Comecei a correr numa velocidade avassaladora, eu não fazia a mínima ideia se o lobo estava atrás de mim, só que era importante permanecer viva. Comecei a gritar pelo nome de Hollie, que não deu nenhum sinal de vida. Quais as chances dela ter esbarrado com um lobo também? Tarde demais para usar a cabeça né, Erin.
Eu teria que voltar, não tinha outra opção. Percorri o mesmo caminho, já ofegante e tomada pelo medo. Mais sortuda que eu, só duas de mim.
A cada passo que eu dava aquele lugar me parecia ser familiar, como muito dos meus pesadelos. Me aproximei do mesmo local e ao ouvir um barulho me escondi atrás de uma árvore. A floresta estava tão silenciosa que era possível ouvir uma respiração próxima à mim. Dei um grito ao sentir uma mão gélida tocar minha pele, virei quase quebrando o braço da pessoa, respirei aliviada, era Hollie.
- Onde você se.. - sou interrompida por ela que rapidamente pôs sua mão sob minha boca.
- Precisamos sair daqui agora. - ela me puxa sem ao menos me dar uma satisfação.
Hollie corria e desviava dos galhos e pedras com uma agilidade surpreendente, a mesma mantinha um silêncio ensurdecedor que me corroía aos poucos. Ao chegar manteve-se quieta, pra ela era como se nada tivesse acontecido.
- Você vai me contar o que aconteceu logo ou não? - a puxo.
- Não tenho o que falar! - cruzou os braços. - Eu disse que não era pra termos ido e você não me ouviu.
Eu nunca tinha a visto daquela forma, meio que irada.
- Hollie o que é isso no seu rosto? - reparei que tinha um arranhão gigante em sua bochecha, a mesma tocou sua pele e recuou me deixando sozinha no cômodo.
- Não vai me falar mesmo né? - não obtive resposta alguma, me deu as costas e nem sequer olhou para mim.
Fui em direção ao quarto me questionando a cada segundo, aquilo não fazia sentido, nada ali fazia. Me lancei sob a cama, e ali acabei adormecendo.
- Você pode correr o quanto quiser. - gargalhou. - mas uma hora eu vou te achar. Não adianta fugir de mim, querida. - sua voz ecoava pela minha cabeça.
De imediato tudo escureceu, a única coisa que iluminava ali era a luz da lua. Acreditava que não tinha como piorar quando um par de olhos surgiu no escuro me provando do contrário. O silêncio foi dissipado por uma série de gargalhadas perturbadoras.
Uma luz começou a surgir de mim, era o pingente, quando...
[...]
Acordei suando e assustada, ter pesadelos sempre que fecho os olhos não me surpreende mais. Corri até o banheiro enxaguei meu rosto com água fria.
- Foi só um pesadelo. - disse em voz alta encarando meu reflexo.
Notei que a janela estava aberta, o vento fazia um ruído medonho, e o cômodo estava iluminado pela luz da lua cheia.
- Eu preciso sair daqui. - peguei um casaco e uma calça ao notar que a temperatura de repente diminuiu.
Caminhei até o lado de fora da casa, eu sabia que era uma péssima ideia mas o ar livre me faria bem. Comecei a andar por algumas quadras, não muito longe de casa. Um barulho surgiu e o medo se instalou novamente.
- Quem está aí? - gritei percorrendo cada canto com meu olhar.
- Sou eu. - ouvi uma voz masculina vindo de trás. Era ele, Dylan Collins.
- Você quer me matar de susto? - coloquei a mão sob o peito com respiração extremamente ofegante.
- Foi mal, sou o Dylan. - ele estendeu a mão sorrindo.
- Erin. - sorrio de volta.
Dylan tinha um sorriso encantador, que certamente atraía a atenção de qualquer garota. Era de uma beleza sobrenatural, mesmo que fosse meio padrão por aqui, pele clara, loiro, olhos azuis e um corpo totalmente escultural. E eu? apenas uma ruiva medrosa.
- O que faz aqui sozinha a essa hora? - o mesmo pergunta me desvencilhando de meus pensamentos.
- Só sai pra tomar um ar. Eu deveria te perguntar a mesma coisa, não? - me arrependi assim que o disse.
- Eu sou um cara noturno, costumo andar por aí de noite, já se tornou um costume. - sorriu.
- Então, eu tenho que voltar. Foi um prazer te conhecer. - lancei as palavras meio sem jeito.
- Igualmente, princesa.
Eu não sabia mais o que pensar. Definitivamente toda minha vida eu me senti estranha, mas em apenas um dia nessa cidade minha vida praticamente virou do avesso. Cheguei a cogitar estar num pesadelo eterno e realista.
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Adotada por humanos
VampireDurante anos seres sobrenaturais como bruxas, vampiros e lobisomens entraram em conflito, o que os levou à extinção por anos à fio. Marcada pelo assassinato de seus pais, Erin Johnson passou a viver com humanos, desde então sua vida tem sido uma bom...