto a lidar com o sempre agradável Flitwick, ainda mais quando ele sabia o assunto que seria abordado.

"Apenas para oferecer minhas felicitações pela aceitação do Sr. Potter pela sua Declaração". Surpreendentemente, Flitwick parecia satisfeito com isso. Embora, Snape admitiu, isso poderia ser simplesmente boas maneiras da parte de Flitwick. "Devo dizer que estou surpreso ao descobrir que vocês dois eram tão próximos."

Snape resistiu ao desejo de fazer uma careta com a ideia de estar tão perto de Potter, mas ele assentiu sem devolver o sorriso de Flitwick. "Obviamente, você não está prestando atenção suficiente."

"Muito pelo contrário, Severus. Presto muita atenção. Acho que qualquer um teria notado um abrandamento de sua atitude." Flitwick não parecia mais tão satisfeito. Na verdade, ele parecia muito preocupado com isso.

O que ele acha, Snape se perguntou. Talvez que de alguma forma ele tenha coagido Potter a concordar?

O que Flitwick achava não importava para Snape e ele fez questão de deixar claro com um olhar que costumava fazer seus alunos fugirem. "Eu acredito que o que há entre o Sr. Potter e eu que dizer apenas a nós dois."

"Você está certo, é claro. Perdoe minha grosseria. Eu pretendia apenas dar parabéns." Flitwick sorriu novamente, mas sua disposição bem-humorada se dissipou, deixando-o com um olhar descontente no rosto que sem dúvida rivalizava com o de Snape.

Snape suspirou. Ele não estava disposto a ser nem remotamente educado. Todo esse arranjo estava começando a lhe dar dor de cabeça. "Obrigado", ele disse friamente, esperando que Flitwick entendesse.

Ele não entendeu e continuou parado na mesa de Snape, olhando para ele, silenciosamente.

"Havia algo mais que você queria discutir comigo? Como você pode ver, estou bastante ocupado." Snape acenou com a mão na pilha de ensaios. Ele não tinha tempo nem paciência para isso.

Flitwick parecia que poderia dizer algo, mas depois pensou melhor. "Nada. Bom dia."

Snape assentiu. Ele supôs que seria um pouco estranho enquanto as pessoas se acostumassem com a ideia. Merlin sabia que ele precisou de tempo para se acostumar.

Quando Flitwick saiu, Potter entrou.

"O que você quer?" Snape não estava no estado de espírito adequado para lidar com mais problemas e Potter sempre foi um problema.

Potter fez um show olhando ao redor e depois chegou perto de sua mesa, inclinando-se um pouco. "Eu queria saber se o diretor contou a alguém sobre ..." Ele olhou em volta novamente.

"Não." Snape sentiu seu aborrecimento aumentar. Potter foi instruído a não mencionar isso a ninguém e prometeu não fazê-lo. "A quem você contou?"

"Ninguém, exceto Hermione. Mas ninguém parece saber que não é--"

"Potter", Snape disse em advertência. "Nunca assuma nada."

Pelo menos o garoto entendeu isso e assentiu. "Mas eu pensei --"

"Isso é um problema para você, não é?" Snape não pôde evitar o sorriso. "Você sempre assume."

O queixo de Potter se apertou e ele parecia dizer algo que o colocaria em detenção.

Snape estava quase desapontado por ter conseguido manter a boca fechada. "Sobre os outros professores -"

"Alguém que você encontrou foi rude com você a esse respeito?" Se alguém estivesse tomando esse tipo de atitude, Snape teria que fazer algo a respeito.

"Não é exatamente rude. Mas todos eles queriam me perguntar sobre isso. Parece que eles não podem manter a curiosidade pra si mesmo."

"É claro que eles não irão manter. Nenhum deles imaginou isso chegando." Snape ouviu um leve ruído do lado de fora da porta do escritório. Ele olhou rapidamente nessa direção e depois voltou para Potter.

Mesmo se ele não fosse o bruxo mais inteligente do mundo, Potter poderia pegar uma dica quando necessário. Ele manteve os olhos em Snape e acrescentou um pouco de lamento à sua voz. "Você está certo, senhor. Só esperava que todos soubessem como nos sentimos. Pensei que era óbvio."

Snape balançou a cabeça e produziu um olhar afetuoso, mas exasperado. "Garanto-lhe que não era óbvio. De fato, tenho certeza de que chocamos muitos de seus professores e colegas de classe. Você deve me informar se alguém, especialmente um professor, for eu grosseiro com você . "

"Você vai me proteger, senhor?" Potter teve a audácia de erguer uma sobrancelha para ele.

Dividido entre querer amaldiçoar o tolo imprudente e rir alto, Snape não conseguiu fazer nenhum dos dois. "Eu sempre protegi você."

"Você realmente fez." Potter encontrou seus olhos e, surpreendentemente, não havia diversão neles. "Eu tenho transfigurações agora."

"Tenho certeza de que sua chefe de casa também terá algo a lhe dizer."

Potter assentiu.


******************************


Harry correu para a sala de aula de McGonagall, pensando na cena bizarra com Snape. Ele não tinha visto ninguém à espreita nos corredores quando saiu do escritório, não que ele esperasse ver. No fundo de seus próprios pensamentos, ele quase tropeçou na madame Norris quando ela saiu de um corredor escuro.

"Cuidado, garoto", disse Filch, sua voz tão desagradável quanto sempre. Ele pegou o gato e sorriu para Harry. "Não iria querer machucar meu gato, não é?"

"Não. Me desculpe. Eu preciso ir para a aula." Harry tentou passar pelos dois. Mesmo depois de todos esses anos, havia algo em Filch que ainda deixava Harry enjoado com um pavor não identificado.

"Inteligente da sua parte se apegar a alguém como o professor." Filch realmente parecia que ele aprovou.

A aprovação de Filch era a última coisa que Harry queria. "Eu tenho que ir para a aula."

Filch riu e acariciou a gata. "Vá. Não gostaria que você se atrasasse."

Com um arrepio em suas costas, Harry correu.


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"Sr. Potter", a voz de McGonagall o parou antes que ele chegasse à porta da sala de aula no final do horário. "Eu gostaria de falar com você por um minuto"

Ele sabia que não era um pedido. Harry se virou devagar, assegurando-se de que não havia feito nada errado. "Sim, senhora?"

"Eu entendo que você aceitou a Declaração do Professor Snape." Ela parecia mais reprovadora do que seus outros professores.

Harry supôs que ele pudesse entender o porquê. O que o surpreendeu foi que Dumbledore não havia dito a ela, de todos eles, o que estava acontecendo.

“Sim senhora” disse ele, mantendo o tom suave e educado. Ele também não a queria zangada com ele. O resto de seus colegas de casa seria o suficiente para lidar.

"Posso saber porquê?"

Se Dumbledore não tinha dito a ela, não era o lugar dele. Ele se sentiu preso e ficou irritado com Dumbledore por tê-lo colocado nessa posição com sua chefe de casa. "Eu acho que a resposta deve ser auto-evidente."

A expressão em seu rosto endureceu e ela parecia ter comido algo estragado. "Não fique esperto comigo, rapaz. Se você não quer responder, tenha coragem de dizer isso."

"Eu não quero responder, senhora", Harry disse, olhando-a bem nos olhos e desafiando-a a fazer uma questão.

"Se você precisar de assistência com a parte ritual que está por vir, avise-me", disse McGonagall rigidamente, dispensando-o.

"Obrigado." Harry fechou os olhos e tentou encontrar alguma calma. Seria uma péssima ideia deixá-la irritada com ele. "Ele é ..." Deus, ele não conseguia pensar em nada plausível, inferno implausível, para dizer sobre ele e Snape. "Eu sei que você está preocupada. Não fique, ok. Eu sei o que estou fazendo."

McGonagall levantou uma sobrancelha e não pareceu convencido. "Você sabe? Ou você está agarrando a primeira pessoa a lhe oferecer algo que você acha que está faltando."

Harry abriu a boca para negar categoricamente, mas ela o interrompeu antes que ele pudesse dizer as palavras.

"Sr. Potter, você pode me dizer honestamente que tem sentimentos pelo professor Snape? Especialmente considerando como ele o tratou ao longo dos anos."

"Sim senhora. Eu posso." Era verdade. Ele tinha sentimentos por Snape. Eles simplesmente não eram os que ela estava falando.

"Tudo bem. Você é maior de idade. Não há nada que eu possa fazer sobre isso." O descontentamento em sua voz deixou claro que, se houvesse, ela teria agido.

"Você não aprova?" Harry perguntou. Se ele deixasse que ela dissesse, ela poderia se sentir melhor e menos inclinada a falar com ele mais tarde.

"Nem um pouco. Ele é seu professor." Ela ficou em pé e ereta. "Se ele tinha sentimentos por você, ele deveria ter esperado até você sair da escola."

"Disseram-me que esse tipo de namoro era permitido entre um aluno e um professor". Não que Harry entendesse o porquê. Parecia um pouco impróprio, mas esse era o mundo bruxo.

"É. Mas isso não faz as com que seja certo."

Não havia nada que ele pudesse dizer sobre isso. "Posso ir?" ele perguntou, conhecendo uma situação perdida quando ele estava em uma.

"Sim. Lembre-se do que eu disse."

Com um aceno rápido, Harry escapou.


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Harry entrou na sala comunal naquela noite de repente, mas não esperava o silêncio. Rapidamente, ele olhou em volta, esperando encontrar Hermione, mas ela não estava em nenhum lugar que ele pudesse ver. "O que?" ele perguntou, quando ninguém sequer fez contato visual com ele. Era óbvio o que todos estavam pensando e ele se perguntou o quão boa era sua atuação.

"Parabéns pela aceitação da Declaração do Professor Snape. Desejo a boa sorte com seu namoro", disse Neville, um pouco mais formal do que Harry esperava. Se ele esperava que alguém dissesse algo positivo, o que ele não fez.

"Como você pode?" Dean perguntou, saindo do sofá para ficar na frente de Harry com os braços cruzados sobre o peito, parecendo traído e furioso. A repulsa em seu rosto é menos chocante que a simpatia de Neville.

“Dean!" O tom de Ginny foi fortemente desaprovador. "Você sabe como isso é rude?"

"Ela está certa", Neville concordou, dando a Ginny um olhar de aprovação. "É terrivelmente rude questionar a aceitação do procurado."

"Como você pode dizer isso?" Dean parecia simplesmente horrorizado. "Ele concordou em deixar Snape cortejá-lo. Eu não posso acreditar. Maldito Snape - o bastardo gorduroso que fez nossas vidas um inferno nos últimos sete anos." Ele olhou de Neville para Harry. "Como você pôde fazer isso? O que você estava pensando? Cara, isso é tão doente."

Harry ainda não tinha pensado em uma explicação plausível e tentou dar um jeito. "Eu o conheci -"

Lilá se moveu de seu poleiro em uma das grandes cadeiras perto da lareira para se juntar ao círculo. Harry esperava que ela o repreendesse também, mas ela o surpreendeu dizendo: "Se você não pode oferecer parabéns, não deve dizer absolutamente nada".

"Conheceu Snape? Como?" Dean perguntou, ignorando Lavender. Ele balançou a cabeça como se não acreditasse que era possível alguém conhecer Snape.

Algo sobre isso irritou Harry e ele disse: "Eu trabalhei com ele em ... coisas"

"Que coisas?" Dean perguntou acusadoramente.

Harry não estava disposto a expor as aulas de Oclumência, nem as de defesa, mesmo que Dean fosse um amigo. Além disso, ele era um dos piores fofoqueiros de sua casa, perdendo apenas para Lavender. Para obter ajuda, ele olhou para Neville. "Por que é rude?"

Dean se indignou e abriu a boca para dizer outra coisa, mas o olhar de Ginny o interrompeu. Ele fechou novamente sem pronunciar uma palavra.

"O ritual do cortejo é uma das tradições mais antigas do mundo bruxo, que remonta à época dos fundadores." Neville olhou para Dean, irritado. Ou pelo menos tão irritado quanto ele já ficou. "Nunca foi levado de ânimo leve."

Lilá lançou-lhe outro olhar de desaprovação. "Você deveria se desculpar, Dean."

Para o choque total de Harry, várias outras pessoas, incluindo Seamus e Parvati, também assentiram.

"Por quê?" Harry finalmente perguntou. Ele esperava ser excluído - que ninguém falaria com ele depois disso. Ele esteve se preparando para isso o dia todo e se esforçando para não se arrepender de sua decisão de cooperar.

"Tradicionalmente, esse tipo de cortejo era feito com casamentos arranjados, para que os participantes pudessem se conhecer. Hoje em dia, os casais fazem isso para mostrar respeito pelas antigas tradições e pelo seu pretendente". Ginny sorriu, aparentemente surpresa com a ideia, embora Harry não tivesse ideia do por que ela deveria estar.

A confusão de Harry deve ter aparecido em seu rosto.

"É uma maneira de conhecer alguém devagar, com cortesia. Isso mostra o respeito do pretendente por sua intenção. Também é tão romântico ser cortejada assim", disse Lavender em um tom ofegante que disse que ela foi tomada em sua imaginação pela ideia de ser cortejada dessa forma.

Isso era uma piada, Harry pensou. Snape não tinha nenhum respeito por ele e teve um grande prazer em dizer isso a ele em todas as oportunidades. E o pensamento de qualquer coisa romântica com Snape revirou o estômago.

Ginny assentiu, sorrindo brevemente para Neville. "É por isso que é aceitável para um professor e um aluno. Se um deles estivesse interessado apenas em sexo, não se preocuparia em todo o trabalho. Trata-se de sentimentos mais profundos. É sobre permanência."

Sob outras circunstâncias, Harry gostaria de ter algo permanente e estável com alguém que o respeitasse, mas isso não seria Snape.

"Por quê?" Dean perguntou, e agora ele parecia mais intrigado do que mesquinho.

"É verdade. Meu tio Raul e tia Sterilia tiveram esse tipo de namoro", disse Neville, com uma risada nervosa. "Eu acho que é por isso que eles fizeram dessa maneira. Mesmo que Gram odiasse tia Sterilia, ela não podia forçar o tio Raul a se divorciar dela."

"Eu não sabia disso." Harry ficou tão horrorizado que sua voz falhou. Ele lembrou a si mesmo que não iria completar o namoro, muito menos se casar com Snape. "Eu quis dizer sobre o não divórcio."

"Os feitiços que vinculam o namoro são tecidos tão intricadamente nas duas pessoas que são impossíveis de serem quebrados. Especialmente depois que eles foram consumados. A assinatura do documento de casamento é apenas uma formalidade naquele momento", disse Neville.

Harry forçou um sorriso, esperando que não parecesse tão doente quanto ele se sentia. "Acho que não tinha pensado nisso. Não é como se isso importasse de qualquer maneira."

"Me desculpe. Eu não quis ser rude com você Harry." Oferecendo a mão a Harry, a expressão de Dean parecia mais indignada do que de aceitação, mas claramente ele estava tentando.

"Está tudo bem." Harry apertou sua mão e sorriu fracamente. Ele queria dizer a Dean que ele entendeu completamente como se sentia, que também se sentia assim. Em vez disso, ele soltou e enfiou as mãos nos bolsos, sentindo-se desajeitado com a aceitação que havia recebido.

Antes que qualquer outra coisa pudesse acontecer, o retrato se abriu e Ron entrou. A temperatura na sala caiu repentinamente além do ponto de congelamento, e todo mundo desviou o olhar. Com uma carranca feroz, Ron não disse nada e subiu as escadas para o dormitório dos meninos.

Harry suspirou, aliviado por não ter tido que defender sua escolha - mesmo que não fosse exatamente sua escolha.


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"Professor", Potter o chamou quando Snape estava prestes a deixar o Salão Principal depois do jantar.

Ele se virou e se lembrou no último momento, para não encarar o garoto insolente. "Sim, Sr. Potter?"

"Eu estava pensando", Potter disse suavemente, seu rosto corando. "Se você gostaria de andar comigo um pouco?"

Surpreso, mas satisfeito por Potter ter mostrado alguma iniciativa para fazer isso corretamente, Snape se curvou um pouco. "Eu gostaria."

Potter estendeu o braço para Snape o preceder, e Snape o fez, imaginando o que Potter iria querer por sua cooperação. "A Ponte?" ele perguntou quando eles começaram a descer o corredor lado a lado.

"Servirá muito bem." Potter caminhou ao lado dele em silêncio até chegarem. "Este parece ser o nosso ponto de encontro."

Ele não tinha muita certeza do porquê, mas Snape achou o termo divertido. "Nosso o quê, Sr. Potter?"

"É um termo trouxa que significa um lugar onde passamos um tempo juntos." Potter deu a ele aquele sorriso insolente que ele tinha.

Em vez de ser irritante, era algo completamente diferente, mas Snape se recusou a considerar o que era. Ele se inclinou contra a borda, olhando para os gramados escuros da escola. "Estou surpreso que você ainda esteja disposto a participar, considerando tudo."

"Ron é um idiota, se é isso que você quer dizer." Potter parecia bastante certo disso.

Não era o que ele quis dizer. No entanto, Snape estava mais do que disposto a deixá-lo pensar assim. "Você poderia simplesmente dizer a verdade."

"Eu teria, se ele não tivesse feito essa cena. Agora, se ele mudar como ele age, parecerá suspeito. Ele precisa ficar com raiva por uma semana ou duas e depois voltar. Parece ser o padrão dele sempre que estiver bravo com alguma coisa ".

Snape suspirou, impressionado com a avaliação de Potter da situação. "Você não parece indevidamente chateado."

"Sou amigo de Ron há anos. Eu sei o quão quente seu temperamento é. Ele vai se sentir bem estúpido quando isso acabar." Potter parecia achar isso divertido.

"Sim, eu imagino que ele irá. Depois que você me convidar mais duas vezes, começaremos o Ritual de Negociação."

"Que significa?"

"Infelizmente, isso significa que seremos obrigados a passar mais tempo juntos". Snape não conseguiu colocar bastante aborrecimento em seu tom para fazer parecer que ele odiava a ideia. "Haverá alguma discussão necessária."

"Do que exatamente?" Potter olhou para ele desconfiado.

Snape decidiu que não queria entrar na natureza exata das negociações com Potter em público. Ele não podia ter certeza de que Potter não faria birra quando soubesse dos detalhes. "Vamos discutir isso em detalhes quando começarmos".

"Por que não agora?" Potter olhou para ele e Snape teve que se perguntar se parte desse desafio não era medo.

"Não vai ser horrível. Eu prometo a você. É simplesmente demorado." Não era de sua natureza ser tranquilizador, mas ele não queria que Potter estivesse excessivamente preocupado.

"Oh, ótimo. Como se eu tivesse tempo para mais alguma coisa", Potter murmurou, parecendo um pouco menos insolente. "Eu tenho exames chegando este mês. Depois disso, tenho que começar a revisar para os meus NEWTs".

"Eu posso ser de alguma ajuda com o seu NEWT de poções." Snape não podia acreditar que ele tinha acabado de fazer uma oferta. Ele queria puxar as palavras de volta assim que as disse.

Potter olhou para cima, aparentemente chocado com a ideia. "Você iria?"

Seu primeiro pensamento foi acertar a expressão meio esperançosa no rosto de Potter, mas ele reprimiu o impulso. "Será uma maneira de passar um tempo juntos, dentro dos parâmetros de uma relação aluno-professor, bem como do ritual do namoro".

"Nós já passamos muito tempo juntos, mas isso também me ajudará." Potter realmente sorriu para ele.

Snape não gostou do jeito que aquele sorriso o fez se sentir, nem um pouco. Ele zombou para esconder seu desconforto. "Tenho certeza de que esse é o meu maior objetivo."

Como se soubesse o que Snape estava pensando, Potter riu. "Obrigado. É bom saber que você se importa tanto."

Na carranca de Snape, Potter riu ainda mais, e Snape não conseguiu segurar sua ira.

"Talvez eu tenha uma esperança de passar", disse Potter, parecendo estar satisfeito com a perspectiva.

Snape, no entanto, estava bem ciente das habilidades de poções de Potter. "Mesmo com a minha ajuda, eu não contaria com isso, se fosse você."


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