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Eu definitivamente odeio sua inocência

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Eu definitivamente odeio sua inocência.

Sério, você nunca percebe nada por mais gritante que seja.
Você é idiota?

    Deixei a água gelada deslizar pelo meu rosto, numa tentativa inútil de afastar os pensamentos homicidas que que subitamente resolveram me perseguir; ou melhor, não tão subitamente assim

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Deixei a água gelada deslizar pelo meu rosto, numa tentativa inútil de afastar os pensamentos homicidas que que subitamente resolveram me perseguir; ou melhor, não tão subitamente assim. Afinal de contas, quem estava me causando tais pensamentos era baixinho, tinha cabelos alaranjados, uma personalidade irritante e era estupidamente cego por não perceber que, quando Miya Atsumu havia sugerido visitá-lo no meio da semana, não significava que ele apenas queria levantar para ele. Esse cara precisa de óculos!

Ok, porque eu estava tão irritado?
Hinata é um boboca estúpido, mas qual a novidade disso?
Miya está descaradamente dando encima dele, porém, isso também não é novidade, certo?
Ok, Kageyama.
Ok.
Não há motivos para tanta irritação.

Peguei a toalha que havia jogado sobre os ombros e a usei para secar meu rosto, me sentindo deliberadamente bobo por ter surtado daquela maneira. Isso lá são horas de ter crise de ciúmes, seu imbecil?
Respirando fundo, voltei para a quadra.
Todo autocontrole que havia reunido até ali evaporou em uma rapidez impressionante ao vê-lo acariciando carinhosamente os cabelos ruivos daquele anão estúpido, que bebia leite em uma garrafinha; porque eu havia dito que ele precisava beber mais leite se quisesse crescer; e parecia estar adorando o contato.
Certo, Kageyma, como pretende matá-los?
Enforcados?
Dilacerados?
São ideias interessantes, eu diria.

- Por que você está com cara de quem está planejando um assassinato? - a voz de Tsukishima Kei me faz sair de meus pensamentos. Desvio o meu olhar para ele, que dirige seu olhar exatamente para onde eu estava olhando e solta uma risadinha desdenhosa. - Não acho que você deva se preocupar tanto com isso, Rei. Ele é lerdo o suficiente para achar que um cara viria de longe para vê-lo só porque quer ser seu amiguinho.

Faço uma careta, mas acabo concordando com o que o loiro dissera.
Espera... Eu acabei de concordar com o Tsukishima? E ele... Acabou de me tranquilizar? Tem algo de errado aqui!
- Você está me tranquilizando?! - perguntei, não podendo conter o meu tom de descrença. - Por quê?

Ele revirou os olhos.
- Seu "Gay panic" é meio irritante - respondeu simplesmente e me deixou sozinho, solitário e com a maior cara de bobo.

- Kageyama, porque está fazendo essa cara de idiota? - era impressionante como uma voz tão irritante podia fazer o meu coração bater tão rápido como a dele costumava fazer. Desviei o meu olhar para baixo e o encarei, fazendo uma cara assustadora. Ele arregalou os olhos e ergueu as mãos em sinal de rendição.- Certo, não está mais aqui quem falou! - o ruivo voltou a beber o leite em sua garrafinha e eu pude observar o quanto aquele infeliz ficava extremamente adorável fazendo aquilo. Sério, eu tinha muitos problemas quando o assunto era Hinata Shoyo e a boiolagem em excesso era um deles. - Você está esquisito hoje. Mais do que o normal - observou, me fazendo perceber que estava encarando-o além da conta. Corei violentamente. - Aconteceu alguma coisa?

Estúpido. Estúpido. Eu sou um estúpido.
- O-o que? Não! - neguei, em seguida comecei a me amaldiçoar mentalmente por ser tão imbecil. - Você não devia estar treinando com o Miya ou algo assim? - mordi a língua no instante que deixei essa perguntar escapar, porque era evidente o ciúmes que exalava dela.

Hinata, porém, não pareceu ter notado nada e eu não sabia se ficava aliviado ou mais irritado.
- Ah? Ele acabou de sair, Kageyama. Você não viu? - perguntou, me encarando com aquele par de olhos castanhos. - Ele até te deu tchau, mas você provavelmente nem deve ter ouvido - a última parte ele parecia estar dizendo mais para si mesmo do que para mim. - De qualquer maneira, você está agindo estranho você. Pode não parecer, mas eu conheço você muito bem.

Ergui a sobrancelha ao ouvi-lo dizer aquilo.
- Ah, é mesmo?

Ele assentiu, parecendo extremamente confiante do que dizia.
- Por exemplo, eu sei que você não gosta de Atsumu Miya. Só não sei dizer o motivo.

Você. O motivo é você.
Não gosto de como ele te olha.
Não gosto de como ele fala com você.
Odeio como ele pode te tocar e eu não.
- Nada demais - respondi, da maneira mais despreocupada que consegui.

Seus olhos vagavam pelo meu rosto como um detector de mentiras ambulante.
- Você está num conflito interno agora, dizendo o real motivo mentalmente, não está? - mal pude esconder a expressão surpresa que surgiu em meu rosto. E ele simplesmente sorriu de maneira convencida. Por que o sorriso dele tinha que ser tão bonito? - Eu disse; te conheço muito bem. Na verdade, te conheço melhor do que qualquer um, seu idiota.

Certo, faremos uma breve pausa para o surto.
Eu não quero gritar...
Eu não quero...
Eu não...
Eu... Droga, eu estou corado de novo.
- Humm - murmurei, desviando o olhar para que ele não notasse o quão vermelho meu rosto estava.

- Você está muito ocupado agora? - perguntou baixo.

Me recusei a olhar para ele até sentir que meu rosto estava normal.
- Não. O que quer?

Senti uma mão pequena e extremamente macia segurar o meu pulso, e isso me obriga a olhar para baixo onde encontro Hinata fazendo uma cara fofa e bastante persuasiva.
- Então... Levanta pra mim?!

Maldito!
Como ele se atreve a usar essa cara para me manipular? Retiro o que eu disse; de inocente, ele não tem nada!
- Tá - concordei por fim, e me deixei ser arrastado por ele, enquanto sorria intimamente por vê-lo tão animado.

5 coisas que odeio em você | Por Kageyama Tobio [CONCLUÍDA/REESCREVENDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora