Ganadera - Capítulo II

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Dormi as minhas 8 horas naquela cama confortável. Sempre era melhor aquela cama do que a minha casa em Norwick, a minha cidade natal, herdei-a do meu querido avô.

Um avô que faria tudo pelos seus, foi ele quem me ensinou este espírito com o qual actualmente vivo, este espírito livre e solto de pistoleiro, para não falar de insaciável e instável.

Era um homem sábio... um homem que fez alguns dos maiores e melhores golpes feitos na terra. Oh Isaac, como tenho saudades tuas meu velho. Pena já não estares cá para veres no homem que me tornei, provavelmente estarias imensamente orgulhoso.

Existe uma coisa, ainda não cometi o mesmo erro que tu, encarar um urso - pardo enorme de frente com nada mais do que a tua vida e 2 balas na sua sacola porque eras demasiado teimoso para ouvires o que eu te dizia. Talvez sofra do mesmo mal, mas sei pensar depressa.

E vocês desse lado questionam-se como é que um mau homem pode ensinar outro homem a ser um bom homem. A vida tem destas coisas, acho que vocês têm um ditado comum para este tipo de situações mas as palavras escasseiam-me e quando as tentas reaproveitar tudo o que sai é remendos, uns atrás de outros.

A hospedeira veio ter comigo ao quarto enquanto eu acordava. Uma dama de caracóis ruivos compridos e volumosos, com uma camisa arregaçada amarela e com uma espécie de corpete em branco. Na sua parte debaixo estava trajada com umas calças brancas sob medida de certeza pois acentavam-lhe que nem uma luva.

E então, com a sua voz meiga disse-me:

-Olá Sr. Ross, como foi a sua dormida?

Ao que eu tentei ser o mais agradável possível, respondendo:

-Foi esplêndida, diria que a cama é muito acolhedora.

Sei que as próximas palavras da mulher foram:

-Não quer tomar alguma coisa? Parece cansado depois do esforço que fez ontem com aqueles bandidos.

Eu inclinei a cabeça para o lado e pousei o meu cotovelo na minha pernas dizendo:

-Ou seja, já doei 15 dólares a esta humilde casa, quanto mais tenho que doar?

A mulher ficou perplexa com a minha resposta, ao que me respondeu, um pouco atrapalhada nas suas palavras:

-E-eu... não. Por favor... Sr. Ross, é uma oferta da casa.

A citação Sr. Ross estava a despertar-me alguma coisa menos boa porque para senhor já bastava o Sr. Isaac, ainda me sinto jovem demais para isso.

Suspirei de forma profunda e levantei-me da cama. Ainda com a senhora no quarto, fiz o meu caminho até á minha roupa e virei a cabeça para a senhora com um ar mau, os olhos semi-cerrados, a minha cara trancada ao que a senhora manteve a sua postura.

Assim que retiro a camisa de linho que me foi oferecida pela estalagem, a mulher perguntou-me:

-Sr. Ross, acha que poderia ajudar numa coisa?

Olhei de recanto para a mulher e respondi:

-Talvez possa ou talvez não. Depende se a minha comida se for buscar sozinha ou não.

A mulher ficou ofendida com a minha resposta e deixou o quarto, batendo com a porta, sinal de que estava esbaforida com a minha atitude. Ainda bem que ficou, tenho este dom para atazanar pessoas quando quero e além disso, quero privacidade para me vestir.

Agarrei na minha camisa branca e vestia enquanto esta se afeiçoava aos meus músculos, inspirei fundo, dei uns passos até á janela e abri-a.

Assim que abri a janela, a porta do meu quarto abriu-se, o que fez com que eu me virasse para trás.

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⏰ Última atualização: Aug 27, 2020 ⏰

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