O belo adormecido

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Theo se surpreendeu consigo mesmo. Por ter conseguido sair do quarto em que estava, percorrido o corredor - sem esbarrar em nada - e ter chegado no quarto de forma sorrateira. Feiro um verdadeiro gatuno, ele adentrou o cômodo e fechou a porta atrás de si lentamente, trancando-a, sem produzir quaisquer ruído.

Sentia-se bastante satisfeito com sua desenvoltura em invasão domiciliar. Usando apenas sua cueca preta com estampa de bananinhas e uma câmera de vídeo pendurada no pescoço. Sem ser notado. A casa estava quase totalmente escura. Todos dormiam. Valeu a pena ter esperado por tanto tempo.

Mantendo o ritmo matreiro ele caminhou com suavidade. Ele de aproximava calmamente da cama de solteiro disposta no cômodo. Seus olhos haviam de acostumado com a penumbra do local, por isso não tropeçava em nada. A maior parte do que via era preto, cinza e sombreado. A pouca luz que irradiava no local vinha de fora, além da janela, do outro lado da rua.

Um sorriso faceiro cortou a face do Raeken. Seus olhos estavam fixos na forma estirada na cama, parcialmente escondida debaixo de um cobertor marrom.

Eram exatamente três da manhã quando Theo saiu do quarto em que estava. Seu amigo, Liam, já deveria estar no sétimo sono naquele momento. O Dunbar dormia feito uma pedra, nas duas vezes que cochilou na biblioteca fora luta para o acordarem, era um fato.

Aquilo finalmente serviria para algo produtivo. Motivo para qual o seu sorriso estava largo e persistente, a sorte estava bem lado de Theo. Finalmente teria o que tanto queria. Sairia ganhando - duas vezes - naquela aposta.

Com cuidado o Raeken se pôs bem próximo a cama do rapaz. Com mais cuidado ainda ele segurou o cobertor e o puxou para o lado, deixando-o cair no assoalho. O corpo do lourinho tremeu, num lampejo, com a temperatura. Somente isso. O ar continuava a escapar de sua boca de foram branda e lenta. Indicando seu estado adormecido.

— Essa eu ganhei...

Theo comemorou, esfregando as mãos em animação. Observando Liam atentamente; seu amigo estava deitado de barriga para cima. As pernas abertas, espalhadas pelo colchão. Ele, claro, possuía um volume saliente debaixo daquele samba-canção esverdeado. O que deixou Theo bastante satisfeito, animado. Excitado.

A luz da rua, que entrava pelas frestas das persianas, banhava o corpo do rapaz adormecido; jogando listras finas e amareladas. Já havia olhado Liam seminu o suficiente por um temporada. A imagem estava perfeitamente gravada em sua mente. Não precisa de muita luz para admirar aquele corpo. Cada centímetro, da pele aos músculos.

Por um breve momento o Raeken se concentrou no silêncio. Nos ruídos que ecoavam pelo cômodo, além da respiração do outro rapaz. Ouvia a sua, irregular devido a ação, seus batimentos ecoavam eufóricos em seus tímpanos. A adrenalina de pensar em ser pego, no ato libidinoso, lhe deixava ansioso e zonzo, como se o ar dos pulmões fosse o abandonar a qualquer instante.

Pensando um pouco melhor, até que tudo aquilo, a ideia, parecia muito errado. Liam desfrutava de um sono sereno e sua expressão estava tranquilo. Acorda-lo parecia certo, quer dizer ele nem aos menos olharia seus olhos enquanto executava o ato. Não veria se o prazer estava ou não naquelas íris azuladas, o que era uma pena.

Quando a indecisão, que trazia consigo uma faísca de arrependimento, começou a lhe afligir ele a assassinou de imediato. Teria de fazer, dera a sua palavra, assim era a aposta. E a recompensa seria melhor do que o arrependimento de não ter feito.

Ele se aprumou deixando aquilo de lado, ficando no agora. Puxou a câmera de vídeo do pescoço e olhou em volta, buscando por um bom local em que pudesse colocar. Precisaria provar que havia cumprido a sua parte na aposta com sucesso. Resolveu usar o criado como tripé; possuía a altura perfeita, alguns centímetros a mais que a cama. Ele ligou, da forma que Matt o ensinou, e deu início ao vídeo. Olhou a tela do aparelho satisfeito; estava num ângulo perfeita. Na tela surgia parte do torso de Liam, da cintura para baixo, focando tanto em sua barriga como em sua virilha.

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