Corvos

7 1 0
                                    

Pássaros levantam o vôo, a água se choca contra o penhasco e eu caminho entre ambos.... Choro, sorrio, pulo, danço e vou seguindo a vida com as mãos entrelaçadas as delas enquanto brincamos de rodar.
Chega a hora de eu voltar, aos poucos meu corpo se desfaz e se transforma em vários pássaros pequenos que se agrupam dando a forma do animal a qual fui destinada dessa vez. Corvo.
Sobrevoando aquela imensidão arenosa, que se estendia ao meu ver como um grande e vasto manto que esconde algo; o sol escaldante aquece minhas penas, enquanto procuro sinal de vida, entre tamanha extensão de areia eu vejo o oásis, repleto com animais desérticos, vim dar minha bênção e também avisar. Assim que pouso no local, vários animais me olham torto, para eles corvos são sinal de morte, apesar de serem apenas mensageiros , mas eu só vim abençoar o filhote de feneco e vim avisar a um velho e cansado dromedário que a morte o aguarda paciente, depois disso voltarei a minha forma incorpórea, imaterial e abstrata.... A mãe do pequeno feneco está prestes a dar a luz, me aproximo e pego uma pequena flor branca, o feneco nasce minutos depois, olho em seus olhos e coloco entre suas garras a flor... O pobre dromedário está prestes a ir, vou até uma árvore seca e arranco um pequeno galho seco e coloco na boca do mesmo que sorri e se vai...... Retorno à minha forma normal agora fico cantando melodias baixas com a morte para que o vento as leve com ele.

Pequenos poemasOnde histórias criam vida. Descubra agora