Por mais que isso seja arriscado e pode me colocar em uma situação ruim eu irei tentar, talvez fique de castigo por semanas ou até meses mas um pouco de adrenalina não faz mal. Já estou entediada de todo dia a mesma rotina, por mais que seja só uma simples noite eu quero arriscar. Meu guarda continua na porta dos meus aposentos, preciso despista-lo para tentar sair. A cozinha contém uma porta que leva para fora do castelo e hoje é o dia que irei usá-la.
— Poderia me esperar no salão? Não irei demorar. — Ele obedece e caminha para o salão, sorrio vitoriosa.
Bom, eu não sei para onde irei exatamente, só sei que será um lugar longe do castelo onde não possam me reconhecer ou eu esbarrar com algum guarda real, Deus me livre! Seguro meu longo vestido e coloco meu capuz para disfarçar e ninguém me reconhecer, saio de fininho do meus aposentos e corro para a cozinha - que não é nem um pouco perto de onde eu me localizava, na qual tinha chances de ser pega - olhando para todos os lados para checar se não tinha ninguém.
Chegando na cozinha depois de um longo e cansativo percurso, abro à porta com todo cuidado e olho pela brecha por precaução. Entro rapidamente e tranco a porta devagar para não causar nenhum barulho, faço uma dancinha de vitória por conseguir fazer tudo sem ninguém me ver. Volto à minha postura e caminho até à porta da minha fuga, abro a mesma e já posso sentir o vento forte e frio. O beco é estreito e escuro, respiro fundo e logo finalmente saio.
Ando cuidadosamente pelo o beco, não consegui ver quase nada, a escuridão dominava o local. Quando finalmente o beco acaba posso ver pequenas casas iluminadas, algumas pessoas andando calmamente, já outras com pressa. Sorrio satisfeita, eu realmente sai do castelo sem meus seguranças e isso é loucura, totalmente louco mas ao mesmo tempo é perfeito. Eu realmente estou fazendo a coisa certa? Sinceramente não sei, mas eu só quero me divertir um pouco, o que tem de tão errado nisso?
Caminho pela rua um pouco movimentada, escondo bem meu rosto debaixo no capuz e ando sem rumo pelo o vilarejo. Quando vejo que já andei o bastante e devo está um pouco longe do castelo olho disfarçadamente para os lados e retiro o manto em minha cabeça. Nãos tem nenhuma pessoa nessa rua, apenas uma casa iluminada e com alguns rapazes nela. Entro na mesma, felizmente ou infelizmente ninguém percebe minha presença. Os rapazes dançam e cantam alegremente enquanto outro rapaz toca um piano com um sorriso grande no rosto, fecho à porta e admiro o lugar, é simples e aconchegante, sorrio animada e sento-me nas pequenas escadinhas logo perto.
A melodia da música tocada pelo rapaz pianista é totalmente agradável para meus ouvidos e para todos que estão ao seu redor. Seu sorriso é gracioso e contagioso, seus dedos ágeis vão para lá e para cá nas teclas do grande e bonito piano. Sua música acaba e todos aplaudem inclusive eu, seu olhar imediatamente encontra o meu, acena empolgado e retribuo com um sorriso tímido. Termina de abraçar seus amigos e vem até mim com dois copos, senta ao meu lado e me entrega um copo com um líquido que nunca vi na vida, seu cheiro é enjoado e sua cor é roxa meio preta.
— O que uma moça bonita faz aqui em um bar longe da cidade? — Pergunta e depois bebe um pouco do líquido em seu copo.
— Estou apenas... — Penso em alguma desculpa. — Querendo esquecer os problemas!
Isso não foi totalmente uma mentira, eu realmente estava tentando esquecer minha vida de princesa/futura rainha que é uma loucura e ter uma vida normal com menos regras já que a minha se resumia em regras a se cumprir, que patético!
— E você senhor...?
— Jughead, e não precisa de senhor por favor. — Sorri e toma novamente sua bebida. — E o seu nome? Como se chama?
— Elizabeth, mas muitos me chama de Betty. — Falo gentilmente. — O que faz exatamente?
— Bom, eu sai de casa há algum tempo para viver minha vida sem à pressão que meu pai fazia em mim. Ele queria que fosse do exército e que fizesse uma coisa de "homem", mas meu sonho sempre foi a música, tocar instrumentos, principalmente o piano que é minha paixão desde criança, mas como o velho rabugento que é não aceitou isso, então acabei fugindo de casa para não aguentar mais suas reclamações sobre o que faço e ainda hoje estou tentando ter um emprego estável. — Faz uma pequena pausa mas logo continua. — Enfim, o Bruce me paga para alegrar o pessoal que frequenta seu bar, até agora não estou indo ruim, não é Bruce?
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𝐏𝐈𝐀𝐍𝐈𝐒𝐓 | bughead
FanfictionJá designada como futura herdeira do trono inglês, Elizabeth decidi deixar, ao menos por uma noite, a garota exemplo de sua família. Em sua saída do castelo, encontra um charmoso pianista tocando em um bar. A conexão imediata que tiveram os levaram...