Juliana: Eu falei que vinha, ué, tô aqui e trouxe o remédio, toma- estendi a mão e entreguei o saquinho com a cartela de aspirina pra ele, que riu
Arrascaeta: Nem precisava, mas já que veio, não vou te deixar voltar da porta, né? Entra aí- deu espaço e eu entrei
Juliana: Pensei que não ia chamar, juro-ele riu. Dei uma olhada na sala do apartamento, ou melhor, da cobertura dele e era um lugar lindo, cinco quadras distantes do meu prédio, já que nós dois moramos na Barra- linda tua casa
Arrascaeta: Senta aí, fica á vontade- apontou pro sofá, eu sentei e ele sentou do meu lado- brigado pelo remédio, tá? Por ter se preocupado comigo e vindo até aqui
Juliana: Não precisa agradecer, né? Sou médica e minha obrigação é cuidar dos meus jogadores- dei ombros- inclusive, trata logo de tomar esse remédio, quero te ver bem no treino amanhã
Arrascaeta: Sim, senhora, doutora Juliana- levantou-se do sofá- tomo só um comprimido?- assenti- quer beber alguma coisa? Água, refrigerante, vinho, whisky, sei lá- deu ombros
Juliana: Não, eu tô tranquila, brigada. Vou já voltar pra casa que nem expliquei direito pra Laura pra onde eu tava vindo essa hora da madrugada
Arrascaeta: Bela amiga você, né? A menina deve tá lá surtando de preocupação
Juliana: Ei, tu nem pode me julgar, que deu um exemplo péssimo também, não foi no nosso jantar de boas vindas
Arrascaeta: Porra, jogou duro- dei ombros- sei que não justifica, mas como eu falei, tava morrendo de dor de cabeça, na verdade, ainda tô, né?- balançou o saquinho com o remédio que tava na mão dele- vou tomar logo esse remédio pra ver se passa
Juliana: Passa sim, toma e deita pra relaxar, é tiro e queda, juro
Arrascaeta: Confio na minha mais nova médica favorita- piscou pra mim e eu ri. A vontade era perguntar o que aconteceu ou acontece na vida dele, mas fiquei com receio e odeio sentir isso. Quem me conhece sabe que, geralmente, eu não sou assim
Juliana: Mora aqui sozinho? O apartamento é enorme
Arrascaeta: Como falo direto pra minha mãe, eu e Deus
Juliana: Bom, agora que já cumpri minha obrigação de médica, acho melhor eu ir embora, deixar tu tomar seu remédio e descansar- levantei do sofá- me acompanha até a porta? Só pra mim poder voltar mais vezes- ele riu
Arrascaeta: Não vai agora, fica mais um pouco- oi? Confesso que achei estranho, porque raios ele quer que eu fique aqui? Fiz uma careta e lá estava o ridículo rindo de novo. Assim me quebra- eu acho que seria bom você se certificar que, realmente, o paciente vai tomar o remédio, po, fica aí, depois te deixo em casa, dormir não tem sido o meu forte mesmo- deu ombros, eu encarei-o, ele sussurrou um por favor mordendo os lábios e eu assenti rindo
Juliana: Anda tendo insônia, senhor Giorgian de Arrascaeta?
Arrascaeta: Até mais do que eu queria, mas isso não vem ao caso agora, vamos lá na cozinha, te sirvo, pelo menos, uma água- assenti e fomos em direção á cozinha que estava bem organizada, limpinha, zero louças sujas encima da pia
Juliana: Tu jantou hoje?
Arrascaeta: Por que a pergunta?- falou enquanto colocava dois copos sobre o balcão e abria a geladeira onde pegou uma jarra de água
Juliana: A cozinha tá limpa demais pra um homem ter passado por aqui comendo ou fazendo comida, por isso perguntei
Arrascaeta: Tem certeza que tu é médica mesmo? Porque o FBI tá te perdendo- rimos, ele colocou água nos copos, engoliu o comprimido e bebeu uns goles de água, eu também bebi um pouco- e, respondendo á sua pergunta, não jantei, tava, na verdade, ainda tô sem fome- fiz careta, sentei no banquinho que fica próximo ao balcão, ele deu á volta e sentou no banquinho do meu lado- prontinho, seu paciente foi medicado com sucesso
Juliana: Qual foi sua última refeição?
Arrascaeta: O almoço, que eu nem comi muito porque passei mais tempo rindo da Laura e do Rodrigo se agarrando no refeitório
Juliana: Ó, cê olha o respeito com a minha amiga, hein? Tem nada que ficar rindo dela não, a bixinha foi agarrada pelo Rodrigo
Arrascaeta: Os dois bem que gostaram daquele agarramento todo, Ju
Juliana: Sei de nada, num era eu que tava beijando. Só sei que o senhorito vai comer agora- levantei do banquinho, passei pro outro lado do balcão e abri a geladeira que só tinha cervejas, vinho, refrigerantes e água, nada mais que isso- Giorgian, isso lá é geladeira de jogador de futebol? O Thiago tá sabendo dessa sua alimentação super balanceada? Pra não falar o contrário
Arrascaeta: Não, ele não sabe e eu sei que tô errado também, não precisa ficar brava assim
Juliana: Sabe que tá errado e por que não conserta? Insistir no erro é burrice e tenho certeza que burro você não é- comecei á abrir os armários que estavam praticamente vazios, como essa criatura se alimenta, meu Pai?- a gente vai sair pra comprar comida, vamo- voltei pro outro lado do balcão, parei de frente pra ele com as duas mãos na cintura
Arrascaeta: A gente vai sair pra comprar comida em plena madrugada? Cê pirou
Juliana: Existe drive-trhu pra isso, espertinho, vamo logo comprar um sanduíche pra você comer, amanhã depois do treino a gente vai conversar com o Thiago e montar uma lista de compras pra você, vou pegar no seu pé agora com relação á isso
Arrascaeta: Ju, não exagera, não precisa disso e eu tô sem fome alguma, de verdade
Juliana: Já levantou a bunda desse banco? Bora!- ignorei o que ele falou, ele riu e balançou a cabeça negando
Arrascaeta: Não vai ter jeito?- neguei- então, bora logo
Nós saímos do prédio dele e não demoramos muito pra encontrar um drive-thru funcionando, ele pediu dois big mac's pra viagem, pagou, recebemos os lanches e voltamos pro apartamento dele, tudo isso ao som de Felipe Araújo.
Juliana: Come logo que eu preciso ir pra casa e só posso ir depois que você comer- coloquei os pacotes com lanches encima do balcão da cozinha e tirei os mesmos de dentro
Arrascaeta: Já que tu insistiu tanto pra mim comer, eu como e você dorme aqui hoje, tô gostando de ter companhia
Juliana: Dormir aqui? Do nada? Nem á pau- dei uma risada, peguei o sanduíche e entreguei pra ele, em seguida peguei uma batata frita e mordi a mesma
Arrascaeta: Tem nada demais, somos adultos conscientes dos nossos atos, tô pedindo porque juro que cê tá me fazendo bem, nem lembrava como é bom ter companhia, alguém pra conversar
Juliana: Tá, tá bom, eu durmo, aí cê me conta porque todo mundo lá no clube se preocupa contigo, pode ser?
Arrascaeta: Ei, assim não vale- riu enquanto dava uma mordida no sanduíche, eu dei ombros- vamos comer lá no quarto? Mais confortável- encarei-a incrédula, ele riu- sem segundas intenções, juro por Deus
Juliana: Do que adianta um peido depois da merda feita, hein? Vamo pra quarto- ri, pegamos os lanches e fomos pro quarto dele, eu sentei na cama dele. Muito confortável por sinal- tá esfriando, né? Pensei que no Rio era só calor
Arrascaeta: Quer um moletom?
Juliana: Não vou reclamar- ele entrou no closet e logo jogou um moletom pra mim, eu peguei o mesmo e vesti- agora sim, bem melhor- me ajeitei na cama e comecei á comer, quando percebi o Giorgian tirando foto minha- ô palhaço, larga esse celular e vem comer, anda
Arrascaeta: Vou te expor no grupo do elenco, hein- mostrou-me o celular e eu vi a foto- posso?
Juliana: CLARO QUE NÃO, ficou maluco? Vão me zuar forever, não posta, me envia que eu posto no story, bem melhor- assentiu- falando nisso, preciso dar notícias pra Laura, ela deve tá querendo vender meus rins á essa altura do campeonato- ele riu enquanto bebia um gole de refrigerante, peguei o celular no bolso, desbloqueei o mesmo, entrei no whats e abri minha conversa com a Laura
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Amor & Futebol
RomanceA história de duas funcionárias do Flamengo que se apaixonam por dois jogadores do elenco.