Capítulo 4

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Eu sento na cadeira quase chorando por não ser em seu colo, então para evitar mais constrangimentos escolho o que comer e foco no beirute e na batata frita. Meu corpo chama por algo suculento e eu sei que o máximo de emoção que vou ter vai ser comer um lanche bem feito, Aidan pode se virar com as refeições.

-Então me explica como é essa coisa de camuflagem que você estava falando... - Eu peço que ele explique enquanto como meu mega lanche com as mãos.

-Eu fui equipado com uma tecnologia que me permite mudar a cor da pele, dos olhos, cabelo e todo o resto... Assim poderia me infiltrar em qualquer ambiente - Ele responde.

-Isso é muito foda! - Falo animada - Você consegue mudar as feições do rosto... A altura e o corpo?

-Sim, mas para tudo isso leva muito tempo dependendo do que for sofrer alterações - Ele responde comendo a carne do prato e deixando os legumes de lado - Por isso não vou alterar muita coisa hoje apenas o tom da pele, coloração do cabelo, pelos faciais e dos olhos...

-Não os olhos não! Porque mudaria a cor dos seus olhos? - Pergunto um pouco mais desesperada do que gostaria.

-Não são comuns e podem chamar a atenção e precisamos entrar para fazer parte sem nos destacar - Ele responde.

-Então esse é o plano? Sua missão é se infiltrar no terreno do inimigo e descobrir seus planos? - Pergunto

-Isso é parte da missão, - Ele responde e me analisa antes de terminar de falar - Preciso saber quem do povo regnari está nos traindo...

-Regnari?

-É assim que nós nos chamamos, assim como os vocês se chamam de humanos ou terráqueos... - Ele fala parecendo surpreso - Ninguém te explicou nada sobre nós?

-Os três patetas tentaram, mas não consegui entender bulhufas! - Respondo simplesmente, porque é a verdade eles ficaram mais tentando entender o que eu dizia do que o contrário. Em um ponto eu acabei achando que tinha quebrado eles, tadinho deles acho que eles estão dando graças a Deus por eu não estar por perto agora.

Aidan passa a refeição explicando o que os trigêmeos não conseguiram e dessa vez consegui chegar até o final da explicação sem me perder no caminho, claro divaguei um pouco, mas não o suficiente para me perder no assunto.

-Então assim como na Terra vocês também tem brigas de panelinha interna... - Eu digo quando ele termina - E você quer saber quem é a garota malvada da história, saquei tudo... A parte dos úteros não, mas acho que precisaria ver um para entender melhor.

 -Não são permitidos civis nos laboratórios então duvido que veja um algum dia, - Ele responde - Mesmo que você invada a parte da nave onde eles estão seria impossível chegar perto é como um cofre muito bem trancado, apenas os responsáveis pela manutenção são permitidos...

-Eles estão na nave? Que coisa louca! - Digo surpresa, bebês não deveriam ser tratados dessa forma e me choca que eles tenham trazidos eles em uma missão assim, como se fossem apenas mais uma arma para usarem quando estiverem prontos para o uso.

-Crianças nascidas nos úteros não possuem escolha e não são reclamados por seus doadores, então é justo que justamente os militares que os criaram e os educam estejam sempre de olho no desenvolvimento deles... - Aidan disse, mas ficou obvio o tom duro de quem não pensa que as coisas deveriam ser assim.

-Você também doou para que algum bebê seu nascesse dessas coisas? - Pergunto tentando entender a fonte desse ressentimento escondido.

-Não, minha semente não é fértil como a do meu irmão... - Ele fala e entendo que ele se refere a ser estéril - Mas eu já fui uma daquelas crianças e por isso sei exatamente como elas se sentem... Está ficando tarde, preciso começar o carregamento da camuflagem.

(Degustação) Companheiro Revelado 2.0Onde histórias criam vida. Descubra agora