Capítulo - 2.

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Eu não me lembro bem em que momento eu havia acabado dormindo no sofá da sala de Marcus, lembro de apenas flesh's, lembro de jogarmos por um bom tempo carteado e depois dama, de dançarmos algumas músicas antigas, de tentarmos fazer panquecas para o almoço e ter dado muito errado, mas mesmo assim comermos... E depois disso é um breu. Talvez eu tivesse tido uma intoxicação alimentar, e por isso não me lembro de quase nada.

Olho no relógio da parede e vejo que são 19:30, eu devo ter apagado por algumas horas...

Marcus? Aonde ele se meteu?!

Levanto-me e vou em direção ao quarto dele e escuto um barulho de tiro, o mesmo estava jogando um joguinho de tiro bem macabro, tinha alguns bichos estranhos, acho que eram zumbis ou coisa do tipo.

- Eu estou dormindo a quanto tempo? - digo entrando no quarto e me sentando na cama dele.

- Acho que umas três ou quatro horas, por quê? - ele nem sequer dava ao trabalho de me olhar, parecia muito concentrado na televisão enquanto apertava desesperadamente os botões do controle remoto.

- Temos uma festa para ir não é mesmo? - pergunto encarando a televisão também.

- Temos, mas é apenas 21:00, temos tempo ainda, e o local não é tão longe daqui, é bem perto da sua escolinha de princesa na verdade...

Resolvo deixá-lo terminar seu jogo em paz e vou até a sala a procura da minha mochila e do meu celular. Vejo que a mesma está do lado do sofá, a pego e procuro meu celular que estava perdido nela. Eu nunca fui um exemplo de organização mas eu realmente deveria arrumar mais vezes minha mochila. Ela possuía meus cadernos cheios de desenhos aleatórios, meu estojo, minha bolsinha de maquiagem, uma jaqueta jeans minha - que diga-se de passagem eu estava procurando já fazia um tempo - um livro: Dom Casmurro, meu babyliss, um óculos de sol, algumas balas e chicletes, e finalmente, no fundo da mochila, enroscado a meus fones de ouvido lá estava o fugitivo. Daqui a um tempo irei encontrar até um gato perdido aqui dentro.

Desbloqueio meu celular e vejo que tem três chamadas perdidas de James. James é o motorista da família desde que eu me entendo por gente, ele que me levava ao parquinho, para a creche, escolinha, shopping, etc. James sempre esteve presente, ele me ensinou a jogar cartas e me ensinou a assobiar, a questão é que James sempre foi mais pai para mim do que César - meu pai de sangue. Por exemplo, ele me ligou, provavelmente querendo me pedir desculpas por me deixar sozinha em frente a escola e querendo saber aonde eu estou. Coisa que ninguém da minha família teve a preocupação de fazer - se bem que eu duvido muito que eu diria onde eu estava.

Mando uma mensagem para ele, avisando que estava bem, que ele não precisava se preocupar, pois eu estava na casa de um amigo.

Depois entro nas minhas redes sociais - Instagram - e fico me entretendo lá até às 20:00. Então resolvo tomar um banho antes de ir para festa e procurar alguma roupa decente para ir, eu me recusava a ir de uniforme - pois ele consistia em uma saia xadrez que ia até o joelho, camisa social, uma gravata e blazer com o brasão da escola, todos na cor preta e branca.

Volto para o quarto de Marcos e abro uma das portas do armário dele e vejo algumas peças de roupa feminina, algumas eram minhas, que eu deixava para esse tipo de situação e outras era de ex-namoradas que nunca voltaram para buscar. Pego um vestido vermelho com um generoso decote em V, ele era de alças finas mas que escondia a alça do meu sutiã, o comprimento dele era de mais ou menos de uns dois palmos acima do joelho, avisto em meio aquele amontoado de roupas um cinto preto que possue um laço no meio e uma sandália com salto da cor preta.

- Marquito? Você acha que Isabela se importaria de eu pegar emprestado o cinto e o salto dela? - olho para ele com um pequeno e inocente sorriso.

- Isabela? Com toda certeza querida, ela te odiava! - ele diz com um sorriso cínico.

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⏰ Última atualização: Nov 27, 2020 ⏰

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