Capítulo 2

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Enfim chegara o dia da festa dada pelo duque, e Hirondina não conseguia parar de andar pelo quarto.

- E se ficarmos excluídas no canto? E se ninguém aceitar a nossa presença por não termos família? E se...

- Hirondina, pelo amor de Deus, controle essa ansiedade! Assim você me deixa nervosa também! – Ellen a segura pelos ombros.

Olho para a janela e vejo David tomando conta do jardim. O nervosismo de Hiro começava a me afetar também e eu precisava me acalmar.

- Tudo bem. – Ela suspira alisando o vestido. - Não deixarei esses pensamentos tomarem conta de mim, então, temos que ir perfeitas para causar boa impressão. Lia, o que pretende fazer no cabelo? Quero ajuda-la para caso você encontre aquele cavalheiro novamente.

Eric Tuan, o provável estrangeiro bonitinho que eu tinha encontrado na rua. Contei a história completa para as meninas assim que voltamos das compras, e elas passaram a semana inteira comentando sobre isso.

- Duvido que se eu me encontrar com esse homem novamente ele vai ter a coragem de falar comigo. Quem irá querer falar com uma órfã?

- Uma órfã que tem como tutor um visconde. Não somos totalmente desprezíveis Lia! – Hiro diz se sentando na cama.

- Ele já foi generoso só de nos acolher após a morte da Eleanor, mas ainda assim decidiu oferecer um bom dote no mesmo nível das outras jovens ricas. – Ellen complementa.

Eleanor Lucas, dona do orfanato Girassol e mãe de Tom. Era uma mulher muito bondosa e alegre, cuidou de nós até morrer de um ataque cardíaco enquanto ia ao mercado. Por causa desse acontecimento, Tom resolveu criar as últimas crianças do orfanato como suas pupilas, que eram eu, Ellen e Hirondina.

- Mas me conte mais sobre o tal de Eric, você acha que ele é bastante rico para ser convidado do duque? – Hirondina se apoia sobre as mãos.

- Ele parece ser estrangeiro, e você já sabe que festas de gente rica sempre tem a presença de pessoas importantes. Talvez ele seja um amigo de outro país. – Comento sorrindo.

- Mas como era a pronuncia dele?

- Era boa, eu acho. – Penso tentando me lembrar, mas falho miseravelmente. - Para ser sincera, eu não me lembro muito, já que trocamos poucas palavras.

- Então ele pode ser daqui. – Ellen diz se sentando ao lado de Hiro.

- Não importa, o que importa é que talvez você possa encontrar ele novamente lá na festa, e aí eu e Ellen o avaliaremos!

- Não vamos tornar isso o foco, por favor. Não temos certeza de nada. – Digo e caminho até a porta, pronta para fugir do assunto.

- Sonhar não custa nada. Imagina se todas encontrarmos um marido esta noite? Seria maravilhoso! – Hiro dá uns gritinhos empolgada.

- Você não precisa, já sabemos que irá se casar com David! – Ellen fala e eu deixo escapar uma risada fraca.

- Ellen pare com isso! Eu não gosto desse homem, e não gostaria nem que fosse o último da terra!

- Continue com esse pensamento, todas sabemos onde essa história irá parar.

Hirondina bufa e se levanta da cama. Quando se tratava de David, ela perdia toda a paciência que tinha, e Ellen se aproveitava disso para a alfinetar, nada inesperado de sua parte.

- Vou me arrumar, tenho que trançar o meu cabelo e isso demora bastante.

- Tudo bem, ficarei aqui pensando em como juntar você e David. – Ellen ri enquanto Hirondina lança um travesseiro em sua direção.

O Impostor do CondeOnde histórias criam vida. Descubra agora