Meu futuro esta em repouso numa sala escura.
Minha mente reflete as incertezas.
As noticias borram minha felicidade. As súbitas noticias.
O passado condenou a minha alma, e mesmo se eu imaginar tudo diferente, nada muda. Como vou mudar o que já passou? Como vou mudar o que um dia foi quem eu sou? Como eu vou lutar com quem já me venceu? Como eu vou encarar a vida de quem já morreu? Como eu vou pensar em quem já me esqueceu? Como eu vou pintar o que nunca nasceu? Como vou consertar o que nunca existiu?
O peso do meu pranto que me escorre, me descolore. O grito do sofrimento que ecoa ao lembrar do teu semblante. As afiadas facas me cortam as pernas, me cortam a vida, os laços de guerra. Ao ver o mar da ressaca, o lamento me cai.
As páginas da história estão guardadas na caixa acústica, que bate a minha vida, como um bumbo. A biblioteca foi cerrada, os livros foram queimados, e o bom senso esta morto.
O amor desapareceu no azul do infinito, e os amigos agora dormem no céu do mundo; do meu mundo.
As cataratas jorram sangue, e o passado nublado cria nuvens em minha vida.
A forca me espera, e você sentada só assiste. Em repouso senta o nó no teto de uma sala vazia, uma sala perdida. As palavras entram em tubulações nervosas que não sabem falar. Os olhos avistam o barco da incerteza, os pés afundam no mar da tristeza. As agudas notas do piano tocam os mais graves sonetos.
Foi quando o relógio foi comprar ponteiros novos, quando o bem acasalou com o mal. Quando os ouvidos viraram inimigos, e quando os pés deram ré. Quando as forças que eu já não tinha foram requisitadas.
Entre as pedras que fecham o horizonte, quebrá-las-ei, para ir mais longe.
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Repassando o Passado
RomanceAntigos poemas que eu escrevi no meu blog: de 2013 até 2018-19. Apenas para atualizar e deixar uns por aqui, como começo. Uns sobre amor, outros, apenas sobre a vida.