Capítulo 1

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Ele ainda está na porta? - Questiona Léo nervoso e quase se jogando debaixo da cama.

Calma, é somente a pessoa que você gosta lá na sala, vou descer e falar com ele.


Os dias ultimamente tem sido muito difícil para mim, não bastava o desaparecimento do filho da tia do Léo, e ainda me vem essa de tentar convencê-lo a sair com o garoto que ele está apaixonado. Não tenho certeza no que estou fazendo até aqui, estou apenas respirando fundo e seguindo em frente. Max está na sala ao lado da porta olhando para a escada onde dá acesso ao quarto do Léo. Sim. Léo e eu moramos juntos a quase dois anos, depois que seus pais se separaram ele decidiu vir morar comigo, estava precisando de alguém para me ajudar nas bagunças de casa. Não estava conseguindo tomar conta de tudo, tenho um pet shop para administrar e com Léo me ajudando tudo ficou melhor.

Sigo em direção do Max, me aproximo. - Max, tenha paciência você sabe como ele é. Ainda mais quando você aparece, você tinha que ver como ele fica vermelho - falei bem alto nesta parte - e com os olhos brilhando. Ouço uma voz gritando no quarto.

Vou te matar Carlos.

Léo desceu correndo a escada quase caindo, no meio do caminho ele avista Max e congela, ficou minutos parado observando Max. Não sabia que conexão eles tinham um com outro, era algo bonito e engraçado de ser. Léo está saindo com Max a três semanas, estão quase namorando e todas as vezes que eles vão sair Léo têm as mesmas crises amorosas. Max se aproxima de Léo e fica frente a frente - Max é mais alto do que Léo - abraça-o e pega em sua mão puxando para a saída sem nenhuma palavrinha. Mais um dia está começando na minha vida, são quase sete horas da noite e ainda não fiz o jantar, meu gato está brincando com sua bolinha, ele adora esse brinquedo. Quando eu comecei a gerenciar o pet shop eu pensei que não iria dar conta de tudo, minha mãe não havia se acostumado a idéia de que eu iria cursar Medicina Veterinária, ele tinha medo de que eu pudesse ser contaminado por alguma doença transmitida pelos pets, entendo a preocupação dela. Não cheguei a cursar porém me formei em Língua Inglesa. As pessoas ficam impressionadas como um garoto de 23 anos, bilíngue e dono de um pet shop possa ser tão solitário. Eu também não fico surpreso com isso, as vezes está só é bem melhor do que acompanhado, às vezes.

Don Juan está com fome - esse é o nome do gato, antes era o nome do meu coelho mas ele morreu - fui até a cozinha e peguei um sachê de ração para ele. Está muito frio lá fora, Léo não se agasalhou, estou vendo que irei tomar conta desse outro bebê também. Fui em direção a janela e a fechei. Nossa a lua estava incrível, cheia, muito cheia. Léo é sortudo por ter alguém que o ame. Dizem que é isso que eu preciso, um amor, algo complexo demais para tomar conta. Já sou amado pelo Don Juan e isso é o que importa. Tentei preparar algo para comer, na verdade não sei cozinhar muito bem, Léo sempre cozinha. Fritei ovos e fiz uma macarronada chamada macarrão instantâneo - única coisa que sei fazer nas horas de emergência - e fui para a sala, liguei a televisão. Don Juan deitou-se ao meu lado e acabei pegando no sono.

Ouvi uma voz ofegante e cansada me chamando - Carlos, Carlos acorda, é melhor ir para a cama - era Léo. Acordei olhando para ele todo sorridente, parecia que algo de bom tinha acontecido, não iria fazer pergunta, olhei para o relógio e já eram dez horas da noite, fui direto para o quanto e Léo me acompanhou.

Boa noite - me falou Léo sorrindo.

Boa noite Léo - Fico feliz por vê-lo feliz, fui direto para a cama e ali mesmo comecei a dormir.

Ouvi alguns barulhos na cozinha e desci para ver o que estava acontecendo, Léo estava jogando Ketchup em Max. - Ei, Léo, isso é para jogar na comida - ele sorri para mim, e volta a cozinhar com Max ao seu lado o ajudando. Fui arrumar a sala mas quando cheguei já haviam arrumado para mim, realmente, Léo foi um anjo que caiu na minha casa. Peguei meu casaco e fui para o Pet Shop, estava muito frio lá fora, o Pet Shop não era tão longe mas fui de carro não queria ficar resfriado. Havia chegado e deixei meu carro estacionado a um quarteirão, as ruas estavam lotadas hoje, antigamente as pessoas não saiam de casa nesse frio, hoje elas saem para ir aos restaurantes inovadores e para casas de massagens com aquelas piscinas e aquecedores. Realmente era um dia muito agradável. Entrei e comecei a organizar as coisas, parecia que tinha passado um furacão. Depois de arrumar tudo, iniciei meu trabalho. Aquele momento era o mais importante para mim, meu trabalho, minha loja. Eu mesmo quem construí, o mais importante é saber que o seu sonho está dando certo, eu aprendi que para algo dar certo é necessário manter a boca fechada, assim ninguém fica sabendo e não irão colocar olho gordo nos seus sonhos. Realmente eu estava feliz com o que estava acontecendo em minha vida financeira.

Prazer, LoserOnde histórias criam vida. Descubra agora