Poesia Imprudente

Do sentimento esperançoso na penumbra

Poemas de amor

Mil poemas de amor
Se vão esmaecidos
Presos a minha dor
Ao sentimento iludido.

São versos escancionados
Imprudentes e feitos a mão
 Inutilmente sílabados
Para pulsar no teu coração.

E como a chuva molhando um rosto
Inconvenientemente  sem aviso
Transmitindo um leve gosto
De dor no teu paraíso.

E cada poema de amor
Que eu faço  em teu favor
É uma forma de pedir
Que não me faças colidir
Com a parede cruel
Da indiferença destinada
Só a mim e mais nada.
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O fim

Quando da última vez que o vi
Vestia outra das tantas camisas
Pretas e já gastas de ti
Procurando entre  palavras omissas
 talvez um pequeno espaço
Para romper de vez este laço
Que eu tanto lutei para atar...
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Apesar de tudo

Apesar de tudo
Há outro dia para abraçar
A vida não vê futuro
Apenas é o andar
Que segue sempre em frente
E não para quando caem
Porque não há corrente
Que te prenda quando saem
Teus pensamentos dos trilhos.
Apesar de tudo
A vida não vai te acolher
É um jogo que não se brinca mudo
Que da vontade de correr
Mas quando vem a tempestade
Buscamos proteção
Porque é verdade
Vivemos com a emoção
De prolongar a vida
Apesar de tudo.
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Mais uma estrela ignorada

Tenho lamentado tanto
Pela ausência tua
Sinto-me em repetido canto
Que ninguém mais atura...
E essa canção inútil
Nem ouves quando digo
Posto que julgas inútil
Qualquer rima que eu dirijo
Ao céu do meu amor
E cada estrela rimada
Tão rispidamente ignorada
É um lembrete desta dor.
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Há dias e dias

Às vezes as coisas correm bem,
E nesses dias eu sorrio,
Há beleza nas coisas simples
E na satisfação.

Mas às vezes nada faz sentido,
Apesar de tanto esforço,
Nada parece conspirar a favor
E eu me sinto fracassada.

Há dias em que o sol aquece a alma
E esse clima faz referência
A como meu peito está
Aqui dentro...

E há dias em que não sei,
Pois tudo parece cinza
E chove intensamente
Em mim.

Hoje é um dia nublado
E eu não vi como estava lá fora,
Choveu o dia todo,
No meu rosto as gotas de chuva
Salgadas
Jorrando das nuvens dos meus olhos.

Mas amanhã é um mistério
E eu queria que fosse melhor.
O sol surgisse de novo,
e as rimas voltassem de uma vez...
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O que eu quero

Tenho saudades
De tudo que não era importante
Que hoje são raridades
Neste coração pulsante.

Eu queria que estivesses aqui
Outra vez, mais uma chance
Embora isto seja demais para ti
E eu nunca te alcance.

Correm, correm os segundos
E passam horas e dias
E nada liga os nossos mundos
Outra vez em imagens fugidias
Eu sonho...
E cada vez eu penso que foi isso
E ponho
Minha mente a prova
Será que ele existiu?
Ou foi apenas outra nova
Peça que me iludiu?
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