Marina dos Anjos não sabe falar com mulher bonita

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Não quero que me entendam mal, Thaila Caetano é perfeita do jeito mais puro da palavra

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Não quero que me entendam mal, Thaila Caetano é perfeita do jeito mais puro da palavra. Ela coloca gotas de chocolate em formato de coração no meu bolinho diário, e quando a vi cantando pela primeira vez no karaokê de domingo da cidade era como se suas cordas vocais tivessem vida própria, e todo dia de sete horas da manhã lá está ela, invertendo o lado da placa de ABERTO da cafeteria e contente como se o Sol tivesse nascido só pra vê-la sob sua luz e é insuportavelmente conveniente como ela parecia ter sido feita a partir de uma música de romance que repete a cada refrão que o mundo para quando ela sorri (Bruno Mars não me processe).

Você deve estar se perguntando "então qual o problema Marina?" e sua resposta já está precisamente nessa frase. Marina dos Anjos provavelmente nasceu embaixo de uma escada, com pé esquerdo saindo antes de sua cabeça, por um gato preto disfarçado de médico que derrubou-a no chão com poucos segundos de vida caindo diretamente a topo de um espelho que estraçalhou-se e em susto a enfermeira abriu um guarda-chuva no meio da sala de parto e qualquer outra coisa que traga má sorte, porque além de azarada, chata e de inteligência questionável Marina dos Anjos também falava consigo mesma em sua cabeça na terceira pessoa, como agora.

A verdade é que a vida seria mais fácil de se viver se não fosse minha. Poderia ser até engraçado se eu fosse uma espectadora assistindo minha existência na tela de um cinema e pensando no quão irrealista era um roteiro onde a menina só sofria, mas riria junto com o resto da plateia enquanto todos os outros personagens têm seus respectivos raios de sol e a chuva começa a cair logo em cima dela. Mas até mesmo isso era demais, estava longe de personagem principal de uma trama, era mais como... Alívio cômico. Todo mundo se ferrando de seu próprio jeito durante o clímax mas o jeito em que ela, eu, se ferra era só um pouquinho mais engraçado porque ela não tem um segundinho de paz nesse filme.

Mas Thaila não sabe disso, não agora, nem nunca vai saber. Acordar de seis horas só pra me vestir bonitinha e fingir que o meu ser genuinamente desastrada era charminho por menos de dez minutos todo dia pra fazer ela rir era fácil, e inocente e sem laços envolvidos, porque ninguém como ela gostaria de alguém como eu. Isso até que o Universo desenvolveu um novo jeito de me atormentar que era muito mais hilário do que o tipo "menina tímida apaixonadinha na perfeição humana descendente dos céus que nunca lhe dará atenção": O "menina tímida de paixão recíproca na perfeição humana descendente dos céus que desesperadamente tenta lhe dar atenção da qual ela nunca vai aceitar por ser insegura, autodestrutiva, e a personificação de maus presságios", porque ser desprezada por Thaila Caetano doeria significativamente menos do que ser gostada por ela.

Por isso cá estou eu, afundada no sofá de tecido pinicante repassado por gerações de minha família e agora cheio de manchas de vinho (os Dos Anjos tem um ritual de bebida muito específico que gosto de chamar de Testando seus Limites: O quanto você pode beber diariamente antes de frequentar Alcoólatras Anônimos?) assistindo My Little Pony na televisão com um pote de sorvete de creme semi vazio afogando minhas lágrimas no lugar de admirando a mulher mais linda do mundo de pertinho. Parabéns Marina.

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