Califórnia parte 1

64 5 2
                                    



"Finalmente depois de alguns dias, consegui chegar na Califórnia, nossa nem acredito que estou aqui nessas praias maravilhosas, esses coqueiros, palmares, pôr do sol, areias granuladas, agua limpa ahhhh nem acredito que estou realizando esse sonho.

Espero que você venha logo para cá me encontrar, já estou em uma casa alugada em frente à praia, essa semana vou procurar por um carro e já já o trabalho começa, ainda bem que tenho esses dias para passear e escrever.

Beijos

A"

Essa foi a carta que Anna enviou para seu grande amigo John.

Dias depois Anna pegou seu kit praia (livro, celular, fone, canga, cadeira de praia, cooler com vinho, água, chá, frutas um pêssego e uma maçã).

Montou seu "acampamento" e mesmo diante da praia calma, meio deserta no meio da tarde de uma terça-feira achou melhor colocar o fone e continuar a sua leitura. Anna estava lendo Ariel um livro de poemas de Sylvia Plath, em inglês (Anna lia sempre em voz alta tudo que tinha em inglês, para se escutar e aperfeiçoar a fala) e claro que mesmo na praia, ela não iria fazer diferente.

E lá mais um poema de Sylvia, na praia em voz alta, Anna tirou os fones e ficou lá declamando o poema Elm e Lady Lázaros (dois de seus favoritos)

No meio do poema, seu celular toca e era Charlie seu amigo de infância que morava há uns 5 anos nos EUA, estilo surfista loiro bonitão e mais sensível que a princesa da Disney, que estava indo ao seu encontro, Charlie havia levado um pé na bunda de seu namorado por mensagens de texto e estava aos prantos pois eles tinham acabado de voltar de uma grande viagem que até então, estava tudo ok.

Naquela mesma tarde os dois conversaram sobre a vida, relacionamentos e obvio que os eventos da cidade iam ferver no final de semana, afinal várias bandas de Indie Rock vão tocar no festival de verão mais esperado por todos.

Anna e Charlie se despediram naquele final de dia e ambos foram para seus lares, no dia seguinte ao se levantar, Anna percebe que está sem seu celular e entra em desespero, procura pelo quarto, pela sala, no banheiro e até dentro da geladeira. E o pior não existia telefone fixo na casa, então só restava fazer a Sherlock Holmes e ir atrás do bendito celular.

Chegando na sacada da casa que dava vista para a praia, suas coisas continuavam lá intactas, a cadeira, o livro, o cooler e... O CELULAR!! Ao descer correndo feito uma fugitiva, Anna abraça seu celular como se fosse um gatinho abandonado na sarjeta, subindo com mais calma e tranquilidade de que não iria precisar comprar outro celular, eis que o próprio acaba de se desligar.

Quarta-feira de calor, horário de ir para a sua rotina kit praia, Anna nota que a praia está um pouco mais movimentada...uma falação ali, outra lá. Mas já era de se esperar, pois a praia na qual Anna estava, muitas celebridades, surfistas famosos, cantores e cantoras frequentavam a mesma praia.

Anna nem quis se ligar em sua volta, deitou na canga e começou a sua leitura, só que dessa vez em voz baixa...

"...The moon, also, is merciless: she would drag me Cruelly, being barren. Her radiance scathes me. Or perhaps I have caught her.

I let her go. I let her go Diminished and flat, as after radical surgery. How your bad dreams possess and endow me.

I am inhabited by a cry. Nightly it flaps out Looking, with its hooks, for something to love.

I am terrified by this dark thing That sleeps in me; All day I feel its soft, feathery turnings, its malignity...

E de repente uma outa voz entra e termina o poema

L: - "...I am inhabited by a cry. Nightly it flaps out Looking, with its hooks, for something to love.

I am terrified by this dark thing That sleeps in me; All day I feel its soft, feathery turnings, its malignity.

Clouds pass and disperse. Are those the faces of love, those pale irretrievables? Is it for such I agitate my heart?

I am incapable of more knowledge. What is this, this face So murderous in its strangle of branches? – "

Ao se virar Anna dá de cara com uma mulher linda, óculos de sol anos 60, biquíni tomara que caia e uma camisa branca por cima, como o reflexo do sol estava bem no rosto de Anna que não conseguiu reconhecer quem era, até que a sua ficha foi caindo...

L: Eu amo demais esse poema e não consegui me manter calada. Vim a procura do melhor lugar e encontrei além do lugar, alguém com gosto literal igualmente ao meu.

Anna na hora reconheceu tudo, a voz, o rosto, até o cheiro que ela imaginava, estava lá deixando ela sem palavras. Mas como uma bela cara de pau, Anna se fez de louca e não fez a fã, agiu naturalmente.

A: Ah nem eu sabia que aqui era o melhor lugar da praia, eu só desci os degraus de casa e acampei por aqui, falar nisso você quer um pouco de vinho? (A praia era meio deserta e um pouco reservada até mesmo por conta de tantas pessoas famosas estarem por perto, então algumas bebidas podiam ser vistas na praia)

L: Me desculpe, nem perguntei seu nome e já logo me sentei ao seu lado, me chamo Lana e você?

A: Me chamo Anna,

L: Ahh Lana e Anna até rima e soltou um sorriso

Anna nem estava acreditando naquilo, já estava achando que estava chapada de tanto fumar ou até bêbada de vinho, que a Lana Del Rey estava sentada ao seu lado com o livro da Sylvia nas mãos lendo em voz alta ali do seu lado.

A: Eu sei que eu não deveria, mas você não fica tensa de estar em lugares públicos sem ninguém por perto para poder te proteger de algo aleatório?

L: Ah, então você sabe quem sou eu? Achei que iria conseguir não ser reconhecida (chapéu, óculos)

-

Americanos acham que essas coisas o tornam invisíveis (pensamento de Anna)

L: Mas a minha equipe está distribuída por aí, só que com roupas de praia e deu uma piscadinha para mim

Anna dando graças a deus estar de óculos de sol para não fazer contato visual e Lana ver ela delirando, ou ver seus olhos cheio de lagrimas de emoção e estragar tudo.

L: Agora eu preciso ir, gostei de te conhecer Anna, amanhã você vai estar aqui?

A: Vou sim, também adorei conversar com você, hey...você vai cantar no festival?

L: Hummm para saber você vai ter que ir, já tem ingresso?

A: Ainda não, nem sei quem vai tocar

L: Me fala seu nome completo que eu coloco na lista com direito a mais 1 pessoa.

Anna inconformada com a sorte, disse seu nome e em seguida seu número de celular, como de forma automática. Lana olhou para ela anotou seu nome, deu tchau se levantou e logo em seguida algumas pessoas foram atrás dela, como ela mesma disse estavam todos lá mesmo.

Logo em seguida seu telefone toca e era Charlie, contando da loja dele que ia ter um evento amanhã e que ele queria muito que Anna fosse, mas pelo horário marcado era o mesmo horário que misteriosamente Lana poderia voltar a aparecer pela praia. Anna disse a Charlie que poderia se atrasar, mas que iria, pois quer conhecer seus produtos (Charlie tem uma loja de produtos naturais, veganos, orgânicos todos de higiene pessoal e algumas ervas medicinais)

CaliforniaOnde histórias criam vida. Descubra agora