Guardiões: O despertar de Seline

Capítulo |1|

Chibia, 90 dias antes do despertar!

Hoje erá a festa mais importante da cidade, a festa dos fundadores, o Sr. e Sra Wellington estão radiantes por mais um dia de taças e champanhe com outros fundadores!

Depois de anos, Chibia ainda celebrava a restauração da cidade, para que gerações valorizassem a história.

Sentada sobre a relva húmida do jardim interno, seu lugar preferido da casa e único onde realmente sentia-se em casa, o que não era tão estranho, afinal, ficava dentro da propriedade dos Wellington.

Para Aurora era um lugar mágico, um paraíso dentro da floresta selvagem onde o som dos pássaros e as folhas das árvores duelavam em harmonia invejável, capaz de a transmitir paz e tranquilidade.

Seu pequeno paraíso longe dos olhares curiosos da cidade, que mais pareciam julgamentos sem direito a defesa aos olhos da menina.

— Aurora...

– AQUI!

– Estamos de saída — Graciela chegou até a filha.

– Já vou.

Enquanto saia do jardim, seus olhos encontraram Ricardo no meio da sala, num terno azul que o deixava lindo e evidenciava sua boa forma física.

Ricardo tinha os cabelos raspado e olhos acastanhados, pele negra e a barba de mechas brancas bem cuidada.

– Tem certeza que não vem conosco? — averiguou pela milésima vez

– Sim pai, não se preocupe, ficarei bem, além do que não estou interessada em estar rodeada de... adultos a noite toda! — Sorriu em meio ao insulto, o fez de maneira  discreta para que Graciela não se ofendesse.

A mulher revirou os olhos e Aurora achou sensato continuar antes que Graciela se pronunciasse.

– Certo, a conversa está maravilhosa mas vocês — apontou para o casal — têm de ir ! — os empurrou para fora antes que a respondessem.

– Estamos a ser expulsos de casa. – Constatou Ricardo pegando as chaves do carro pendurada no chaveiro.

– Vai ficar bem?

– Sim mãe. Não vou ficarei sozinha, Andreia chega daqui a pouco — provoca, de volta para dentro quando Graciela retruca:

– Como se isso me tranquilizasse.

Sorri no caminho de volta para dentro, caminha até a cozinha pegar um copo com água quando uma figura coberta por um manto preto aproxima-se da porta, de maneira cautelosa segue até a mesma, devagar, o silêncio enaltecia seus passos sobre o solhado velho, engulia em seco enquanto diminuía a distância entre ela e a porta traseira.

Girou a maçaneta com o coração entre os dedos, o ranger da madeira aumentava-lhe a ansiedade. Mergulhada na imensidão escura do quintal sem sinal da figura que viu suspirou pesadamente.

— É só imaginação! — murmurou para si mesma

Para avariar Andreia estava atrasada outra vez, era costume da amiga chegar tarde.

— Booo... — Deu um pulo soltando o copo que tinha em mãos — Te peguei! — continua Andreia

— Sua idiota — virou-se para Andreia, bem atrás de si que ria com satisfação. – Está atrasada. — Aurora sabia qual seria a resposta da amiga porém não perdia a esperança de, por um milagre, ouvir algo diferente.

— Estava ocupada com a minha boa acção do dia e como sei que não vai querer saber vamos subir e assistir meu reality que já vai começar.– O sorriso sínico que Andreia tinha no rosto respondia qualquer pergunta que Aurora tivesse, no entanto, escusou-se de perguntar.