A cada momento que passa eu me sinto mais desconectado desse mundo, se não puder dizer completamente por conta do meu amigo Kenma, pois acredito que já tenha desistido de mim e de todos se não fosse por ele.É engraçado pensar em todas as pessoas no mundo, por que logo eu fui uma das sorteadas pra nascer com essa marca? Pra viver esse mundo sem fim, e pior, pelo resto da eternidade sofrer por um certo alguém, que infelizmente vai estar entre nós, pro resto das nossas vidas.
- Tá pensando o que Hina?
- Ah, nada demais amigo, só pensando pra qual cidades nós podemos ir daqui a pouco, eu sei que todos sabem da nossa existência, mas dói ficar preso em um local onde todos os meus conhecidos morrem todos os dias, sabe?
- Eu sei, por isso eu sempre te digo pra não se apegar a ninguém, seu besta.
- Kenma eu queria entender como você não consegue se apegar a nenhum desses mortais, eu te conheço a mais de 200 anos e você nunca mostrou o minimo de afeição a nenhum deles, você não pensa em se apaixonar nem que um pouquinho por essa gente?
- Você é louco? Pra me magoar depois? Eu já te contei essa história Hina, mas vou contar de novo...
De certo modo eu amava quando o Kenma me contava a história do primeiro e único amor dele, foi antes da marca ter nascido nele, aos 16 anos e ele vivia por volta de 1400/1500 e ele havia se apaixonado pelo seu melhor amigo mortal, o Kuroo, eles planejavam fugir juntos já que nessa época nem passava na cabeça dos cidadãos um relacionamento entre dois homens, e como eram muito jovens tiveram que esperar a maioridade para poderem fugir, mas foi aí que tudo deu errado.
Faltavam exatas uma semana pro Kenma completar 18 anos, e eles já tinham o plano perfeito pra poderem fugir juntos, já tinham contato outra cidade a procura de emprego e moradia, mas como naquela época era três vezes mais difícil a comunicação ambos tiveram que ser bem pacientes com o que estava por vir, e foi quando já estavam no fim dos preparativos pra poderem fugir, a marca de infinito nasceu no pescoço dele. Kenma entrou em desespero pois não sabia como falar com Kuroo sobre isso, na época o conhecimento sobre seres imortais era bem fraco comparado aos dias atuais, e quando ele contou ao seu amante tudo, Kuroo disse que mesmo com isso, gostaria de passar até o último dia de sua vida ao lado dele, e Kenma concordou, mesmo que com um aperto no coração.
Kuroo e Kenma viveram uma vida "comum", mas pela condição do Kenma ele teve que ver seu amor crescer e envelhecer diante dos seus olhos, sem poder fazer nada em relação a isso, porque era apenas o ciclo da vida comum dos mortais. Quando Kurro morreu, Kenma passou centenas de anos sofrendo, porque além de ter perdido seu único e verdadeiro amor, ele estava sozinho nesse mundo, já que nós nunca fomos algo comum, até que ele me encontrou, e desde então somos amigos, o pior de tudo isso é a promessa que ele fez pra si mesmo logo após a morte de Kuroo, ele nunca mais iria se apaixonar e/ou se relacionar com alguém, sendo imortal ou não, porque ele já sentiu na pele o que era perder alguém que ele amava muito, mesmo tendo prometido a Kuroo que iria seguir em frente, que ia encontrar alguém como ele e que seriam eternamente felizes juntos.
- Hina... Você está chorando? É literalmente a milésima vez que eu te conto essa história.
Enxuguei as lagrimas, mesmo sabendo que essa história sempre ia me causar esse mesmo efeito.
- Não... Você está delirando Kenma - Dei um suspiro e voltei a falar - Bom, que tal irmos tomar um café e já vermos qual o nosso próximo destino?
- Pra mim parece uma ótima ideia
Guardamos nossas coisas e fomos direto para o nosso lugar favorito.
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Kagehina au || Centuries
RomantikVou postar aqui apenas a narração da história já que por enquanto eles estão em uma época o de não existe celular e/ou meios de comunicação a longa distância