prólogo

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Todos os dias várias pessoas entram e saem pela mesma porta, estando sóbrios ou não. Eu trabalho em um bar e sei muitas coisas que provavelmente não deveria saber, cerca de 25% das pessoas que veem para cá tem em média 18 a 25 anos, 38% com 26 a 40, 24% entre 41 a 55, e por fim os últimos 13% contém mais de 56 anos. O ponto é que eu sei quase cada crise de quase todos essas fazes da vida, é como hackear um jogo, afinal as pessoas falam alto demais e as vezes só precisam desabafar, e com isso que eu ganho a minha vida. Moro em um apartamento legal perto do meu trabalho, tenho bons amigos e com isso eu me sinto safisfeita com tudo que tenho até agora. Me sinto como se estivesse no ponto mais alto da minha vida, mas a parte triste é que quando se está no ponto mais alto, não tem como subir, apenas descer. E outra parte triste é que eu sou ainda muito nova, 24 anos, ainda tenho muito o que viver.

"Vamos abrir, chefe?" Perguntou Jennie, que se mantia sentada na frente do balcão, apenas me olhando e tentando me decifrar, mal ela sabia que eu era indecifrável.

"Daqui a 5 minutos, não vamos nos apressar" falei enquanto secava alguns copos de cerveja. "Está feliz por hoje?"

"Por que estaria?"

"Hm, porque você dormiu com o Jongin na noite passada, ainda bem que eu tinha meus tampa ouvidos bem na minha cômoda ao lado" ela me olhou surpresa e então eu ri.

Jennie está morando comigo por enquanto, ela disse que seria temporário, coisa de 5 meses, mas agora já se fazem mais de 2 anos que estamos convivendo juntas, digamos que não seja péssimo pois ela sabe cozinhar e eu sou péssima nisso.

"Ele é um babaca, eu me arrependi de ter tomado o primeiro vinho." encarou o balcão. "Porque ele foi o início. Me sinto violada."

"Ele te embebedou?"

"Não, ele só é um ótimo ouvinte e me ajuda a tomar decisões, então eu comecei a beber e ele estava tão gostoso naquela camiseta com os dois botões de cima da camiseta dele aberta e então eu beijei ele."

"E vocês começaram a se pagar na sala e foram para o seu quarto, eu pude ouvir umas partes, me sinto um pouco traumatizada por isso."

"Fala como se não levasse uma mulher por dia lá."

"Cala a sua linda boquinha, Jennie Kim."

"Vem calar" fez um biquinho e então eu desviei, rindo um pouco. "Então. Chega de Jongin, agora eu vou cair pra dentro da Joohyun e seja o que deus quiser."

"Você é terrível mesmo" deixei as coisas de lado e caminhei até a porta, abrindo ela e mudando a placa de 'fechado', para agora 'aberto'.

Algumas pessoas foram entrando com alguns acompanhantes, outras simplesmente chegaram sozinhas e se sentaram perto do balcão e pediram alguma bebida alcoólica.

"Como vão as coisas Wendy?" Me apoiei e sorri para ela.

"Nada mal. Eu notei o novo palco, por acaso vão apresentar algo?" Apontou para o palco com o chão de madeira clara.

"Eu só queria trazer algum entretenimento para os meus clientes, não sei ao certo. Talvez um comediante."

"Não faça isso, traga um cantor novo, vai que ele faz sucesso e então você vai ganhar muito dinheiro com isso."

"Acho que a probabilidade de alguém fazer sucesso como cantor no meu bar é bem baixa."

"Qual é, S/N Ortiz? Cadê a mulher otimista?"

"Ela se foi desde aquele roubo do ano passado." Respirei fundo. "Que seja, eu deixei um papel na frente, caso alguém muito bom venha eu contrato."

"Eu vi, ele é bonito, quem fez?"

"A Jennie. Achei infantil o poster, mas ela disse que sabia fazer e fez aquele negócio cheio de figurinha."

"Deixa de ser chata, ficou extremamente fofo."

"Até uma criança faz algo melhor" olhei para Jennie que estava atendendo alguns clientes.

"Tem certeza que vocês não namoram?" Wendy questionou nos olhando.

"Do que está falando? Jennie é como uma irmã para mim."

"E a Lisa? Está namorando com ela?"

"Lalisa é só uma ficante, além do mais eu nem namoro."

"Grave as suas palavras, e eu irei dizer elas no discurso quando estiver casando com alguém."

"Guarde suas expectativas Wendy, porque não vai acontecer."

Olhei para a porta sendo aberta e logo avistei uma mulher de cabelos azulados e com um violão encapado em suas costas. Ela caminhou até o balcão sorriu para mim e para Wendy.

"Vocês ainda estão contratando?" Mostrou o folheto colorido de Jennie e logo colocou no balcão. "Eu canto."

"E pelo jeito toca violão também" falei enquanto a olhava. "Estamos contratando. Bem, eu não te conheço, veio por indicação de alguém ou algo do tipo?"

"Não. Eu sou nova na cidade e queria pegar um trabalho de meio período."

"Bem, não sei se já te disseram isso mas, seja bem vinda a cidade de Nova York. Preencha esse formulário" peguei alguns papeis e a entreguei. "Está aquecida? Porque para este emprego eu gostaria de ouvir sua voz, não deixaria qualquer um cantar no meu bar."

"Claro" ela sorri e vai até uma mesa preencher o formulário.

"Achei ela fofa demais, como aquelas garotas de grupos coreanos."

"Você é coreana Wen, do que está falando? E é fofa igual elas" apertei suas bochechas, recebendo um tapa no meu ombro e um sorriso falso da mesma.

Eu apenas olhei para a mulher que estava sentada com uma blusa de moletom vermelha e uma calça jeans mais clara. Seus cabelos estavam presos por um coque médio e ela ainda sorria.

"Aposto que tem 19 anos e veio da cidade da Califórnia."

"Por que ela viria para cá sendo que aqui é mais caro e querendo ou não na Califórnia tem mais oportunidades."

"Não sei, talvez ela só seja um pouco ingênua e queria sair desesperadamente da casa dos pais, eu queria quando tinha 18."

"Porque você era uma rebelde." A mulher entrega os papeis já preenchidos e então eu olho para alguns pontos mais importantes.

Nome: Park Chaeyoung/Roseanne Park.
Idade: 23 anos.
Nacionalidade: Neozelandesa.

"Quando quiser" apontei para o palco com o olhar e ela sorriu animada, pegando o seu violão que estava apoiado na mesa e tirou sua capa. Caminhei rapidamente para o palco e liguei o microfone.

"Boa tarde" todos me olharam curiosos e então eu sorri descontraída. "Hoje teremos uma apresentação teste, vocês irão votar caso gostarem dela ou não." apoiei o microfone em seu pódio e peguei uma cadeira de madeira que estava no fundo do palco e a posicionei no centro. "Com vocês, Park Chaeyoung vinda da Nova Zelândia."

A garota de olhares apaixonados se senta no banco, já com o violão em suas mãos. Ela começa a tocar Fix You do coldplay, sua voz era calma, e seus olhos estavam um pouco fechados, aparentava gostar do momento e aproveita-lo ao máximo. Sorria ao ver que ela realmente cantava bem, um pouco satisfeita com ela.

Logo após terminar de cantar ela sorri para mim ao ver várias pessoas aplaudindo, ela se senta na frente do balcão e me olha curiosa.

"Parabéns" sorri para ela. "Acho que gostaram de você."

"Mas e você? Você gostou de me ouvir cantar?"

"Você não é nada mal. Eu vou te contratar, começa amanhã mesmo, o que acha?"

"Soa perfeitamente." Ela diz feliz. "Eu tenho que ir" olhou para o seu relógio de pulso.

"Sim, só chegue amanhã as 4 da tarde, então ajeitamos o salário e as coisas burocráticas." Ela sorri e logo me abraça, me fazendo ficar estática por alguns segundos.

"Ah, me desculpe." coçou a nuca. "Foi pela emoção."

"Claro" ri. "Não se preocupe, só chegue no horário."

ela é incrível - imagine roséOnde histórias criam vida. Descubra agora