Don't Go

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Handong piscou duas vezes ao ouvir a notícia. Olhou para Minji que estava tão surpresa quanto ela. Siyeon esperava nervosamente alguma das duas se pronunciar.

"Deixa eu ver se entendi..." Minji disse. "Você vai terminar com aquele babaca? Eu ouvi certo?" Siyeon assentiu, com um sorriso no rosto. A mais velha bateu palmas animada pela amiga finalmente ter tomado essa decisão.

"O que te fez mudar de ideia com relação a ele?" Handong perguntou, mesmo já tendo uma ideia do que havia acontecido.

As bochechas de Siyeon ficaram vermelhas. Minji franziu a testa enquanto Handong sorria de maneira sugestiva.

"Espera aí, achou outro cara? Meu deus!" Minji falou, talvez alto demais. "Se beijaram? Estão juntos? Já transaram?" Handong bateu no braço da amiga, para que ela parasse o bombardeio de perguntas.

"Bom... é a Bora."

"Bem vinda ao clube dos bissexuais" Minji levou outro tapa. "Aii, desculpa. Eu sei que você é gay, Handong." a chinesa deu-lhe um olhar mortal. "Nem tente negar." a mais velha se virou para Siyeon. "Não terminou de responder minhas perguntas.

"Sim, não oficialmente, e sim." murmurou, antes de tomar um gole do chá gelado.

Sehun ainda não tinha descoberto o acontecido. Os dois moravam juntos, mas não se falavam. Siyeon teve que esconder muito bem as marcas do seu corpo, principalmente as no pescoço.

Minji olhava para Siyeon esperando por mais informações. Handong lançou um olhar repreensivo para a amiga mais velha, que fez beicinho igual uma criança.

"Olá pessoas." uma voz familiar falou, se aproximando delas. Siyeon sorriu e se levantou, beijando a bochecha de Bora. As outras duas se entreolharam, um pouco surpresas com o gesto fofo da amiga.

"Oi, Bora. O que te traz aqui?" Handong perguntou.

"Siyeon, é claro." Minji respondeu diretamente, fazendo Handong soltar um suspiro.

"Está certa. Posso roubar ela um pouquinho?" Bora entrelaçou suas mãos com as de Siyeon.

"Nós estamos no meio d-" Handong beliscou Minji antes que ela terminasse a frase.

"É perceptível o porquê de você se dar bem com a Yoo." Bora brincou, e as bochechas de Minji tomaram uma coloração vermelha.

"Podem ir, pombinhas." Handong disse com um pequeno sorriso nos lábios.

Siyeon e Bora se despediram das amigas e saíram do café. Siyeon estava nervosa e Bora percebeu rapidamente, acariciando a sua mão com o polegar, na tentativa de acalmá-la.

"Bora, eu preciso ir para o apartamento" Siyeon disse, o que fez com que Bora soltasse sua mão, confusa. As duas haviam planejado passar a tarde juntas, por que Siyeon iria para lá?

Fazia duas semanas desde a noite juntas, e Siyeon não havia mencionado Sehun desde então. Bora sabia que não haviam terminado, mas não imaginava como estava sendo a convivência. Siyeon não deu a entender que tinha ocorrido algo, mas ainda assim Bora tinha medo. Medo de Siyeon mudar de ideia e deixá-la. 

Siyeon pegou no pulso de Bora, fazendo-a parar de caminhar. Franziu a testa quando viu que Bora parecia estar numa luta interna com seus pensamentos.

"Hey Bora." disse suavemente e Bora olhou para ela. "O que está pensando?" Bora deu de ombros, tentando afastar os pensamentos. "Não faça isso. Não se esconda de mim."

"Não é nada, Singnie. Esses pensamentos são idiotas." Bora acariciou a bochecha da mais nova e plantou um beijo em sua testa. "Por que vai ir para casa?"

Siyeon riu com desdém. "Casa." murmurou. Já havia deixado de ser casa a muito tempo. "Sehun vai estar lá. Quero terminar com ele." pegou a mão de Bora e apertou. "Estou com medo, Bora."

Bora sentia-se uma tremenda idiota. Por que tinha duvidado de Siyeon? 

"Vai acabar tudo bem. Vou estar lá, com você." Bora tentou acalmá-la, mas a mais nova pareceu se agitar mais.

"Você não pode. Ele vai te machucar se te ver, eu não quero isso." Siyeon soltou sua mão. "Preciso fazer isso sozinha."

"Sem chance de eu deixar você sozinha com ele." Bora insistiu. "Vou estar do lado de fora, então. Singnie, por favor não vá sozinha."

Siyeon olhou a mais velha por um bom tempo. Se Sehun não visse Bora, as coisas poderiam terminar bem, certo? E se ele a machucasse, Bora poderia defendê-la. Siyeon beijou os lábios de Bora rapidamente.

"Okay." ela finalmente disse, e Bora passou os braços ao redor de seu corpo, num abraço aconchegante.

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Sehun estava na sala, trabalhando no seu laptop. Siyeon adentrou a sala e foi até ele. Bora estava atrás da porta, pronta para intervir caso fosse necessário.

"Sehun." o homem ignorou-a completamente. "Precisamos conversar." ele suspirou e fechou o laptop.

Ele se moveu no sofá, deixando um espaço para que Siyeon sentasse ao seu lado. No entanto, ela preferiu ficar de pé.

"Não podemos mais continuar com isso." sua voz era firme. "Eu quero terminar."

Sehun franziu a testa, surpreso, já sentindo a raiva tomar conta de si. "Isso é sério, Siyeon?"

"Você está me fazendo mal. Não posso continuar contigo."

O homem se levantou repentinamente, seus punhos cerrados. Siyeon nem se mexia, olhava diretamente nos olhos do homem. A respiração dele ficou instável, e então, Sehun começou a chorar. Siyeon ficou em choque. De todas as reações possíveis essa era a única que ela não esperava.

"Não vá. Eu te amo, Siyeon. Vou mudar. Vou mudar por você, mudar pela gente." limpou o rosto.

"Agora é tarde demais."

"Não!" ele gritou, as lágrimas ainda caindo. "Ninguém vai te amar. Só eu. Você não pode me deixar!" 

"Outro dia eu venho para buscar minhas coisas." Siyeon não queria ficar nem mais um segundo com ele.

A mulher deu às costas para Sehun e foi em direção à porta.

"É ela, não é?" ele disse do nada, fazendo Siyeon parar no caminho. "É tudo culpa dela. Bora colocou essas merdas na sua cabeça. Você ficou estranha desse jeito depois que conheceu ela." Ele aumentava o tom de voz gradativamente, como se estivesse prestes a explodir.

Ela se virou para olhá-lo. Sehun estava no mesmo lugar, sua face ainda úmida por causa das lágrimas. "Pare de culpar os outros pelos seus erros."

"Ela não pode te amar. Ela é uma mulher."

Siyeon queria dizer que ele estava errado, que ela estava feliz e que sim, Bora a amava. Contudo, não disse uma palavra. Não podia, pelo menos não sabendo que Bora estava atrás da porta ouvindo tudo. Siyeon saiu e Sehun não a impediu. 

Ela pegou na mão de Bora sem dizer nada. Um barulho alto foi ouvido de dentro do apartamento. Sehun deveria ter quebrado alguma coisa, possuído pela raiva.

Bora sentiu-se aliviada por não ter que intervir. Sehun nem ao menos tinha tentado tocar em Siyeon. Todavia, Siyeon sabia quem ele era e que ele voltaria.

 Ela sabia que esse ainda não era o fim.

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Boa noitee

Como estamos?

Vejo vocês na próxima sexta, bebam água, fiquem em casa e se saírem usem máscara.

beijoss




Deixe-me te mostrar como é o amor - SuaYeonOnde histórias criam vida. Descubra agora