Capítulo II

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Tentar entender a dinâmica dessa sala em dois dias não foi fácil. E eu não consegui. De quebra, Yas resolveu sumir por dois dias, mandando mensagem apenas ontem a noite. Estou surpresa? Nem um pouco.

A única coisa boa nesse fim de semana, foi que terminei de arrumar meu quarto. Papéis de parede em bordô aveludado, apenas com uma parede toda preta para que seja usada como lousa, justamente nessa parede, eu coloquei minha cama. Ao estilo vitoriano, com a cabeceira toda detalhada com um espelho no centro. Eu diria que tenho um bom gosto para decoração. De frente para a lateral da cama, minha penteadeira com espelho de led e o caralho a quatro. Ao lado dela tinha um espelho/armário, eu guardava meus acessórios e coisas do tipo. Tinha um armário embutido na parede, eu só joguei minhas roupas dentro. E por fim, botei um tapete.

Estava bom, para dois dias inteiros decorando. 

Eu só precisava de um banho, mas antes eu sairia para correr. Sim, durante uma nevasca às 5h da manhã.

Um casaco grosso, uma meia calça e uma calça de moletom daquelas bem grossas, luvas e cachecol. Por fim, coturnos pretos. Acho que eu deveria trocar a armação dos meus óculos, transparente não combina comigo. Vermelho ficaria ótimo.

Eu escovei os dentes, lavei o rosto e saí. Tinha apenas Katja de pé. Ela me agraciou com sua companhia, na mesa enquanto eu iria me entopir de café.

Ficar encostada em um balcão, com uma caneca branca na mão. Ouvindo uma vaca me pergunta se dormi bem.

—Sim, e você?—Eu bebi um gole, e suspirei.

—Não muito, vou correr um pouco. Quer ir?—E que mal faria isso?... é tem uma lista enorme... mas é cedo demais para falar.

Ela bebeu um tipo estranho de café, parecia um cappuccino, mas era tão doce que me fazia querer vomitar pelo cheiro. Ela cantarolava enquanto tomava a xícara do meloppucino, assim que ela chamava. O incrível é que eu conhecia essa música, heavenly (cigarretes after sex). Ela é o que uma boiolinha como a Yasmin, com essas músicas melosas??

—Nossa, suas unhas são tão grandes!—Inveja mata, né minha filha?!

—Ah, obrigada.—Sorri sem graça, eu juro que se minha unha quebrar, eu quebro a cara dessa merdinha.

—Sabe, Nayara. Por que você veio justamente agora para essa escola?—Uma ótima pergunta, pena que nem sequer eu tenho a resposta.

—Eu não sei, para mim foi apenas "você vai", sem explicação ou motivo plausível.—Eu terminei meu café, e encarei a garota sentada à mesa— Talvez minha mãe só queria me por para fora, e usou isso como desculpa.

—Ah. Você tem problemas com sua família? Não que isso seja da minha conta, mas eu fiquei curiosa...—Ela terminou o café estranho dela, me encarou... nossa ela era bonita.

—Quem não tem problemas com a família?—Respondi de forma ríspida, arqueado as sobrancelhas.

—Bom, é né.—Ela sorriu sem graça.

—Você não ia correr?—Eu me levantei da mesa, olhando o ambiente vazio.

—Vou, quer ir?—Ela sorriu, levemente corando as bochechas.

—Tá.

Antes de sairmos, eu chequei meu celular. Yas tinha mandado um monte de mensagens sobre qual roupa ir no primeiro dia. Ou qual sapatos ela deveria usar... coisas do tipo.

Katja usava roupas típicas de inverno, mas ela estava tão fofa com aquele sobretudo rosa, e com aquela toca combinando. O cachecol preto cobrindo nariz e boca. Ela usava luvas pretas tricotadas.

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⏰ Última atualização: Aug 01, 2020 ⏰

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