Califórnia parte 2

32 3 1
                                    


No dia seguinte, aquela ansiedade fora da realidade e o fato de querer ficar toda produzida, mas ao mesmo tempo lembrar que a Lana é hétero e que era impossível qualquer dinâmica amorosa com ela e que ela voltasse, não teria o porquê dessa cena se repetir.

Com pensamentos realistas, Anna foi para o "melhor local" da praia, segundo Lana. Após tudo arrumadinho, a sua leitura começa, mas dessa vez na mente, nada de declamar...e assim depois de uns 15 minutos sentada lendo, um vulto passa e se senta ao lado de Anna, sim era a própria...

Shorts jeans desfiado, uma t-shirt branca, óculos e chapéu, Lana vem com uma bolsa e dentro seus 2 celulares, um vape, protetor solar facial e obvio que ela trouxe um desses copos de café de máquina (todos americanos andam com um, como se tivesse grudado em suas mãos)

L: Voltei, trouxe para você esse café, quer?

A: Muito obrigada, fico feliz de ter voltado, mas estou curiosa para saber o porquê que você está aqui comigo e não com seus amigos? (Eu sempre me auto boicoto – pensamento logo após a frase dita)

L: Porque você está no melhor local da praia e seria cruel demais eu não vir te fazer cia, afinal prometi que voltava...

Anna controladíssima para não chorar ou gritar, deu um sorriso e disse que em seu país as pessoas abraçam em agradecimento de reconhecimentos agradáveis e perguntou se poderia abraçá-la. Lana disse que claro e as duas se abraçaram, em seguida sua irmã Chuck aparece e se apresenta, Anna se apresenta e elogia seus trabalhos, Chuck agradece mas interrompe o momento dizendo que Lana precisaria voltar para o Studio. Lana da mais um abraço em Anna e diz no pé do ouvido "Fica atenta nas suas mensagens" e foi embora com a Chuck.

Anna se derreteu nessa frase, suas pernas tremiam, suas mãos suavam que parecia que tudo estava turvo de tão sem chão que ela se sentia naquele milésimo de segundos....

Pôr do sol dando adeus e Anna voltou para casa flutuando que deitou na cama e ficou mais de 2 horas olhando para o teto sem conseguir fazer nada. Uma mensagem chegou em seu celular

""How frail the human heart must be -- a mirrored pool of thought. So deep and tremulous an instrument of glass that it can either sing or weep." (Como é frágil o coração humano -espelhado poço de pensamentos. Tão profundo e trêmulo instrumento de vidro, que canta ou chora.) - (frases da Sylvia Plath)

Na hora Anna já sabia quem era e logo enviou "i think i made you up in my head" (Acho que te criei no interior da minha mente.) (frases da Sylvia Plath)

Lana respondeu com coração e só. Anna resolveu largar o celular com volume alto, caso viesse alguma mensagem ou ligação, foi para o banho para encontrar Charlie que já estava indo busca-la.

Ao chegarem na loja de Charlie, uma movimentação inesperada e Anna querendo contar para Charlie desse encontro, mas achou melhor não falar nada, afinal Charlie era boca mole, qualquer coisa já estava emocionado e queria espalhar a notícia e não podemos esquecer de que estamos falando de uma pessoa super famosa.

Charlie e os funcionários conseguiram organizar tudo e foi um sucesso de vendas e marketing, Charlie era bem esperto no marketing, resolveu fazer promoção bem na mesma semana do orgulho gay e dos festivais de Indie rock, algumas coisas chegaram a acabar até no estoque.

Dia finalizado com muito sucesso, Anna pegou seu celular para pedir um Uber, afinal já era madrugada quando viu a mensagem de Lana: "Estou dirigindo pela cidade e você me veio na mente, quer dar uma volta? Passo e te busco"

Sem acreditar naquela mensagem que havia chego uns 10 min, Anna respondeu de imediato: "Claro, se ainda estiver por perto estou bem na esquina da smokeweed shop"

Mais uns 10 mintos e Lana chegou com seu carro conversível (Mercedes bens 81) mas com a capota fechada, Anna entrou no carro e um cheiro de vape de manga com o perfume dela e cheiro de carro novo (como pode?) Afinal esse carro não era novo.

L: hey, uau Anna, você está linda! Adorei o seu vestido (Era um vestido azul, com alguns pássaros e uns desenhos vintages, bem alegre)

A: Ahhh para você é muito gentil, você que sempre está belíssima junto de um sorriso e uma piscadinha bem da safada.

L: Fica à vontade para escolher a nossa trilha sonora, quero ver se seu gosto musical é tão bom quanto literário.

Anna logo já sabia o que colocar, escolheu "Nina Simone – Love Me or Leave Me"

Na mesma hora, Lana parou o carro em um desses penhascos no meio da estrada no Canyon com a vista para cidade toda, tirou o cinto e disse cantando junto com a música: "You might find the night time the right time for kissing Night-time is my time for just reminiscing Regretting instead of forgetting with somebody else There'll be no one unless that someone is you"

E sem mais sem menos beijou Anna, que estava lá igual uma estátua de cinto ainda, sem saber o que estava acontecendo, mas continuou o beijo e colocou a mão no rosto de Lana que já estava tirando o cinto de Anna e quando começou a esquentar, Lana voltou para o banco e ficou extremamente corada e se desculpou pela ousadia, mas que estava pensando muito sobre e queria ter certeza.

A: Certeza de que? E não precisa se desculpar, acredito que foi mutua a nossa vontade/curiosidade

L: O que você acha de a gente parar na loja de bebidas e depois ir para a minha casa?

A: E se fossemos para a minha que é mais perto e não tem ninguém por la?

L: Perfeito.

Anna estava parecendo fogos do 4 de julho de tão feliz que estava, nem acreditava na sorte de que ia continuar o date com a Lana. Anna foi comprar as bebidas enquanto Lana esperava no carro, a maior sorte de não ter ninguém pela rua, muito menos os paparazzi. Lana já conhecia os lugares que ela poderia ir sem ser vista.

Chegaram na casa da Anna, Lana foi direto para cozinha que tinha uma janela de vidro linda direto para o mar, já abriu o vinho e colocou nas taças e foi até sacada aonde Anna estava lá fumando a erva comprada na loja de Charlie.

A: quer um pouco?

Lana aceitou fumou um pouco e logo foi para perto de Anna, se sentou e encostou a cabeça no ombro de Anna e disse:

L- Fazia tempo que eu não me sentia à vontade sendo eu mesma. O que será que você tem?

E ao dizer isso soltou uma risadinha mas deu uma abraçadinha maior em Anna, que estava tentando controlar seu coração que parecia uma metralhadora descontrolada. Que percebeu uma emoção maior que se levantou e olhou nos olhos de Lana e disse:

A- Hoje é o melhor dia da minha vida e eu quero te agradecer por fazer parte dele.

E foi se aproximando e deu um beijo em Lana que já foi levando Anna em direção do sofá e ficaram por lá mesmo...

No dia seguinte claridade da manhã entrando pelas janelas e Anna abriu os olhos e viu que estava sozinha...se levantou enrolada no lençol e ao procurar o celular Anna avistou um bilhete com a letra de Lana "There's things I wanna say to you, but I'll just let you leave
Like if you hold me without hurting me You'll be the first who ever did"

Anna, ficou em estado de choque com aquele bilhete que era nada mais nada menos que a música Cinnamon Girl...

Celular toca e a tira do transe, era John dizendo que estaria chegando entre sábado e domingo, foi aí que Anna se lembrou de que hoje seria o dia de ir no festival e possivelmente ver a Lana no palco, em sua mente tudo se encaixou perfeitamente bem. Sexta-feira no caso hoje festival com Charlie, final de semana do John e logo pensou que hoje seria seu último dia com ela (Lana), afinal domingo ela estaria em outra cidade fazendo outros shows.


CaliforniaOnde histórias criam vida. Descubra agora